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''Tivemos um fenômeno anormal, além do projetado para suportar'', diz João Campos sobre chuvas no Recife

Fortes chuvas causaram uma série de transtornos em diferentes pontos da capital

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Cássio Oliveira

Publicado em 12/04/2021 às 9:03 | Atualizado em 13/04/2021 às 8:43
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Prefeito do Recife, João Campos (PSB) afirmou, nesta segunda-feira (12), que a capital pernambucana não está projetada para o volume de chuvas que caiu nos últimos dias e causou uma série de transtornos na cidade. "Quando a gente projeta a drenagem de uma cidade separamos a macrodrenagem e a microdrenagem. A micro, que é bueiro, canaleta, galeria, é projetada para uma chuva com tempo de recorrência de dez anos. A chuva que teve no Recife nas últimas 72 horas, em algumas localidades, chegou a um tempo de recorrência de mais de 50 anos. Não é projetado para suportar isso, do ponto de vista da engenharia e da normativa, não é feito para isso. Tivemos um fenômeno anormal, além do que é projetado para ser recebido. Temos mobilizado hidro-jatos, são mais de 20 equipes de limpeza de microdrenagem, que esperam o nível baixar para fazer a remoção de entulho, lixo, areia e lama. São mais de R$ 96 milhões utilizados para infraestrutura de proteção de barreira e limpeza de micro e macrodrenagem", disse o gestor em entrevista à TV Globo.

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O fenômeno que ocorreu no Recife, com 89% da chuva para um mês caindo em 72 horas, leva a um tempo de concentração que nenhuma estrutura de engenharia é projetada para suportar.
João Campos sobre transtornos provocados pelas chuvas no Recife.

As fortes chuvas registradas no último fim de semana causaram transtornos no Recife e em municípios da Região Metropolitana. Na capital, trechos da Avenida Agamenon Magalhães, principal via de acesso entre as Zonas Sul e Norte da cidade, ficaram debaixo d'água. Além disso, imagens recebidas pela equipe do JC mostraram alagamento em parte da via localizada no bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife. Em Santo Amaro e em outros bairros da área central da capital pernambucana, diversos trechos estavam inundados na noite desse domingo (11), como as imediações do Parque 13 de Maio e a Rua Princesa Isabel. "Temos na manutenção e limpeza urbana uma equipe para treinamento e trabalho pedagógico para destinação do lixo em horário e local correto para a coleta, que é diária e em alguns pontos ocorre de dois em dois dias", comentou João Campos.

Veja os pontos de alagamento registrados na manhã desta segunda (12) no vídeo da TV JC:

Rio Tejipió

Durante a entrevista, o prefeito disse que a melhor solução para alagamentos em áreas como a Avenida Recife seria a dragagem do Rio Tejipió. No entanto, segundo João Campos, o valor para o projeto é alto. "O Rio Tejipió pega Imbiribeira, Caçote, Areias, Avenida Recife e Mascarenhas de Morais. Esses locais são influenciadas por esse sistema de drenagem. Tem projeto para a dragagem dele que custa R$ 100 milhões e a única forma de fazer mitigação efetiva seria essa dragagem. É um projeto robusto, a ação é muito cara, queremos colocá-lo em um linha de financiamento da Prefeitura, mas, para se ter uma ideia, com R$ 100 milhões, fazemos 50 escolas", completou.

O prefeito afirmou estar fazendo a expansão de equipamentos, como o número de carros de sucção, que fazem a limpeza rápida de bueiros e galerias. "A maior parte da obstrução se dá pelo volume de lixo, principalmente plástico, e pelo carreamento de areia daquelas ruas que não são saneadas e carreiam para as ruas saneadas. Estamos aumentando a equipe para fazer com maior velocidade e poder ajudar as pessoas. Sabemos o desafio e o sofrimento de uma área alagada", concluiu João Campos.

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O fenômeno que ocorreu no Recife, com 89% da chuva para um mês caindo em 72 horas, leva a um tempo de concentração que nenhuma estrutura de engenharia é projetada para suportar.

João Campos sobre transtornos provocados pelas chuvas no Recife.

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