Fiscalização tem muito trabalho em Porto de Galinhas no 2º sábado de restrições

Banho de mar, aglomerações na areia e muita gente sem máscara foi o cenário encontrado neste sábado (13) na praia de Porto de Galinhas, município de Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco. A Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal estavam ostensivamente no local orientando e retirando banhistas da água, mas a iniciativa não resolveu o problema. Pernambuco está no segundo fim de semana de restrições mais rígidas no intuito de conter a disseminação da covid-19. Praias, parques e comércio devem permanecer fechados. O Estado totaliza 316.424 casos confirmados da doença, com 11.357 mortes.

Bastava a fiscalização dar as costas que os banhistas voltavam ao mar. Um dos principais destinos turísticos do país, Porto de Galinhas tinha muita gente de outros estados na tarde deste sábado. Um desses turistas era o rotulador Ademar, de 46 anos. Ele reconheceu que Porto de Galinhas é muito "tumultuado" nos fins de semana, mas acha que as medidas poderiam ser mais flexíveis. "Pelo menos a gente tomar banho um pouquinho na beira, acredito que deveria ser liberado, como está liberado andar na praia. Claro que é preciso se conscientizar para não ir parar no hospital, sabemos que o negócio está crítico. Mas banho de mar acredito que deveria ser liberado", disse.

Ademar era uma exceção em meio aos banhistas que estavam em Porto. A grande maioria não usava máscara e andava em grupos, o que não é permitido pelo decreto do Governo de Pernambuco. Apenas atividades esportivas individuais são permitidas na areia, como caminhada e corrida.

Boa Viagem tem cenário semelhante ao de Porto de Galinhas

Apesar do apelo do secretário estadual de Saúde, André Longo, feito nessa sexta-feira (12), para que a população colabore para que não seja necessário um novo lockdown em Pernambuco, o que se viu na manhã deste sábado (13) em Boa Viagem, no Recife, foi muita gente circulando na praia (alguns sem a máscara), pessoas andando em grupos, praticando esportes coletivos e tomando banho de mar. Tudo o que é proibido pelo decreto estadual para conter a covid-19.

Na altura do Segundo Jardim de Boa Viagem a circulação de pessoas era intensa.  Algumas famílias estavam com crianças na água e só foram convidadas a se retirar pela fiscalização dos Bombeiros, depois que nossa reportagem chegou à praia. Em frente ao Edifício Acaiaca havia tanta gente no calçadão e na areia, que mais parecia um final de semana normal.

A estudante de Medicina, Natália, 30 anos, caminhava sozinha pela praia usando máscara. Ela concorda com as medidas do governo em relação ao fechamento de parques e limitação ao uso da praia. "Acho correto porque diminui o número de pessoas na rua. Sem o comércio na praia também fica mais seguro porque alguns não seguem as regras de higiene e distanciamento", afirmou a estudante.

o agente de viagens Lúcio, de 67 anos, era outro que caminhava pela praia usando máscara. Turista do Rio de Janeiro, ele não concorda com o fechamentos dos parques e restrição nas praias. "Se durante a semana funciona tudo, por que fechar no final de semana? Poderia funcionar com restrições", afirmou.

Outro que caminhava na praia, fazendo uso correto da máscara, o  gráfico Antenor Pinheiro, de 57 anos, concorda parcialmente com as medidas restritivas do governo. "Acho correto que na praia as pessoas não possam ficar paradas e nem venham em grupo. Mas não concordo com o fechamento do comércio nos finais de semana. Se podem funcionar durante a semana, por que não aos sábados e domingo? Acho que colabora para uma aglomeração maior durante a semana", acredita o gráfico.

Ainda em Boa Viagem, na altura do número 5000 da Avenida Boa Viagem, policiais militares e fiscais da CTTU pediam para que as pessoas saíssem da água. Em frente ao número 3178 , havia dois guarda vidas sem máscara no posto de observação. Eles estavam olhando o mar cheio de gente.

PARQUE

Muita gente também aproveitou a manhã do sábado para fazer exercícios no Parque da Jaqueira, Zona Norte do Recife. Mas tiveram que se limitar a caminhar, correr e pedalar nas ruas em torno do parque, já que o local está fechado no final de semana, como determina o decreto estadual. A auxiliar de serviços gerais Kátia Cristina, 43 anos, pedalava pela área da Jaqueira à caminho do trabalho e usando máscara. Ela considerou um exagero o fechamento do parque. "Os ônibus continuam lotados, mas no parque tem como manter distanciamento e fiscalizar o uso da máscara, no ônibus não", afirmou.

Logo pela manhã, o terminal de passageiros de Joana Bezerra e as paradas de ônibus da Avenida Agamenon Magalhães apresentavam um número grande de pessoas circulando. A movimentação era apenas um pouco menor em relação aos dias da semana, apesar de o comércio não essencial não poder abrir as portas no dia de hoje, também por conta das medidas de restrição determinadas pelo Governo do Estado.