Ministros começam a ser escalados para o terceiro governo Lula

A expectativa era grande para a escalação, especialmente para a pasta da Fazenda
JC
Publicado em 09/12/2022 às 22:25
Haddad quer pavimentar seu caminho para uma nova candidatura à presidência Foto: DIVULGAÇÃO


Com o pernambucano José Múcio Monteiro na Defesa, o presidente eleito anunciou ontem os primeiros nomes confirmados para o Ministério que dará início ao seu terceiro governo, em janeiro. A expectativa era grande para a escalação, especialmente para a pasta da Fazenda – e continua em relação a outras posições, como o Meio Ambiente, a Educação e a Saúde. Assim como para saber se a ex-candidata Simone Tebet irá, de fato, não apenas integrar a base de apoio, mas também participar efetivamente da gestão
Lula, como ministra.

A indicação de Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, para o principal posto da economia, aparece como uma aposta política antecipada para a sucessão ao Planalto. A exemplo da escolha de Antonio Palocci para a mesma função, quase 20 anos atrás, Lula ganha por tabela a simpatia dos integrantes do PSDB, ao nomear um amigo de Fernando Henrique Cardoso.

Se a fórmula do político na Economia pode ser repetida, é outra história, até porque sobram dúvidas quanto à capacidade de articulação de Haddad como gestor da economia brasileira. E enquanto Palocci saiu do PT e se tornou delator na operação Lava Jato, incriminando o partido, Haddad quer pavimentar seu caminho para uma nova candidatura à presidência. Para a população, importa saber se a gestão econômica vai funcionar, à parte de sua apropriação política.

Como se esperava, Flávio Dino foi confirmado ministro da Justiça, Mauro Vieira das Relações Exteriores, e Rui Costa, da Casa Civil. Este último sai diretamente do segundo mandato como governador da Bahia para o Ministério, numa função de coordenação e visibilidade política, sendo apontado como um dos nomes do PT para a tentativa de voos mais altos.

O senador eleito Flávio Dino, ex-governador do Maranhão, também vem prestigiado pelo partido, de olho no futuro. Chefe do Itamaraty na gestão de Dilma Rousseff, Mauro Vieira retorna com a atribuição de recuperar a imagem do país lá fora, desgastada sob o atual governo. A chefia da Polícia Federal já foi anunciada por Dino, e ficará a cargo do delegado Andrei Passos Rodrigues.

Ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) que integrou o governo Lula como secretário de Relações Institucionais, José Múcio chega à nova equipe de governo sob o reconhecimento da credibilidade e do trânsito que deve ter o ministro da Defesa para comandar as Forças Armadas, num momento de pressão sobre e dentro dos quartéis, na tensão pós-eleitoral mantida por Jair Bolsonaro e por grupos de apoiadores que pregam um golpe contra a democracia. O respaldo do ainda vice-presidente, general Hamilton Mourão, foi um sinal positivo para a escolha de Múcio para o cargo.

O presidente eleito afirmou que deve anunciar mais nomes para a equipe ministerial na próxima semana, quando personalidades como Marina Silva e a própria Simone Tebet podem constar da lista. Para todos os indicados, o Brasil aguarda boa sorte – pois é do bom desempenho deles que o país precisa.

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