Os sete estados que poderão decidir as eleições nos EUA

Estados-pêndulo, no inglês "swing states" ou "battleground states"são alguns estados que não têm uma inclinação partidária consistente

Publicado em 28/10/2024 às 10:28

Mais de 200 milhões de eleitores estão aptos para votar nas eleições presidenciais de 5 de novembro nos Estados Unidos, mas o resultado pode depender de algumas dezenas ou centenas de milhares de votos.

É que os votos dos eleitores dos sete chamados estados-pêndulo terão muito mais peso do que os dos demais.

Nos Estados Unidos, os eleitores escolhem o candidato no qual querem que os delegados de seu estado votem.

Os estados-pêndulo não se inclinam claramente para um ou outro partido, diferentemente dos outros estados, que já se consideram favoráveis aos democratas (como a Califórnia ou Nova York, por exemplo) ou aos republicanos (Texas ou Flórida, entre outros).

Eles representam um número significativo de delegados (93 de 538).

Como não importa quem terá a maioria dos votos em todo o país e o único que conta é o resultado em cada estado, o candidato mais votado em um estado leva todos os delegados (exceto em Nebraska e no Maine).

O objetivo é alcançar o número mágico de 270 delegados, sinônimo de vitória nacional.

Por isso, o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris concentram suas energias nestes estados e investem nele a maior parte de seus recursos.

 

Talvez seja o estado mais disputado, com seus 19 delegados.

Ali, Trump teve uma vitória apertada em 2016 e Biden o derrotou em 2020, também por uma margem estreita.

Neste estado em decadência industrial, os operários tendem a virar as costas para os democratas.

Mas Kamala conta com os grandes projetos de infraestrutura lançados pelo presidente Biden e com o apoio dos sindicatos para mantê-lo com os democratas.

As grandes cidades de Filadélfia e Pittsburgh se inclinam por ela, enquanto Trump aposta na população rural.

 

Assim como a Pensilvânia, este reduto democrata - e seus 15 delegados - se voltou para Trump em 2016, para surpresa de todos, na disputa contra Hillary Clinton.

Biden o reconquistou em 2020.

Neste berço da indústria automobilística, também em declínio, Kamala recebeu o forte apoio do principal sindicato do setor (UAW), mas não dos numerosos eleitores árabes-americanos ou muçulmanos, indignados com o apoio dos Estados Unidos a Israel na guerra em Gaza.

Trump aposta particularmente no custo da vida para mobilizar a classe média contra Kamala, que se apresenta como a herdeira de um mandato de Biden marcado pela inflação.

 

Juntamente com Pensilvânia e Michigan, foi o terceiro estado a rachar o "muro azul" em 2016. O termo se refere aos cerca de 20 estados considerados fortemente democratas.

Ali, Hillary Clinton perdeu seus dez delegados, que Biden recuperou em 2020.

Como demonstração da importância do estado para eles, os republicanos realizaram ali sua convenção em julho, na cidade de Milwaukee.

Entre os eleitores moderados, os democratas acenam com a "ameaça existencial para a democracia" que Trump representaria.


Talvez seja o mais importante estado-pêndulo, juntamente com a Pensilvânia.

No coração do sul religioso e conservador, a Geórgia costuma atribuir seus 16 delegados ao candidato republicano.

Mas no rastro dos movimentos antirracistas, este estado, com sua numerosa comunidade afro-americana, preferiu o democrata Joe Biden quatro anos atrás.

Filha de pai jamaicano e mãe indiana, Kamala Harris tem 60 anos, quase 20 a menos que Trump, e um perfil mais atraente para o eleitorado jovem e as minorias dos centros urbanos e universitários.

Mas os eleitores religiosos enaltecem Trump como artífice da suspensão da garantia federal ao aborto. Um feito pelo qual parecem propensos a esquecer a acusação contra o ex-presidente por tentar alterar os resultados das eleições no estado em 2020.

 

Outro estado sulista, a Carolina do Norte (com 16 delegados) não vota nos democratas para a Presidência desde Barack Obama em 2008, mas seu governador é democrata desde 2017.

No entanto, assim como na Geórgia, Kamala Harris conta com os afro-americanos (cerca de 20% da população) e os jovens.

Os democratas se esforçam por aumentar o número de eleitores registrados com a esperança de melhorar a participação.

 

Este estado predominantemente republicano do sudoeste americano (11 delegados) surpreendeu em 2020 ao eleger Biden por apenas 10.457 votos de vantagem.

Trump tem centrado sua campanha na imigração ilegal, um tema relevante neste estado fronteiriço. Isso joga contra Harris.

A esperança da atual vice-presidente está em que nas eleições de meio de mandato, em 2022, o estado preferiu eleger a democrata Katie Hobbs para governadora, em detrimento de uma candidata trumpista.

 

Este estado do oeste americano, com seis delegados, conhecido por seus cassinos, não vota em um republicano desde George W. Bush, em 2004.

Mas os conservadores acreditam que podem consegui-lo graças, parcialmente, à população latina, parte da qual se distancia dos democratas.

Os apoiadores de Kamala Harris esperam que a chegada de novos moradores - trabalhadores mais jovens e com melhor formação, que costumam vir da vizinha Califórnia para trabalhar no setor tecnológico ou na transição energética - jogue a seu favor.

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