A população parece ter atendido ao apelo do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, para que não viajassem para comemorar a Semana Santa este ano, um dos principais feriados religiosos do País, que leva milhares de pessoas às estradas, principalmente ao interior do Estado. O pedido foi feito como forma de reforçar o isolamento social devido à pandemia do coronavírus. O movimento verificado nas estradas foi muito abaixo do normal. A BR-232, que normalmente é a rota mais procurada pelo pernambucano, estava com um tráfego bem atípico. Pela estimativa da Polícia Rodoviária Federal (PRF), houve uma redução média de aproximadamente 50% na circulação de veículos nas rodovias federais que cortam o Estado.
A pandemia é seria demais. Pede responsabilidade e serenidade. Altera planos e tradições. A Semana Santa esse ano, infelizmente não será como costuma ser. Haverá algum sacrifício por uma causa nobre: justamente o amor e o cuidado com quem nós amamos. Ficar em casa é o gesto certoGovernador Paulo Câmara
Para se ter ideia da diminuição, a BR-232 costuma receber 45 mil veículos nos dias de início e fim dos feriadões da Semana Santa, 15 mil a mais do que nos dias normais – é preciso considerar que, independentemente de feriados, a rodovia tem um intenso movimento por ser o principal eixo rodoviário da Região Metropolitana do Recife com o Agreste e o Sertão pernambucanos. É como se, nesta Sexta-Feira da Paixão, pouco mais de 20 mil veículos estivessem passando na rodovia. “De fato houve uma sensível
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redução do volume de veículos. E essa queda tem sido verificada nas principais rodovias de saída da RMR, tanto de acesso ao interior do Estado como ao litoral. Imagens feitas por nossa equipe de fiscalização mostra o mesmo cenário em várias rodovias, como na BR-101 Sul (no Cabo de Santo Agostinho) e Norte (altura de Igarassu), e na BR-232 (altura de Gravatá e Sairé)”, afirma o inspetor Cristiano Mendonça, da comunicação da PRF em Pernambuco.
Se a Páscoa, é vista pela humanidade como passagem, libertação, como a festa da vida, que a nossa simbolize tudo isso. Com reflexão e luta. Uma luta pela vida, pela volta da paz, da tranquilidade e da companhia de toda famíliaGovernador Paulo Câmara
Em pronunciamento na manhã desta sexta-feira (10/4), o governador Paulo Câmara voltou a pedir às pessoas que tenham bom senso e colaborem com as medidas de isolamento impostas pelo Estado. Apelou, inclusive, para o sentimento religioso da população em plena Semana Santa. "A pandemia é seria demais. Pede responsabilidade e serenidade. Altera planos e tradições. A Semana Santa esse ano, infelizmente não será como costuma ser. Haverá algum sacrifício por uma causa nobre: justamente o amor e o cuidado com quem nós amamos. Ficar em casa é o gesto certo. Vamos adiar encontros porque buscamos garantir que eles aconteçam no futuro. Se a Páscoa, é vista pela humanidade como passagem, libertação, como a festa da vida, que a nossa simbolize tudo isso. Com reflexão e luta. Uma luta pela vida, pela volta da paz, da tranquilidade e da companhia de toda família", disse, em vídeo.
A redução do movimento nas estradas foi sentido de perto por alguns comerciantes. No posto de gasolina Extra, localizado na Avenida Abdias de Carvalho, o principal corredor viário de saída do Recife para o interior, a queda nas vendas foi superior a 90%. E nem mesmo a Sexta-Feira da Paixão foi suficiente para atrair mais clientes. "Ao contrário, piorou ainda mais. Um dia como hoje, no ano passado, não ia ter lugar para ninguém. Costumamos vender 22 mil litros de gasolina comum por dia e só vendemos 3 mil. É uma redução assustadora", lamentou o frentista Joel Domingos.
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TERMINAL FANTASMA
A redução de viagens também se refletiu no movimento do Terminal Integrado de Passageiros (TIP), localizado na Várzea, na Zona Oeste do Recife. A ampla rodoviária – o maior terminal de Pernambuco, de onde partem mais de 50 linhas intermunicipais e interestaduais – parecia uma unidade fantasma nesta sexta-feira. A queda no movimento era superior a 90%. Pouquíssimas pessoas e ônibus no local. Um dos poucos passageiros por lá, o ajudante de caminhoneiro Fabiano Rodrigo da Silva contou que estava voltando para casa, em Ribeirão, após passar a semana trabalhando em viagens pelo Estado. “E só estou viajando porque preciso voltar para casa, ver minha família, meus pais. Não esperava ver um movimento tão baixo”, disse.
O motorista da Rodoviária Borborema, Valdério Tenório, contou que a redução de passageiros foi ainda maior com o feriado da Semana Santa. “O que já estava ruim ficou ainda pior com o feriadão. Fazíamos três viagens por dia do Recife para São Joaquim do Monte (Agreste) e agora estamos fazendo apenas uma. As pessoas estão com medo de circular”, avaliou. Quem se arriscava na estrada, tinha como argumento a possibilidade de escapar das áreas urbanas, onde há mais risco de propagação do coronavírus devido à densidade populacional. “Estamos indo para a casa da minha cunhada em Gravatá (Agreste). Achamos que estaremos mais seguros lá porque a residência está localizada na zona rural. Assim, ficamos ainda mais isolados. Todos lá em casa têm respeitado o isolamento e concordam com ele”, afirmou o gerente comercial Alberto Júnior, que viajava com a esposa e o filho.
PRAIA FECHADA
O fechamento das praias e dos calçadões, determinado desde a semana passada pelo governo de Pernambuco, também tem sido respeitado pela população. Durante toda a manhã
desta Sexta-Feira da Paixão foi possível ver diversas pessoas caminhando e correndo ao redor de parques e na calçada oeste da Avenida Boa Viagem. Muita gente,
entretanto, continua criticando a decisão do governador. "Acho absurdo e desnecessário o fechamento da praia e do calçadão. E as pessoas que precisam se exercitar por
recomendações médicas, como é o meu caso? A praia é um ambiente ao ar livre. O risco é menor", defendeu o comerciante Ivan Teixeira, encontrado pela reportagem
caminhando em frente ao Parque Dona Lindu, isolado e monitorado por PMs. Apesar do fechamento da praia, diversos pescadores foram flagrados pela equipe do JC nas áreas
de arrecifes, sem serem importunados pelo policiamento.
CONFIRA O MOVIMENTO NAS ESTRADAS NA SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO
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A pandemia é seria demais. Pede responsabilidade e serenidade. Altera planos e tradições. A Semana Santa esse ano, infelizmente não será como costuma ser. Haverá algum sacrifício por uma causa nobre: justam
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Se a Páscoa, é vista pela humanidade como passagem, libertação, como a festa da vida, que a nossa simbolize tudo isso. Com reflexão e luta. Uma luta pela vida, pela volta da paz, da tranquilidade e da companhia de toda f
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