Atualizada às 12h45
Em protesto realizado em frente à sede da Prefeitura do Recife, no Bairro do Recife, nesta quarta-feira (14), as famílias contempladas pelo conjunto habitacional em construção Ruy Frazão, na Rua 21 de Abril, cobram do município a liberação da certidão do IPTU da área. Segundo os manifestantes, a documentação é o que falta para ser retomada a obra do edifício, em atraso há anos. O ato, que teve início por volta das 10h, foi mobilizado pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas.
O habitacional é um projeto realizado pelo Minha Casa Minha Vida (MCMV) com a entidade e vai beneficiar 336 famílias sem moradia. O coordenador nacional do movimento, Cleber Santos, pontua que o IPTU está em análise há dois anos. “Se não sair esse documento, a obra fica paralisada", falou, lembrando que o andamento já está atrás no cronograma. "Esse projeto foi contratado em 2017, e, por questões burocráticas, iniciou atrasada, em 2020, com diminuição de recurso.”
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De acordo com Santos, a prefeitura já realizou uma análise prévia, mas o processo não andou. “Uma auditora da Secretaria de Finanças fez uma análise prévia e disse que indeferiu. Ela não analisou todos os documentos do processo. Além de demorar, não resolveu essa situação”, reclamou.
O organizador frisa que há 71 mil pessoas no Recife em situação de déficit habitacional. “E o Ruy Frazão é o único em construção pelo MCMV. Recurso não tem mais, o Governo Federal não contratou nenhum mais”, comentou. “Acho que a prefeitura quer que o Rui Frasão entre nas estatísticas dos vários conjuntos habitacionais com obra paralisada”, acrescentou, citando os projetos da Vila Brasil e do Sérgio Loreto, ambos no bairro de São José, na área central da capital.
Uma das pessoas beneficiadas com imóvel no Ruy Frazão é Elzanira da Silva, 56. O caminho até conseguirem o habitacional foi longo. “Nove anos de luta”, pontuou. “Ocupamos um terreno lá no Engenho do Meio, e com a negociação com o Governo Federal a gente conquistou o terreno na Rua 21 de Abril, em Afogados. O conjunto já está sendo construído, mas se esse documento não for entregue, a verba vai ser interrompida”, relembrou.
À espera de uma resolução, Elzanira mora em um puxadinho com mais quatro famílias. Educadora social, ela está desempregada desde que teve início a pandemia do coronavírus e não conseguiu mais realizar suas oficinas. Nem ela nem suas três filhas e dois netos têm casa própria. “É muito desgastante. Muito difícil, as famílias tudo precisando. A maioria são mães solo. A gente está numa luta grande”, revelou.
Na estimativa dos organizador, há 200 pessoas presentes no ato. Uma comitiva foi recebida por representantes da Secretaria de Governo e Participação Social e de Finanças da Prefeitura do Recife para discutirem a pauta.
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