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Missa de sétimo dia de Miguel será online; veja como acompanhar

Liturgia será transmitida ao vivo

JC
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Publicado em 07/06/2020 às 17:20 | Atualizado em 08/06/2020 às 12:36
ACERVO PESSOAL
TRAGÉDIA Miguel Otávio morreu após cair do nono andar de um prédio de luxo no Recife, em junho de 2020 - FOTO: ACERVO PESSOAL

Atualizada às 12h35 da segunda-feira (8)

Em memória do menino Miguel, de 5 anos, que perdeu a vida ao cair do nono andar de um dos edifícios de luxo no Centro do Recife, uma missa de sétimo dia online será realizada pela Paróquia Nossa Senhora de Fátima, do Ibura, Zona Sul do Recife.

A liturgia, realizada pelo Frei Dennys Pimentel, será transmitida na segunda-feira (8), às 19h30, pelo canal no Youtube da paróquia. Para acompanhá-la, acesse a página por este link ou no vídeo abaixo:

» Petição que cobra justiça por Miguel, criança que caiu de prédio no Recife, ultrapassa 2,5 milhões de assinaturas

» Veja imagens do protesto que pede justiça por Miguel, menino que morreu ao cair de prédio no Recife

As informações foram repassadas por Francicleide Souza, a tia de Miguel. "Como não pode ter uma missa exclusiva para ele, conseguimos uma missa online com Frei Dennys, da Paróquia do Ibura", explicou.

Através da assessoria de comunicação, o frei Dennys Pimentel confirmou nesta segunda que o nome de Miguel está nas intenções da missa.

"Como estamos num período de pandemia, nossas celebrações diárias estão recebendo muitas intenções por falecidos, ação de graças por cura e/ou graça alcançada e por aniversários de vida e de matrimônio", disse, ainda no domingo, em nota.

Miguel era filho de Mirtes Renata Santana de Souza, empregada doméstica de um dos apartamentos do Condomínio Píer Maurício de Nassau, também conhecido como Torres Gêmeas, no bairro de Santo Antônio.

A patroa dela, Sarí Côrte Real, esposa do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB), foi presa em flagrante, indiciada por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), e liberada após pagamento de fiança de R$ 20 mil.

O fato aconteceu na tarde da última terça-feira (2), quando Sarí mandou Mirtes passear o cachorro da família e se responsabilizou por olhar o garoto. 

Imagens do circuito interno de vigilância, divulgadas pela Polícia Civil de Pernambuco na quarta-feira (3), mostram que a patroa deixou a criança entrar sozinha no elevador para procurar a mãe e o enviou para um andar acima do que estavam. Perdido, o pequeno Miguel teria entrado no vão de um dos condensadores de ar, e, ao ver Mirtes no térreo, teria caído de uma altura de 35 metros.

Ao voltar para o prédio, a empregada se deparou com o filho praticamente morto. Miguel ainda foi socorrido, mas não resistiu. Para ela, faltou paciência da patroa com o filho. 

Hoje, Mirtes e demais parentes clamam por justiça. Na última sexta-feira (5), às 15h, a família se uniu a manifestantes para protestar em frente ao edifício onde Miguel morreu. 

O caso vem gerado repercussão e comoção nacional. Mais de 2,5 milhões de pessoas já haviam assinado a petição que cobra por justiça pela vida do menino até às 18h55 deste domingo. O abaixo-assinado, criado na quarta, faz um apelo à Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) e ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

A conclusão do inquérito policial deverá ser encaminhada ao MPPE nos próximos dias. Sarí foi autuada por homicídio culposo, - crime cuja pena pode chegar a até 3 anos de detenção -, porque, na visão do delegado Ramon Teixeira, a suspeita foi negligente por deixar Miguel usar um elevador sozinho, mas não teve a intenção de matá-lo. 

Mesmo assim, o caso pode ter um rumo diferente ao chegar no Ministério Público. Caberá ao promotor de Justiça responsável analisar provas materiais e depoimentos e decidir se denunciará Sarí Côrte Real por homicídio culposo ou doloso (quando há intenção de matar).

Advogados criminalistas, ouvidos em reserva pela coluna Ronda JC, afirmam que o promotor pode, sim, interpretar que a patroa da mãe de Miguel agiu com dolo eventual, pois uma criança daquela idade jamais poderia estar sozinha em um elevador.

Na visão dos criminalistas, ela era responsável pelo menino naquele momento e deveria ter impedido a ação. Caso o promotor decida denunciar por homicídio doloso, Sarí Côrte Real poderá ser levada à júri popular. Neste caso, a pena pode chegar a 20 anos de prisão.

Prefeito de Tamandaré diz estar "profundamente abalado"

Em nota enviada à imprensa, a Prefeitura de Tamandaré informou que o prefeito do município, Sérgio Hacker Corte Real, se encontra "profundamente abalado" pela morte de Miguel. O gestor é casado com Sari Corte Real, que foi responsabilizada por deixar a criança sozinha no elevador antes de cair de uma altura de 35 metros. Ainda em nota, a Prefeitura afirmou que Sérgio vai prestar informações aos órgãos competentes "no momento próprio e de forma oficial".

Confira nos vídeos abaixo a cobertura da TV Jornal sobre o Caso Miguel

O caso

Câmeras mostram menino no elevador

Dor na despedida

 

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