Butantan protocola pedido na Anvisa para iniciar testes clínicos da vacina contra covid-19 ButanVac
A expectativa do Butantan é de começar a realizar os testes já em abril, caso o pedido seja aceito pela agência
O pedido para iniciar os testes clínicos da ButanVac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo Butantan, foi protocolado nesta sexta-feira (26), na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segundo informou o instituto.
A Anvisa, por sua vez, já afirmou em nota que irá analisar a proposta do estudo, o número de participantes e os dados de segurança obtidos até o momento nos estudos pré-clínicos que são realizados em laboratório e animais. A expectativa do Butantan é de começar a realizar os testes já em abril, caso o pedido seja aceito pela agência.
O pedido de autorização se refere às fases 1 e 2 de testes da vacina, nos quais serão avaliadas segurança e capacidade de promover resposta imune com 1.800 voluntários. A eficácia é estipulada durante a fase 3, que contará com até 9 mil pessoas.
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A Butanvac já passou pelos testes pré-clínicos, nos quais são avaliados em animais efeitos positivos e toxicidade. O imunizante também será testado nos dois outros países participantes do consórcio, Vietnã e Tailândia - neste último, a fase 1 já começou.
O diretor do Butantan, Dimas Covas, estima que todos os testes da vacina serão encerrados e 40 milhões de doses estarão prontas antes do fim do ano. “É uma segunda geração de vacina contra a covid-19, pode haver uma análise mais rápida”, afirmou, à Folha.
Dimas acredita que o desenvolvimento da vacina será acelerado porque ela utiliza uma tecnologia já presente no próprio Butantan para fabricar a vacina anual contra a gripe comum. Será utilizado o vírus inativado de uma gripe aviária, chamada doença de Newcastle, como vetor para transportar para o corpo do paciente a proteína S (de spike, espícula) integral do Sars-CoV-2.
Covas falou que essa é uma vacina mais imunogênica e, por isso, existe a possibilidade de ser aplicada em dose única. Fatores como quantidade de doses e o intervalo entre elas serão avaliados nos estudos clínicos. "Essa é a geração 2.0 da vacina. Nós aprendemos com as vacinas anteriores e agora sabemos o que é uma boa vacina para a covid-19. Essa já incorpora algumas dessas modificações", disse.
A prioridade de compra é do Ministério da Saúde, mas o excedente poderá ser vendido ao governo de São Paulo ou exportado para outros países. O compromisso do Butantan é fornecer a vacina para países de baixa e média renda. Vietnã e Tailândia estão ao lado do Brasil no consórcio internacional para a produção da ButanVac.