Mesmo com o anúncio de novos leitos nessa segunda-feira (27), a capital pernambucana segue com mais ventiladores pulmonares disponíveis do que vagas abertas de UTI. De acordo com a gestão municipal, foram adquiridos e recebidos, desde o início da pandemia do novo coronavírus, 122 equipamentos, mas apenas 91 vagas de UTI estão funcionando atualmente. Outros dez dispositivos estão em salas de estabilização de pacientes, o que resulta em 21 aparelhos sem qualquer tipo de utilização.
Sobre os ventiladores disponíveis, a Prefeitura do Recife diz que eles serão utilizados em vagas que serão abertas nos próximos dias e que os aparelhos não foram cedidos para leitos já em funcionamento do Estado. Além disso, na última sexta-feira (24), o secretário de saúde do Recife, Jailson Correia, atrelou a ausência de mais leitos de UTI funcionando à falta de profissionais de saúde capacitados. Em outras palavras, há aparelhos e leitos construídos (233 já foram entregues), mas faltam pessoas treinadas para atuar nas vagas.
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Ao todo, 1.346 profissionais foram contratados desde a decretação da pandemia no Recife, dos quais 925 foram pela prefeitura e 421 pelas entidades que estão administrando os hospitais de campanha, que são o Hospital de Câncer e o Imip. Além dos 91 em leitos de UTI, outros dez aparelhos estão distribuídos nas policlínicas Amaury Coutinho, Barros Lima, Agamenon Magalhães e Professor Arnaldo Marques e nos hospitais provisórios Recife 1 e 2, em salas de estabilização de pacientes. A sala, como diz o nome, é utilizada para estabilizar a pessoa antes que ela seja transferida.
O secretário de saúde conta que a Prefeitura do Recife tem a meta de adquirir 370 ventiladores e que 500 foram encomendados. Os dispositivos são importantes no atendimento a pacientes com a covid-19, principalmente para os casos mais graves. O aparelho, inclusive, foi alvo de disputa na Justiça que, na última quinta-feira (23), determinou que os respiradores comprados pelo Governo do Estado fossem entregues com urgência.
"O respirador é um componente muito importante do leito de UTI, mas não é o único. Existem outros equipamentos, que nós já temos na casa, mas existe a necessidade de formação das equipes de trabalho e do seu mínimo treinamento, para que se possa encarar o enfrentamento à covid-19", explica Jailson. O Recife possui 947 leitos construídos, dentre os quais 233 são de UTI e 714 de enfermaria. O número de vagas abertas, ou seja, que já estão prontas para receber pacientes, é de 382, sendo 91 de UTI e 291 de enfermaria.
Os leitos de UTI da capital pernambucana estão distribuídos em três unidades: no Hospital Provisório Recife 1, na Rua da Aurora, no Centro do Recife, que tem 28 vagas; no Hospital da Mulher, no Curado, na Zona Oeste, que tem 30 leitos e no Hospital Provisório Recife 2, nos Coelhos, na área Central, que tem 33 vagas.
Atualmente, 69 pessoas ocupam os leitos de UTI da rede municipal de saúde e 152 as de enfermaria. No Plano de Contingência do Recife estão previstos um total de 1.200 leitos, sendo 400 de UTI e 800 de enfermaria. Os leitos estão distribuídas em sete hospitais de campanha, dos quais seis foram entregues. Três deles ficam nas policlínicas: Amaury Coutinho, na Campina do Barreto; Barros Lima, em Casa Amarela, na Zona Norte e Professor Arnaldo Marques, no Ibura, na Zona Sul.
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