Uma homem de 70 anos que foi ferido durante o tiroteio que aconteceu entre um major da Polícia Militar e um policial penal em um bar em Boa Viagem, no Recife, na noite de sábado (5), morreu às 19h dessa quarta-feira (9), elevando o número de mortos do incidente para três. A informação foi repassada à reportagem na manhã desta quinta-feira (10), pela assessoria do Hospital da Restauração (HR), onde a vítima estava internada. Outras quatro pessoas ficaram feridas, incluindo os envolvidos na briga. Uma recebeu alta nessa quarta.
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George Mauro de Carvalho Vasconcelos, de 70 anos, passou por neurocirurgia após ter levado um tiro no rosto, perto do olho, ainda no sábado (5). O paciente foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na quarta-feira (9), e estava em estado grave.
Ele era cliente do bar e estava na mesma mesa que Ekel de Castro Pires, 62 anos, e Cláudio Bezerra Bandeira de Melo Sobrinho, 57 anos, os dois outros homens que morreram. Os três não teriam envolvimento com os homens que participaram da briga, segundo testemunhas.
Outros feridos
A troca de tiros aconteceu entre o PM José Dinamérico Barbosa da Silva Filho, 49, e o policial penal Ricardo de Queiroz Costa, 40. O primeiro está no Hospital Português, com uma bala alojada próxima à coluna vertebral torácica. No domingo, ele foi submetido a uma cirurgia.
Já Ricardo, está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Joana, após ter levado três tiros. Uma das balas perfurou bexiga e intestinos. Ele passou por uma cirurgia para reconstruir a bexiga, o sigmoide, intestino delgado, intestino grosso e reto, e terá que fazer um novo procedimento para reconstruir os tendões do braço direito nesta sexta-feira (11), segundo a esposa dele. Está sob risco de infecção.
O Hospital Português afirmou que só divulgará novos boletins sobre o estado de saúde das vítimas se houver alguma atualização. O último, divulgado nessa segunda-feira (7), informava que Dinamérico "Está na UTI, hemodinamicamente estável, em respiração espontânea, com medicações para controle de dor. Sem previsão de alta até o momento".
Eva Valéria Alves do Nascimento, 55, que estava internada no Hospital Português, recebeu alta na quarta-feira (9), e continuará fazendo fisioterapia em casa, segundo o filho dela.
Eduardo Bernardo Gomes Insfran, 55, também estava no Português, que não deu novidades acerca do estado de saúde dele. A última informação, no entanto, era de que ele estava estável. Eduardo é filho do cônsul do Paraguai, Guillermo Insfran.
Nem Eva, nem Eduardo, tinham envolvimento com os homens que participaram da briga.
Justiça decreta prisão preventiva de envolvidos
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou a prisão preventiva do major da Polícia Militar e do policial penal envolvidos no tiroteio. O policial militar José Dinamérico Barbosa da Silva Filho e o policial penal Ricardo de Queiroz Costa já haviam sido autuados e presos em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio, segundo a Polícia Civil. No domingo (6), porém, durante audiência de custódia o juiz Jorge Luiz dos Santos Henriques converteu a prisão em preventiva.
Segundo a Polícia Civil, ao receberem alta, os suspeitos serão encaminhados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Cordeiro, Zona Oeste do Recife, para prestar depoimento. De lá, o PM deve ser encaminhado ao Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), em Abreu e Lima, no Grande Recife, enquanto o policial penal deve ir para o Centro de Triagem (Cotel), no mesmo município.
Como aconteceu
A confusão aconteceu no Bar do Primo, localizado na Rua Professor José Brandão. Houve uma discussão entre um major da PM, chamado Dinamérico, e um policial penal, identificado como Ricardo, dando início ao tiroteio. Ambos ficaram feridos. Pelo menos sete viaturas foram enviadas ao local. Policiais do 19º Batalhão aprenderam, no bar, três pistolas, quatro carregadores de pistolas e 39 balas (24 munições de calibre 9mm e 15 de calibre 380.).
Na ocorrência, sete pessoas foram atingidas pelos disparos. Um homem faleceu no local e outro veio a óbito em uma unidade hospitalar, para onde foi socorrido. Os mortos eram clientes do bar e, segundo testemunhas, não estavam envolvidos na briga. Eles foram o corretor Ekel de Castro Pires, 62 anos, e o empresário Cláudio Bezerra Bandeira de Melo Sobrinho, 57.
Outras cinco pessoas, incluindo os suspeitos de efetuarem os disparos, foram hospitalizadas em unidade de saúde do Recife.
Os mortos
* Cláudio Bezerra Bandeira de Melo Sobrinho, 57 anos, dono de uma oficina mecânica. Era casado e não tinha filhos. Segundo testemunhas, era cliente do bar e estava numa das mesas vizinhas ao do policial penal. Levou um tiro nas costas e foi socorrido com vida para o Hospital da Restauração. Mas lá não resistiu e morreu
* Ekel de Castro Pires, 62 anos, corretor de imóveis. Era casado e tinha quatro filhos. Morava perto do bar e costumava frequentá-lo. Estava na mesma mesa que Claudio. Morreu no local
* George Mauro de Carvalho Vasconcelos, 70 anos. Estava na mesma mesa que Ekel e Claudio, os dois que morreram. Está internado no Hospital da Restauração em estado grave. Levou um tiro no rosto, perto do olho. Passou por uma cirurgia na noite de sábado e morreu na quarta-feira (9)
Os feridos
* José Dinamérico Barbosa da Silva Filho, 49 anos. Major da Polícia Militar, foi um dos envolvidos na discussão. Está internado no Hospital Português
* Ricardo de Queiroz Costa, 40 anos. Policial penal, também foi um dos envolvidos na briga. Está internado na UTI do Hospital Santa Joana. Segundo sua esposa, ele levou três tiros: um no punho, que provocou fratura exposta; outro no joelho e o terceiro na pélvis. Esse último perfurou bexiga e intestinos
* Eva Valéria Alves do Nascimento, 55 anos. Está internada no Hospital Português, com quadro estável. Levou dois tiros no braço direito. Era uma das clientes do estabelecimento. Recebeu alta na quarta-feira (9)
* Eduardo Bernardo Pereira Gomes Insfran, 55 anos. Levou um tiro de raspão no abdômen, mas está estável, internado no Hospital Português. Ele é filho do cônsul do Paraguai no Recife, Guillermo Insfran. Era um dos clientes e não conhecia os dois homens que participaram da briga
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