TURISMO

Polo de viagens aéreas pede estruturação

Consolidação do Aeroporto dos Guararapes com 9 milhões de passageiros ao ano chama a melhoria de serviços turísticos do lado de fora

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JC

Publicado em 24/01/2024 às 0:00
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A movimentação recorde no Aeroporto dos Guararapes, que teve 9 milhões de passageiros embarcando e desembarcando em 2023, pode ser vista como uma conquista importante para o setor de turismo em Pernambuco. E mesmo no Nordeste, uma vez que a localização estratégica do terminal aéreo aproveita a condição privilegiada do Recife como ponto de deslocamento para diversos destinos no estado e na região. Mas a conquista traz um outro lado: a necessidade cada vez maior de estruturação de serviços para os visitantes, bem como para os habitantes que vão e voltam com frequência. Por maior que seja a modernização das instalações do terminal, que passou à gestão profissional de uma das maiores operadoras do mundo, a espanhola Aena, a demanda turística crescente requer a proporcional melhoria do que se oferta, do lado de fora, a quem chega, muito além da primeira impressão positiva com um aeroporto de reconhecida qualidade.
O aumento de 3,7% de passageiros, em relação a 2022, bastou para que o segundo mais movimentado aeroporto da Aena no Brasil ultrapassasse a marca de 9 milhões de pessoas, no ano passado, resultante de 84,5 mil embarques e desembarques na capital pernambucana. Com quatro vezes a menos de embarques e desembarques, Maceió teve 2,3 milhões de passageiros. O terminal que mais cresceu, no entanto, foi o de Campina Grande, com quase 70% a mais, chegando a 226 mil passageiros e despontando como um destino regional para se prestar atenção. A empresa espanhola cuida da gestão de 17 aeroportos no Brasil, que registraram movimentação acima de 40 milhões de passageiros em 2023, em mais de 1 mil pousos e decolagens por dia.
Assim como a operadora assumiu grande responsabilidade sobre a satisfação dos turistas em quase duas dezenas de terminais aéreos brasileiros, os gestores públicos das cidades e dos estados em que os terminais se localizam não se eximem dos deveres para com os turistas, que ganham indiscutível estímulo com a melhoria da estrutura aeroportuária. Pelo contrário, prefeitos, governadores e suas equipes precisam tomar para suas administrações o mesmo ímpeto de renovação e ampliação dos serviços prestados, impulsionando o turismo, ao mesmo tempo em que revigoram a cidadania e a condição de vida da população.
O aeroporto bom é o básico, num setor de alta competitividade como o turístico, em qualquer escala – no Nordeste, no Brasil ou no panorama global. Aos chegarem, em regresso ou pela primeira vez, os passageiros desejam encontrar transporte público decente, fluidez no trânsito, opções de hospedagem, gastronomia e uma agenda pulsante de cultura. Tudo isso, claro, com segurança, limpeza, iluminação e a sensação de que os moradores do lugar vivem bem. Será que os passageiros que desembarcaram por aqui nos últimos anos contaram com essa experiência? Não é por acaso que considerável parcela dos visitantes foi direto para as praias do litoral sul, provavelmente avisados, ou já sabendo, da falta de estrutura do lado de fora do nosso belo aeroporto.

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