Polícia Civil de Pernambuco mira organização criminosa envolvida em homicídios, tráfico e porte ilegal de arma

Operação mobiliza cem policias civis nesta quarta-feira (26)
JC
Publicado em 26/08/2020 às 6:37
Os mandados estão sendo cumpridos em Igarassu, Nova Cruz, Cruz de Rebouças e Paulista Foto: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM


Atualizada às 12h do dia 27 de agosto

A Polícia Civil de Pernambuco desencadeou, na manhã desta quarta-feira (26), a operação "Canoas", que tem como objetivo identificar integrantes e desarticular organização criminosa voltada à prática de crimes como homicídios, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Foram expedidos 8 mandados de prisão, 9 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pela Vara Criminal de Igarassu, e outros 2 mandados de busca e apreensão de adolescente em conflito com lei, expedidos pela Vara da Infância e Juventude de Igarassu.

Na manhã da quinta-feira (27), a Polícia Civil informou, por meio de coletiva de imprensa, que todos os mandados apreensão e de busca e apreensão de adolescente em conflito foram cumpridos. Entretanto, apenas dois dos oito mandados de prisão foram efetuados. Além disso, foi realizada uma prisão em flagrante. Entre as apreensões, estão armas, celulares e uma quantidade considerável de dinheiro, que não teve valor divulgado pela polícia. A corporação acredita que o dinheiro seja fruto do tráfico de drogas.

Os mandados foram cumpridos em Igarassu e Paulista. A organização criminosa é responsável por comandar o tráfico de drogas na região, bem como é responsável pela a prática de pelo o menos cinco homicídios feitos com "requintes de crueldade", segundo a polícia, entre maio e julho de 2020, em especial contra líderes comunitários que se opõem ao tráfico. Um dos assassinatos foi contra um pai e de um filho em junho de 2020 na comunidade de Cueiras, bairro de Cruz de Rebouças, Igarassu. "O filho tentou interferir na ação e acabou sendo morto também com vários disparos. Inclusive, cravaram uma faca na testa deles. Inclusive um chegou a falar: "agora ficou bonitinho", disse a delegada Natasha Dolci.

Estes seriam as primeiras vítimas, já que o grupo criminoso prometia a morte de mais moradores da localidade. Segundo a Polícia, o medo se instalou na comunidade de Cuieiras, motivando mais de 10 famílias a se mudarem da localidade, de acordo com relato de testemunhas.

"Eles matavam vítimas, em sua maioria que se opunham ao tráfico; pessoas de bem, tidas como líderes comunitários que não queriam a traficância no local. Todos [os homicídios eram feitos] com requintes de crueldade, com vários disparos de arma de fogo. Eles atuavam sempre com o mesmo Modus operandi: abordavam a vítima, mandavam ela se ajoelhar e efetuavam vários disparos", explicou a delegada Dolci.

O grupo se autodeclara integrantes do Comando Maria Farinha, alguns deles possuem nos dedos a tatuagem “C.M.F” e “O.P.P”. Esta última sigla corresponde a “Os Psicopatas do Pontal”.

A operação foi batizada com a nomenclatura “Canoas” devido a maioria dos integrantes serem de Maria Farinha (Paulista/PE) e utilizam pequenos barcos (canoas) para o transporte entre Maria Farinha e Cruz de Rebouças.

O início da investigação ocorreu em junho de 2020. A Operação Canoas está vinculada à Diretoria Integrada Especializada - DIRESP, sob a presidência da delegada Natasha Dolci, Delegada Adjunta da 9ª Delegacia de Polícia de Homicídios – 9ª DPH, integrante da Divisão de Homicídios Metropolitana Norte – DHMN.

As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco – DINTEL. A operação mobiliza 100 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães.

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