Caso Patrícia Roberta: suspeito de matar vendedora pernambucana é preso na Paraíba
O tatuador de 23 anos, amigo de infância da jovem, foi preso na noite desta terça-feira (27)
O tatuador de 23 anos suspeito de assassinar a vendedora pernambucana Patrícia Roberta Gomes da Silva, 22, que era sua amiga de infância, foi preso na noite desta terça-feira (27) em João Pessoa, na Paraíba. A informação foi confirmada pelo comandante da Polícia Militar da Paraíba, coronel Euller Chaves.
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O homem foi encontrado por profissionais da Força Tática do 5ª Batalhão da Polícia Militar em uma casa no bairro Mangabeira III. Antes, a PM chegou a um amigo dele, que teria "informações importantes" a respeito do crime. De acordo com a imprensa paraibana, a motocicleta que transportou o corpo para a área de mata também foi apreendida. Mais informações sobre a prisão devem ser divulgadas nesta quarta-feira (28).
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— Jornal do Commercio (@jc_pe) April 28, 2021
O assassinato de Patrícia Roberta
Patrícia saiu de Caruaru, no Agreste do Estado, onde mora, na última sexta-feira (23), para encontrar o amigo. Dois dias depois, no domingo (25), numa troca de mensagens de WhatsApp com a mãe, a vendedora se mostrou aflita porque estaria trancada no apartamento dele. Depois, avisou que estava tudo bem. E não mais respondeu à mãe.
Na madrugada desta terça-feira (27), vizinhos entraram em contato com a polícia para denunciar terem visto o suspeito saindo do prédio com um tonel de lixo em um carrinho de mão. Um dos vizinhos teria seguido e visto quando o tonel caiu, e desconfiou que pudesse se tratar de um corpo. Pouco depois, o suspeito é filmado por câmeras de segurança saindo de moto levando o mesmo volume estranho.
O corpo, que estava com fitas isolantes e sacos plásticos, foi encontrado a cerca de dois quilômetros do prédio onde o tatuador mora. Isso aconteceu horas após familiares da vítima procurarem a Delegacia de Homicídios de João Pessoa para registrar uma queixa de seu desaparecimento.
"Começamos as buscas em outra área, uma área muito extensa, mas informações da própria população nos chamou a atenção em alguns detalhes e nós chegamos a esse ponto [que o corpo foi localizado]", disse o comandante do 5º BPM, coronel Barros. Não havia sinais de marca de tiros ou faca no corpo. Uma possibilidade é que a vendedora foi morta por asfixia, o que será comprovado após exames no Instituto de Medicina Legal. O corpo deve ser liberado hoje para enterro, à noite, em Caruaru.
Patrícia havia informado aos familiares que retornaria na segunda-feira (26), mas os pais acharam estranho a falta de contato da jovem desde o domingo (25). Segundo a mãe da garota, ela e o amigo o qual havia ido visitar, estudaram juntos há mais de dez anos em um colégio de Caruaru. Desde que o garoto se mudou para João Pessoa, eles mantinham contato apenas pelas redes sociais.
Em entrevista ao NE10 Interior, a prima de Patrícia, Karen Melo, disse que na última semana a jovem havia falado com ela pedindo ajuda para comprar uma passagem de ônibus e informou à família que iria viajar para João Pessoa. Na última mensagem trocada com a mãe, Patrícia disse que o amigo comprou as passagens para voltar com ela a Caruaru.
Desenhos macabros e caderno com nomes de mulheres
No apartamento do suspeito, a polícia encontrou fronhas de travesseiro e roupas com possíveis manchas de sangue, próximas à máquina de lavar. Além disso, cadernos com anotações, desenhos macabros e uma lista com cerca de 20 nomes de mulheres - o de Patrícia era um deles. E um altar.
"Encontramos vários manuscritos. Pedi o exame grafotécnico para saber se foi escrito pelo suspeito. Fiz isso porque o conteúdo dos escritos era bastante perturbador (...) Em algumas partes havia escrito 'eu saio à noite para matar', 'você é uma menina boa, eu sou um menino mal'. Isso são pequenos trechos de um vasto conteúdo que nós encontramos escritos", contou a perita criminal Amanda Melo.