Desemprego em queda
O percentual de desempregados no país não atingia nível tão baixo há doze anos, em sinal positivo para a economia e a distribuição de renda
A menor taxa de desocupação, desde 2012, para os brasileiros de 14 anos ou mais de idade, foi registrada no trimestre encerrado em outubro: 6,2% na média nacional do desemprego. Claro que se trata da média em um país com enormes diferenças regionais e estaduais, mas mesmo assim, o número reflete a tendência de recuperação da economia, e pode animar ainda mais o mercado no clima de final de ano – apesar da desconfiança causada pelo pacote fiscal do governo Lula. O índice de desemprego é importante, pois mostra a capacidade de criação de postos de trabalho em uma conjuntura global de incerteza, e diante de cenários regionais e locais que se mantêm desafiadores, como em Pernambuco.
No ano passado, a taxa nacional era de 7,6% a essa altura do ano, numa queda significativa de 1,4% de lá para cá. Por outro lado, a quantidade de trabalhadores no país atinge o volume recorde de 103,6 milhões de pessoas em atividade, sendo pouco mais da metade no setor privado. Apenas nos setores da indústria, construção e serviços, 751 mil empregos foram gerados no trimestre, revelando o bom momento de dinamismo econômico. Mas é preciso manter a direção, cuidando para que os fatores que estão possibilitando a expansão de postos de trabalho este ano continuem firmes até dezembro e durante 2025, a fim de termos sustentabilidade na recuperação, para um ciclo robusto de prosperidade e crescimento.
A informalidade segue alta, se aproximando de 39% com mais de 40 milhões de trabalhadores sem carteira assinada, no maior contingente desde 2016. A estabilidade no número de trabalhadores por conta própria aponta para o aumento de empregos informais, considerado como precarização do trabalho. A taxa de subutilização, por sua vez, foi a menor em uma década, fechando o trimestre em outubro com 15,4%, ou 17,8 milhões de indivíduos subutilizados. E a soma daqueles que não procuraram emprego, mas gostariam de trabalhar – chamados de desalentados – foi de 3 milhões, menor quantidade desde abril de 2016.
Vale observar o detalhamento dos dados captados pela PNAD Contínua do IBGE, nos próximos dias, e o comportamento da economia estadual até o final do ano. A recuperação nacional vem sendo seguida por uma reestruturação da economia estadual, que precisa ser maior do que a do Nordeste e do país, em decorrência do longo atraso acumulado em índices econômicos e sociais deprimentes. Nesse caso, Pernambuco fechou 2023 com a maior taxa de desemprego do Brasil, com índice de 13,4% da população economicamente ativa desocupada, enquanto a média nacional foi de 7,9%. A atração de investimentos de porte, a captação de financiamentos para estruturar setores cruciais para o desenvolvimento, como a mobilidade, bem como a adoção de políticas que favoreçam a geração de empregos e a melhoria do ambiente de negócios, são algumas das expectativas da população pernambucana, que devem ser atendidas para que a realidade não siga castigando os cidadãos.
Especialmente se a média nacional sinaliza para uma conjuntura de condições melhores, o estado não pode perder a oportunidade de sincronizar a economia, impulsionando todas as regiões com os bons fatores de crescimento em curso.