No período que anteO Turismo continua abaixo dos níveis pré-pandêmicos - Parte 1edeu a pandemia por Covid-19, o Brasil era o primeiro na relação de atrativos naturais, num universo de 139 países do globo terrestre. Também no ranking de eventos internacionais, o Brasil ocupava o nono destino, segundo a Associação internacional de Congressos e Convenções (ICCA, na sigla em inglês).
O turismo brasileiro, ainda no período pré-pandêmico, segundo o seu ministério, respondia por 3,7% do PIB nacional, que correspondia a 150 bilhões de reais/ano. À época, no ano de 2015, o Governo brasileiro fixou, como meta, até 2020, dobrar o número de turistas para o nosso país, o que não aconteceu. A demanda para o Brasil continuou patinando na casa dos 6 milhões de turistas.
A Organização Mundial do Turismo (OMT) anunciou que o desempenho global do setor em 2021 teve uma alta de 4%, em comparação com o ano anterior. O último relatório da agência destaca, no entanto, que as chegadas de turistas internacionais estiveram 72% abaixo de 2019, antes da pandemia.
A Organização Mundial do Turismo (OMT) afirma que o setor segue se recuperando após dois anos de pandemia, mas a guerra na Ucrânia vem gerando muita incerteza. Segundo a agência da ONU, os resultados de janeiro de 2023 apresentam uma significativa melhora em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O turismo internacional (viagens e transporte de passageiros) respondia por 30% das exportações mundiais de serviços e 6% das exportações mundiais de "bens e serviços." Como categoria de exportação, em nível mundial, o turismo ocupa o quinto lugar, depois de combustíveis, produtos químicos, produtos alimentícios e automóveis.
O segmento turístico emplacou mais uma conquista em 2023. Dessa vez, no setor de viagens corporativas, que teve março de 2023 como um mês histórico, resultando em um faturamento de R$ 1,28 bilhão, 44% a mais se comparado aos R$ 890 milhões conquistados no mesmo período de 2019, ano que antecedeu a pandemia de Covid-19.
O aumento foi divulgado pela Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) e levou em conta 11 segmentos que se relacionam com o turismo (cruzeiros, transporte ferroviário, hotéis, locação de veículos, pacotes de viagens/lazer, transporte rodoviário, seguro-viagem, serviços aéreos, transfer, vistos, documentos e demais serviços).
Os dados também comprovam um aumento do faturamento de 2023, em relação ao ano passado. Em janeiro de 2023, os ganhos em viagens corporativas foram de quase R$ 983 milhões diante dos R$ 472 milhões do mesmo período em 2022. Já fevereiro de 2023 trouxe um aumento de R$ 394 mil a mais que em fevereiro de 2022: foram R$ 908 milhões em fevereiro deste ano contra R$ 514 milhões faturados no mesmo mês em 2022.
Além disso, os resultados divulgados pela Abracorp apontaram relevância no turismo de lazer, este tendo alta de 118% em relação a março de 2019 no quesito pacotes de Viagens/Lazer. O segmento angariou, no mês de março deste ano, R$ 24 milhões para o turismo nacional. Este é um excelente sinal, já que o segmento está atrelado à realização de eventos corporativos, feiras, congressos e convenções, que estavam reprimidos por muitos anos e estão retomando, mesmo que lentamente, o seu curso normal.
O Brasil e o mundo, com denodado esforço, trabalham com o objetivo de devolver às viagens e aos eventos a curva de normalidade tão importante e tão necessária à consecução do desenvolvimento autossustentável, considerando que, a cada 11 empregos no mundo, um está no âmbito da rede produtiva do turismo, como se não bastassem os impostos gerados. Que assim sendo, assim seja sempre!
Roberto Pereira, ex-secretário de Educação e Cultura de Pernambuco e membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo (Abevt).