Prefeito de Tamandaré

Caso Miguel: Prefeito de Tamandaré diz estar "profundamente abalado" e que vai prestar esclarecimentos aos órgãos competentes

Prefeitura se posicionou sobre a morte do menino Miguel após queda em prédio

Gabriela Carvalho
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Gabriela Carvalho
Publicado em 05/06/2020 às 11:12 | Atualizado em 09/06/2020 às 16:16
DAY SANTOS/JC IMAGEM
Prédio, no Centro do Recife, onde o menino Miguel Otávio, 5 anos, caiu de uma altura de 35 metros - FOTO: DAY SANTOS/JC IMAGEM

Em nota enviada à imprensa, a Prefeitura de Tamandaré informou que o prefeito do município, Sérgio Hacker Corte Real (PSB), se encontra "profundamente abalado" pela morte de Miguel, 5 anos, que caiu do 9º andar do prédio em que Sérgio mora com a esposa Sari Corte Real, no Centro do Recife. Sari foi responsabilizada por deixar a criança sozinha no elevador antes de o meninos despencar de uma altura de 35 metros. A morte do garoto Miguel desencadeou uma série de protestos por todo o país, inclusive na cidade de Tamandaré, distante 104 km do Recife.

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Ainda em nota, a Prefeitura afirmou que Sérgio vai prestar informações aos órgãos competentes "no momento próprio e de forma oficial". Leia a íntegra

A Prefeitura de Tamandaré, por meio de sua assessoria de imprensa, comunica que o Prefeito de Tamandaré/PE, Sérgio Hacker Corte Real se encontra profundamente abalado pelo fato já noticiado pela imprensa (lamentável perda do pequeno Miguel), e que no momento próprio e de forma ocial, prestará as informações aos órgãos competentes.

A esposa do prefeito responde agora por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) por permitir que Miguel subisse sozinho no elevador antes de cair do 9º andar. Além disso, a empregada doméstica Mirtes Renata Santana de Souza, mãe do garoto Miguel, consta como funcionária da Prefeitura Municipal de Tamandaré, caso que também está sendo apurado pelo Tribunal de Contas do Estado e pelo Ministério Público de Pernambuco.

TCE se posiciona

Em nota, o Tribunal de Contas do Estado informou que está apurando o caso de Mirtes Renata junto à prefeitura de Tamandaré. Após a fiscalização, constatada a veracidade dos fatos, o gestor poderá responder por crime de responsabilidade e infração político administrativa. Na existência de pagamentos por serviços não prestados, as pessoas envolvidas deverão ser chamadas a devolver a quantia recebida. Neste caso específico, o prefeito poderá responder solidariamente, ou seja, terá que também ressarcir os cofres públicos.

Revolta em Tamandaré

O clima de tensão também toma conta dos moradores. Para a beneficiária Nadja Cavalcanti, a irresponsabilidade que aconteceu gerou muita repercussão em Tamandaré. “Estamos todos muito abalados, vejo muita repercussão aqui e sinto muito pela grande perda dela. Também sou mãe, não deve ser fácil”. Ela também questiona: “Se fosse o contrário, Mirtes já não estaria presa? E quanto tempo ela ia pegar de cadeia? A gente tá muito triste com isso aqui em Tamandaré. É uma palavra forte, mas é revoltante”, opina.

Também mãe, a dona de casa Maria Edileuza da Silva diz ser um absurdo o que aconteceu. “Eu jamais deixaria uma criança sozinha. Tenho 4 crianças e tem que ter atenção a todo instante. Isso me revolta. Ela [Sari Côrte Real] tem que pagar por isso", afirma. Outro morador, Layete Dantas, aposentado, lamenta. “Foi uma calamidade. Espero que Deus conforte o coração dessa mãe, não é fácil perder um filho”.

Bruno Campos
Layete Dantas, aposentado - Bruno Campos
Bruno Campos
Raimundo Nonato, vice prefeito - Bruno Campos
Bruno Campos
Nadja Cavalcanti, beneficiária - Bruno Campos
Bruno Campos
Prefeitura de Tamandaré - Bruno Campos
BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
A Prefeitura de Tamandaré se manifestou em nota sobre Mirtes Renata constar como funcionária - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

Entenda caso

Miguel era filho de Mirtes Renata Santana de Souza, empregada doméstica no apartamento do prefeito e de sua esposa Sari Corte Real, que foi presa em flagrante e liberada, após pagamento de fiança, por ter deixado Miguel sozinho dentro do elevador do prédio.

Ao sair, a criança caiu de uma altura de 35 metros. O fato aconteceu na tarde da última terça-feira (2), quando Mirtes deixou o filho sob a responsabilidade da patroa e desceu para passear na rua com o cachorro da família. Ao voltar para o prédio, ela se deparou com o filho praticamente morto. Miguel ainda foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos provocados pela queda. 

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Confira nos vídeos abaixo a cobertura da TV Jornal sobre o Caso Miguel

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