Dia da Mulher

Dia da Mulher é celebrado com música e política no Recife Antigo

Dia Internacional da Mulher foi marcado por ato político-cultural CantaMulher, na Praça do Arsenal, e concerto do grupo "Lígia Fernandes Trio" na Igreja Madre de Deus

Luisa Farias
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Luisa Farias
Publicado em 08/03/2020 às 21:57 | Atualizado em 08/03/2020 às 22:18
LEO MOTTA/ACERVO JC IMAGEM
Ato pelo Dia da Mulher na Praça do Arsenal no bairro do Recife realizado pela Confederação das Mulheres Brasileiras e O União Brasileira de Mulheres. - FOTO: LEO MOTTA/ACERVO JC IMAGEM

O Dia Internacional da Mulher, neste dia 8 de março, foi celebrado em meio à muita música, cultura e política no bairro do Recife Antigo, área central da capital pernambucana.

Na Praça do Arsenal, a União Brasileira de Mulheres (UBM) e a Confederação das Mulheres do Brasil (CMB) promoveram a nona edição do “CantaMulher”, ato político-cultural que começou na tarde deste domingo (8) e se estendeu até a noite. Sob o mote “Democracia sim! Ditadura nunca mais!”, o evento levou a discussão sobre a defesa da democracia, a luta contra o autoritarismo e o incentivo à participação das mulheres no campo político.

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"A nossa vida depende da política e quando nós nos sentimos ameaçadas, que é como nós nos sentimos atualmente, nós temos que gritar para o mundo, sobretudo com as mulheres que são as mais atingidas mediante todas essas iniciativas do governo federal e essa questão da violência institucional que está ocorrendo", disse a presidente nacional da UBM, Vanja Santos.

Entre as artistas que se apresentaram, estavam as cantores Irah Caldeira, Nena Queiroga e Ylana Queiroga e Flaira Ferro. As duas últimas fizeram o dueto de "Germinar", música que compuseram junto com Sofia Freire e Isaar. Na abertura a atriz Hilda Torres citou trecho do texto “Soledad – A terra é fogo sob nossos pés”.

Para a pedagoga Perpétua Gadelha, de 60 anos, a sua ida ao ato neste domingo faz parte da sua luta pelos seus direitos e de todas as mulheres. "Ser mulher é lutar um dia por vez e mais do que isso, é acordar lutando e dormir lutando", conta. 

Música na Igreja

Na Igreja Madre de Deus, também no bairro do Recife, mais uma edição do projeto “Música na Igreja”, comandado pela Prefeitura do Recife por meio da Secretaria Municipal de Turismo, Esportes e Lazer, que leva um concerto para igrejas centenárias do Recife todo primeiro domingo do mês. 

Atração especial foi voltara para as mulheres, um concerto do grupo “Lígia Fernandes Trio” com o seu projeto “Guitarra à brasileira”. O repertório conta com músicas brasileiras do Norte e Nordeste ao som da guitarra elétrica, baixo e bateria.

"É um grupo autoral, que tem um trabalho muito bacana, está começando no Recife e é uma forma tanto de dar oportunidade para esse grupo de se apresentar para a cidade quanto de homenagear trazendo as mulheres para o local de espetáculo, se apresentarem", conta o gerente de projetos turísticos do Recife, Bráulio Moura. 

As integrantes do grupo, Lígia Fernandes, Bárbara Moraes e Erlani Silva já tocaram juntas em um grupo feminino, o Maria Fulô, e atualmente tocam no projeto "Lua Costa canta Vanessa da Mata". Esse foi o show de estreia do "Guitarra à brasileira". 

"Eu sempre fui muito apaixonada por essa diversidade no jeito de se tocar a guitarra. Foram estilos que fizeram parte da minha formação autodidata e eu sempre me interessei bastante por esses estilos que as vezes é um pouco deixado de lado por preconceito, por ser uma música comercial e as vezes a gente não dá tanto valor", conta Lígia Fernandes. 

Bárbara conta que liga com muitos questionamentos a respeito do grupo predominantemente feminino. "Eu escuto muito por aí as pessoas falarem 'Não sei como é que vocês conseguem manter uma banda só de mulher, mulher é muito complicada”. Mas eu acho que você escolher bem as suas amizades, você consegue trabalhar bem. Muito além da música somos muito amigas", conta. 

A professora Geny Neves, de 50 anos, considerou que o fato do concerto ser realizado na igreja ajudou no resultado final. 

“Achei interessante, porque a acústica ajuda, o silêncio, o espaço, tudo combinou para que realmente fosse um sucesso. Nada mais justo do que no dia 8 de março colocar um grupo só de mulheres e tocando instrumentos que têm um histórico masculino, que é a guitarra, e que tocam muito bem. Foi maravilhoso”, contou. 

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