Mobilidade

Dia do Ciclista tem entrega de ciclofaixa e ato pedindo mais estruturas durante a pandemia no Recife

O dia Nacional do Ciclista é comemorado nesta quarta-feira (19). No Recife, houve inauguração de ciclofaixa e ato pedindo a expansão da malha cicloviária durante a pandemia

Mayra Cavalcanti
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Mayra Cavalcanti
Publicado em 19/08/2020 às 14:14 | Atualizado em 20/08/2020 às 10:58
YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
DESAFIO O Recife evoluiu, mas poderia estar muito melhor se a infraestrutura estivesse nos corredores viários e nas grandes avenidas - FOTO: YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM

Protesto e promessas, mas também motivos para comemorar. No Recife, o dia Nacional do Ciclista, celebrado nesta quarta-feira (19), foi representado por uma mistura destes acontecimentos. De um lado, a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) inaugurou mais uma ciclofaixa, localizada no bairro do Rosarinho, na Zona Norte, com dois quilômetros de extensão, e prometeu a construção de mais cinco até o fim do mês de setembro. Do outro, ativistas ligados à Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo) realizam um ato, em frente à Câmara Municipal da cidade, para cobrar a expansão da malha cicloviária durante a pandemia do novo coronavírus.

O articulador da Ameciclo, Daniel Valença, explica que o ato foi organizado a partir da campanha Ciclovias Salvam Vidas, que surgiu durante a pandemia, como uma forma de pedir o aumento e a melhoria das estruturas para quem usa bicicleta nas cidades e, assim, reduzir a quantidade de pessoas no transporte público e, consequentemente, as aglomerações. "Várias cidades do mundo têm feito isso, aqui no Brasil temos o exemplo de Belo Horizonte. A prefeitura tem implantado algumas ciclofaixas, mas geralmente em ruas paralelas, de bairro, vias que já são acalmadas, quando os locais mais urgentes são as avenidas", declara.

Durante o ato feito nesta quarta, o grupo protocolou, junto à prefeitura, Câmara e governo, um pedido para que haja essa implantação nas vias de maior fluxo de veículos. Para Daniel, o que está faltando é a priorização de quem usa a bike para se locomover. "O ciclista merece prioridade nas avenidas, porque priorizar em via secundária, como tem sido feito, não é priorizar. Priorizar é colocar em primeiro lugar e, na nossa cidade, nós ciclistas não estamos", completa, defendendo que estruturas cicloviárias deveriam ser implantadas em locais como Avenida Agamenon Magalhães, Mascarenhas de Morais, Abdias de Carvalho, Caxangá e Norte.

YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
Secretaria de Turismo em parceria com a CTTU inauguram hoje (19) ciclofaixa com grafitagem na zona norte de Recife. - YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
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INAUGURAÇÃO Ciclofaixa no Rosarinho tem extensão de dois quilômetros - YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
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Secretaria de Turismo em parceria com a CTTU inauguram hoje (19) ciclofaixa com grafitagem na zona norte de Recife. - YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
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Secretaria de Turismo em parceria com a CTTU inauguram hoje (19) ciclofaixa com grafitagem na zona norte de Recife. - YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
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Secretaria de Turismo em parceria com a CTTU inauguram hoje (19) ciclofaixa com grafitagem na zona norte de Recife. - YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
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Secretaria de Turismo em parceria com a CTTU inauguram hoje (19) ciclofaixa com grafitagem na zona norte de Recife. - YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
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Secretaria de Turismo em parceria com a CTTU inauguram hoje (19) ciclofaixa com grafitagem na zona norte de Recife. - YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM


O grupo, inclusive, em parceria com a Rede Meu Recife, criou uma petição online para que essa expansão durante a pandemia da covid-19. Sobre a ciclofaixa inaugurada nesta quarta no Rosarinho, Daniel pondera que, apesar de ela estar estreita em alguns pontos, como na Rua Neto de Mendonça, a estrutura trouxe um benefício para os pedestres e também para ciclistas. "No geral, o projeto está decente. Há o que melhorar, mas a parte da praça está muito legal e a ciclofaixa da General Abreu e Lima está muito boa", acrescenta.

A Ciclofaixa Rosarinho compreende as ruas Hoel Sette, Neto de Mendonça, Doutor José Maria, Simão Mendes, General Abreu e Lima, Couto Magalhães e Salvador de Sá. O equipamento faz conexão com as estruturas já existentes, que ficam na Santos Dumont e na Marquês de Abrantes. No local, também foi feita uma área de trânsito calmo, visando a proteção de pedestres e ciclistas. A presidente da CTTU, Taciana Ferreira, diz que a ciclofaixa representa mais um avanço e que, até setembro, a capital pernambucana passará a contar com 140 quilômetros de malha cicloviária. Segundo ela, o novo equipamento faz parte da rede complementar do Plano Diretor Cicloviário (PDC), que estabelece que, até 2024, o Recife deve construir 178 quilômetros de rede complementar (de responsabilidade das prefeituras).

"Nossa meta é chegar até 150 quilômetros até o fim do ano. Em setembro, 140 quilômetros, mas vamos continuar nossos estudos. Porque não é apenas olhar para o ciclista, mas olhar para a mobilidade e para a segurança viária. Por isto que nessa ciclofaixa, o benefício está sendo grande, porque também implantamos 18 faixas para a travessia. Ganha o ciclista e ganha o pedestre", afirma a presidente da CTTU. Na Zona Norte do Recife, até setembro, será entregue a segunda etapa da Rota Othon Paraíso. No Centro, será construída a quarta etapa da Rota Boa Vista, conectando a Ilha do Leite à Avenida Conde da Boa Vista.

Ao todo, entre a Zona Norte e o Centro, serão quase 50 quilômetros interligados. Já na Zona Sul, a Ciclofaixa Joana Bezerra fará conexão entre a Zona 30 da Ilha do Leite com o Terminal Integrado e, na Zona Oeste, a Ciclofaixa Paris passará a ser interligada às estruturas que ficam na Arquiteto Luiz Nunes e Antônio Falcão. Entre as Zonas Sul e Oeste, serão cerca de 52 quilômetros de malha cicloviária.
O coordenador pondera que a Ameciclo realizou um planejamento de como poderiam ter sido empregados os quilômetros implantados pela prefeitura neste ano. Entre as sugestões estavam tornar a Ciclofaixa de Turismo e Lazer permanente, construir as estruturas nas grandes avenidas e fazer as vias em vias próximas para que a rede fosse conectada.

"Nós miramos nos 250 quilômetros que estão no PDC. Desse, a gente fez uma medição e viu que alguns dos quilômetros que a prefeitura considera que entregou não são válidos, porque consideram ciclorrotas, que não deveria contar, e também considera a ida e a volta. A estratégia é vender quilômetros", acrescenta Valença. O PDC é um documento construído em conjunto entre as prefeituras e o Governo do Estado. Nele, para o Recife, são previstos 178 quilômetros entregues pela gestão municipal, e outros 70,9, de responsabilidade do governo.

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