Caso Miguel

Instituto Menino Miguel é criado pela UFRPE

Projeto visa unir iniciativas relacionadas ao cuidado com a vida

Douglas Hacknen
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Douglas Hacknen
Publicado em 13/10/2020 às 16:59 | Atualizado em 13/10/2020 às 21:01
DAY SANTOS/JC IIMAGEM
Miguel procurava pela mãe quando caiu de uma altura de aproximadamente 35 metros - FOTO: DAY SANTOS/JC IIMAGEM

Foi lançado na tarde desta terça-feira (13) pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) o "Instituto Menino Miguel". Com o intuito de unir iniciativas relacionadas ao cuidado com a vida, da infância ao envelhecimento, além de se aproximar da promoção da justiça social e dos direitos humanos, o projeto leva em seu nome uma homenagem à criança Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos. O menino morreu, ao cair do 9º andar de um prédio de luxo no dia 2 de junho, no Recife, onde estava aos cuidados da patroa da mãe, empregada doméstica, que passeava com os cães da família.

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O Instituto foi lançado, em dois momentos: presencialmente, à tarde, para convidados, e de maneira remota, à noite, em live. Em ambos os formatos, tiveram participações de representantes de entidades envolvidas com as causas, a exemplo da cantora e compositora Adriana Calcanhoto, que doou ao Instituto os direitos da música "2 de junho" (confira abaixo), que ela fez falando sobre o caso.

O órgão abrigará inicialmente a Escola de Conselhos de Pernambuco, o Núcleo do Cuidado Humano, o Núcleo do Envelhecimento e o Observatório da Família, estruturas já existentes na UFRPE que se unem para o desenvolvimento de pesquisas, projetos e políticas voltadas ao bem-estar e à qualidade de vida de crianças, jovens, famílias e pessoas idosas. Todo o processo contará com a participação da mãe de Miguel, Mirtes Renata de Souza.

“Pretendemos manter juntos, em uma ação orgânica e sistêmica da UFRPE, os quatro núcleos que têm como objetivo o acolhimento do ser humano desde a infância até o processo de envelhecimento”, ressalta o reitor da Universidade, professor Marcelo Carneiro Leão. Num momento posterior, outras ações serão incorporadas.

Coordenador do Instituto Menino Miguel, professor Humberto Miranda, disse que a instituição possibilitará que a Universidade esteja ainda mais perto das causas populares, e mantém viva a memória de Miguel Otávio. “Essa memória não deve ser apagada, pois, assim como Miguel, Mirtes e Marta, há outras crianças, mães e avós que precisam ser escutadas. Dessa forma, Miguel vive”, enfatiza.

Audiência marcada

Quase quatro meses depois da morte do menino Miguel Ótávio, 5 anos, a Justiça de Pernambuco marcou, no último dia 27 de setembro, a primeira audiência de instrução e de julgamento do caso. Miguel caiu do nono andar do edifício de luxo Píer Maurício de Nassau, que fica no condomínio conhecido como Torres Gêmeas, no dia 2 de junho deste ano, enquanto estava sob tutela da patroa da mãe dele, Sarí Corte Real. Às 9h do dia 3 de dezembro, testemunhas de acusação e de defesa e a ré serão ouvidas pela Justiça.

No dia 3 de dezembro, quando todos forem ouvidos em juízo, será a vez de Sarí Corte Real responder aos questionamentos. Ela tem o direito de ficar calada. Finalizada esta etapa, acusação e defesa vão apresentar as alegações finais. O prazo é de até dez dias a partir da notificação. Por fim, o juiz da 1ª Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente da Capital dará a sentença.

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