Atualizada em 07.09.20, às 9h21
O tiroteio entre um major da PM e um policial penal, na noite de sábado, em um bar de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, terminou com dois mortos e cinco feridos. Um homem morreu no local e outro após ser socorrido para um hospital da capital pernambucana. As vítimas fatais foram o corretor Ekel de Castro Pires, 62 anos, e o empresário Cláudio Bezerra Bandeira de Melo Sobrinho, 57.
A confusão aconteceu no Bar do Primo, localizado na Rua Professor José Brandão, por volta das 18h30. Houve uma discussão entre o major José Dinamérico Barbosa da Silva Filho, e o policial penal Ricardo de Queiroz Costa, dando início ao tiroteio. Ambos ficaram feridos.
Ricardo levou três tiros e está internado, em estado grave, na UTI do Hospital Santa Joana. Uma das balas perfurou bexiga e intestinos. O major levou um tiro e segundo um colega da corporação, a bala está alojada na coluna e os médicos do Hospital Português, para onde foi levado, avaliam se precisará de cirurgia. Mas não corre risco de morrer.
Na mesma unidade de saúde estão dois clientes do bar que acabaram atingidos pelas balas: Eduardo Bernardo Gomes Insfran, 55; e Eva Valéria Alves do Nascimento, 55, ambos estáveis, sem gravidade. Os dois não teriam envolvimento com os homens que participaram da briga.
O quinto ferido é George Mauro de Carvalho Vasconcelos, 70 anos. Ele é cliente e estava na mesma mesa que Ekel e Claudio, os dois que morreram. Está internado no Hospital da Restauração em estado grave. Levou um tiro no rosto, perto do olho.
Pelo menos sete viaturas foram enviadas ao local. Policiais do 19º Batalhão aprenderam, no bar, três pistolas, quatro carregadores de pistolas e 39 balas (24 munições de calibre 9mm e 15 de calibre 380.). Segundo a PM, todo o material apreendido foi encaminhado para o DHPP, que irá conduzir as investigações da ocorrência.
FLAGRANTE
Segundo a SDS, os dois suspeitos de participarem da troca de tiros foram presos em flagrante e responderão pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio. “Estão sob custódia da Polícia Militar e, tão logo tenham condições de saúde, prestarão depoimento à Polícia Civil. Outros elementos de prova, como testemunhas, imagens e perícias criminais, estão sendo coletados de modo a elucidar o caso", diz a SDS.
"Por serem servidores públicos, os envolvidos responderão a Processo Administrativo Disciplinar, conduzido pela Corregedoria Geral da SDS. As corporações às quais eles pertencem, a Polícia Militar e a Secretaria Executiva de Ressocialização, também instauraram sindicância para apurar possíveis infrações administrativas”, complementa a secretaria.
“A Segurança Pública, assim como os demais órgãos que integram o Pacto pela Vida, lamentam profundamente que servidores públicos cuja missão é proteger a sociedade possam estar envolvidos em um fato tão trágico para as vítimas fatais, feridos e demais presentes no momento da ocorrência. Não apenas nos solidarizamos com os familiares, amigos e entes queridos, como reiteremos o empenho e a seriedade das Forças de Segurança, atuando de forma integrada, na investigação dos fatos e responsabilização dos envolvidos, tanto no âmbito criminal como no administrativo disciplinar”, acrescenta a SDS.
ESCLARECIMENTO
Em nota, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) esclareceu que o major da Polícia Militar José Dinamerico Barbosa da Silva Filho está cedido ao Judiciário estadual, atuando na área administrativa da Assistência Policial Militar e Civil do TJPE, mas não se encontrava em serviço no momento da ocorrência.
"O Tribunal está acompanhando o caso e aguardando a apuração para tomar as medidas necessárias. A Assistência Policial é integrada por policiais militares e civis, além de bombeiros militares, que atuam na segurança de magistrados e servidores, além de garantir a proteção das instalações físicas das unidades judiciais e de atuar na prevenção de situações de periculosidade", destacou a nota.
PRISÃO PREVENTIVA
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou a prisão preventiva do major da Polícia Militar e do policial penal envolvidos em um tiroteio em um bar no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, no sábado (5). Durante a troca de tiros, cinco pessoas ficaram feridas e duas morreram.
O policial militar José Dinamérico Barbosa da Silva Filho e o policial penal Ricardo de Queiroz Costa já haviam sido autuados e presos em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio, Segundo a Polícia Civil. No domingo (6), porém, durante audiência de custódia o juiz Jorge Luiz dos Santos Henriques converteu a prisão em preventiva.
SAIBA MAIS
Os mortos
* Cláudio Bezerra Bandeira de Melo Sobrinho, 57 anos, dono de uma oficina mecânica. Era casado e não tinha filhos. Segundo testemunhas, era cliente do bar e estava numa das mesas vizinhas ao do policial penal. Levou um tiro nas costas e foi socorrido com vida para o Hospital da Restauração. Mas lá não resistiu e morreu
* Ekel de Castro Pires, 62 anos, corretor de imóveis. Era casado e tinha quatro filhos. Morava perto do bar e costumava frequentá-lo. Estava na mesma mesa que Claudio. Morreu no local
Os feridos
* José Dinamérico Barbosa da Silva Filho, 49 anos. Major da Polícia Militar, foi um dos envolvidos na discussão. Está internado no Hospital Português. A unidade de saúde não deu informações sobre o estado de saúde dele, mas um colega da corporação afirmou que o major está com um tiro alojado perto da coluna e os médicos avaliam se precisará passar por cirurgia.
* Ricardo de Queiroz Costa, 40 anos. Policial penal, também foi um dos envolvidos na briga. Está internado na UTI do Hospital Santa Joana e corre risco de morrer. Segundo sua esposa, ele levou três tiros: um no punho, que provocou fratura exposta; outro no joelho e o terceiro na pélvis. Esse último perfurou bexiga e intestinos
* Eva Valéria Alves do Nascimento, 55 anos. Está internada no Hospital Português, com quadro estável. Levou dois tiros no braço direito. Era uma das clientes do estabelecimento.
* George Mauro de Carvalho Vasconcelos, 70 anos. Estava na mesma mesa que Ekel e Claudio, os dois que morreram. Está internado no Hospital da Restauração em estado grave. Levou um tiro no rosto, perto do olho. Passou por uma cirurgia na noite de sábado
* Eduardo Bernardo Pereira Gomes Insfran, 55 anos. Levou um tiro de raspão no abdômen, mas está estável, internado no Hospital Português. Ele é filho do cônsul do Paraguai no Recife, Guillermo Insfran. Era um dos clientes e não conhecia os dois homens que participaram da briga