Educação

UFPE inicia nesta segunda-feira aulas em formato remoto para mais de 25 mil alunos

A retomada das aulas foi marcada por uma aula inaugural transmitida através do Youtube

JC
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Publicado em 24/08/2020 às 10:32 | Atualizado em 24/08/2020 às 17:05
REPRODUÇÃO/FACEBOOK UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Aulas presenciais foram suspensas em 16 de março devido à pandemia - FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Atualizada às 12h07

Com aula inaugural online, que contou com a participação de diversos representantes da comunidade acadêmica, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) deu início, nesta segunda-feira (24), ao Semestre Letivo Suplementar 2020.3. O evento, que foi transmitido pelo Youtube, marcou a retomada das atividades para os mais de 25 mil alunos que se matricularam em disciplinas remotas, que serão ministradas por mais de 1.900 docentes da UFPE.Foram cinco meses com as atividades suspensas devido à pandemia do novo coronavírus

Durante a transmissão, o reitor da UFPE, Alfredo Gomes, destacou as atividades desenvolvidas pela instituição no combate à pandemia do novo coronavírus, como a realização de mais de 20 mil testes do tipo RT-PCR, as pesquisas relacionadas ao sequenciamento genético do vírus e os atendimentos feitos no Hospital das Clínicas ao longo dos últimos cinco meses. O reitor também falou sobre o desafio de dar início às atividades de forma remota, já que a universidade sempre teve o perfil presencial. "Trata-se de um momento histórico, mas de grande desafio. Um deles é como nós, enquanto universidade, vamos inspirar os estudantes a continuar acreditando no processo de aprendizagem", comenta.

A volta às aulas na UFPE acontece com disciplinas ministradas virtualmente. A matrícula dos alunos e a participação dos professores é facultativa. Quem optou por não cursar cadeiras a distância não será prejudicado e poderá dar continuidade à graduação quando o semestre 2020.1, com aulas presenciais, retomar. A instituição lançou um edital voltado para alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica, para fornecer plano de dados móveis e aparelhos eletrônicos, possibilitando a matrícula no semestre letivo 2020.3.

De acordo com a UFPE, 25.085 estudantes se matricularam nas 2.259 disciplinas ofertadas pela instituição. As cadeiras serão ministradas por 1.906 docentes, em um total de 2.937 turmas formadas. As aulas da universidade estavam marcadas, inicialmente, para serem retomadas no dia 17 de agosto, no entanto, foram adiadas para esta segunda-feira (24). O reitor explica que o processo de retomada se deu após diversas reuniões entre coordenadores, técnicos, gestão e estudantes da universidade. 

Professor do Departamento de Eletrônica e Sistemas da UFPE, João Marcelo Teixeira explica que, durante os últimos cinco meses, o corpo docente passou por diversos tipos de preparação. Reuniões e capacitação para ensinar a mexer nas ferramentas fizeram parte desta adaptação. Para ele, o maior desafio do semestre é conciliar a vida acadêmica dentro de casa, pois, além das aulas online, ainda há atividades como participação em bancas, organização de eventos científicos e orientação de estudantes. "Estamos no tempo bom para retomar, mesmo que de forma facultativa. Essa experiência serve de bom teste para rever algumas práticas que temos na universidade. Vai que, ano que vem, a gente cursa carga horária de aula remota?", declara.

A estudante Amanda Arruda, de 23 anos, ia se formar no curso de Nutrição da UFPE ainda em 2020. Com a pandemia, os seus planos foram interrompidos. No semestre letivo 2020.3, ela conseguiu se matricular em uma cadeira, e reclama da dificuldade de cursar os estágios obrigatórios do curso. "Como eu estou no último período, só estava faltando o estágio e a cadeira de TCC 2. Era para eu ter me formado em julho, mas estamos com muita dificuldade, principalmente com o estágio. Eu quero tentar fazer a seleção de mestrado, que é em novembro, mas não sei se conseguirei estar formada até lá", diz.

Willams Fernando, de 23 anos, cursa História na UFPE. No sétimo período, o estudante, que se matriculou em duas cadeiras, espera que o semestre seja proveitoso. "Eu espero que dê certo, mas não coloquei grandes expectativas. O problema que eu enfrento é em relação à internet, porque pode ser que fique caindo, que eu não consiga. Faço parte de dois projetos de cursinho voluntário da federal e, às vezes dando aula, a internet fica ruim", relata o jovem.

Calendário acadêmico de 2020.3

- Matrículas | Até o dia 14/08/2020;
- Ajuste de matrícula (pelas coordenações) | De 15 a 18/08, até as 17h;
- Concessão e solicitação de vagas aos outros cursos da UFPE | De 17 a 20/08, até as 17h;
- Complementação de matrícula | De 19 a 24/08, até as 17h;
- Ajuste final de oferta pelas coordenações | De 25/08 a 26/08/2020, até as 18h;
- Período letivo suplementar | Início em 24/08/2020 e término em 24/11/2020;
- Realização dos exames finais | Até 09/12/2020;
- Último dia para lançamento de notas referentes no Siga | 17/12/2020.

Corte de verbas

Na semana passada, os reitores das instituições federais em funcionamento em Pernambuco repetiram o lamento nacional pelo possível corte de verbas na ordem de R$ 4,2 bilhões para a educação anunciado recentemente pelo Ministério da Educação (MEC). Deste montante, R$ 1 bilhão sairia das universidades federais e R$ 434,3 milhões dos institutos federais. Em coletiva na última terça-feira (18), os reitores das UFPE, Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) alertaram que, caso a redução linear de 18,23% não seja revista, as instituições terão o funcionamento e, principalmente, as ações de pesquisa e extensão e a assistência estudantil comprometidas.

Caso a queda se concretize, o orçamento da UFPE passaria de R$ 161 milhões em 2020 para R$ 130 milhões em 2021. O da UFRPE sairia de R$ 70,3 milhões para R$ 57 milhões. E o do IFPE cairia de R$ 74 milhões para R$ 54 milhões. Durante a aula inaugural, o reitor Alfredo Gomes falou sobre o corte nas verbas da universidade e disse que já havia se reunido com dez parlamentares sobre o assunto. Segundo eles, todos garantiram que seriam contrários ao corte. "Com nossa equipe, já tivemos reuniões com parlamentares e a pauta central tem sido o corte, que pode inviabilizar o funcionamento da universidade. Temos agenda com outros parlamentares para que a gente possa ampliar esse leque", afirmou o reitor.

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