VIOLÊNCIA

"Saio à noite para matar mulheres"; o que se sabe sobre suspeito de assassinar a pernambucana Patrícia Roberta

De acordo com informações preliminares levantadas pela polícia, o suspeito guardava, em casa, um caderno com nome de cerca de 20 mulheres, incluindo o de Patrícia e de uma suposta ex-companheira

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Vanessa Moura

Publicado em 28/04/2021 às 11:24 | Atualizado em 28/04/2021 às 19:10
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Jonathan Henrique Conceição dos Santos é o nome do suspeito de asfixiar a pernambucana Patrícia Roberta Gomes da Silva, 22, encontrada morta dentro de um saco plástico nesta terça-feira (27). O rapaz, de 23 anos, é tatuador, mora na cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, e seria amigo de infância da vítima. De acordo com informações preliminares levantadas pela polícia, o suspeito guardava, em casa, um caderno com nome de cerca de 20 mulheres, incluindo o de Patrícia e de uma suposta ex-companheira.

No caderno, que está sendo analisado pela polícia, a frase "saio à noite para matar mulheres" está estampada dentre as páginas. Além disso, foram encontradas fronhas de travesseiro e roupas com possíveis manchas de sangue, próximas à máquina de lavar, e um altar. 

"Encontramos vários manuscritos. Pedi o exame grafotécnico para saber se foi escrito pelo suspeito. Fiz isso porque o conteúdo dos escritos era bastante perturbador (...) Em algumas partes havia escrito 'eu saio à noite para matar', 'você é uma menina boa, eu sou um menino mal'. Isso são pequenos trechos de um vasto conteúdo que nós encontramos escritos", contou a perita criminal Amanda Melo.

 

 

Jonathan foi preso na noite da terça, após ter sido encontrado por profissionais da Força Tática do 5ª Batalhão da Polícia Militar em uma casa no bairro Mangabeira III. Antes, a PM chegou a um amigo dele, que teria "informações importantes" a respeito do crime. De acordo com a imprensa paraibana, a motocicleta que transportou o corpo de Patrícia para desova também foi apreendida. 

Mesmo com o principal suspeito de cometer o crime preso, nada se sabe sobre a motivação do assassinato. Amigos desde a escola, quando ambos moravam em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, Jonathan e Patrícia mantinham contato há aproximadamente dez anos. Após mudar-se para a Paraíba, a amizade continuou, mas através das redes sociais. À família, a pernambucana não dava detalhes da relação.

"O que a gente [família] sabia sobre ele era muito pouco. A gente só sabia que ela estudou um tempo com ele, que tinham contato, mas não tão íntimo. De uns tempos para cá, ela casou, separou, e voltaram a manter o contato de forma mais presente. Eles trocavam mensagens, ligações, e até aí tudo bem. Mas, de uma hora para outra, ela inventou essa viagem. 'Olhe, mainha, eu vou viajar, vou andar, eu me separei agora há pouco e estou precisando espairecer. Eu vou, é meu amigo'. Aparentemente, ele se mostrava uma pessoa boa e interessada", contou Karen Vivian Melo, prima da vítima.

O caso

Patrícia saiu de Caruaru, no Agreste do Estado, onde mora, na última sexta-feira (23), para encontrar o amigo. Dois dias depois, no domingo (25), numa troca de mensagens de WhatsApp com a mãe, a vendedora se mostrou aflita porque estaria trancada no apartamento dele. Depois, avisou que estava tudo bem. E não mais respondeu à mãe.

Na madrugada desta terça-feira (27), vizinhos entraram em contato com a polícia para denunciar terem visto o suspeito saindo do prédio com um tonel de lixo em um carrinho de mão. Um dos vizinhos teria seguido e visto quando o tonel caiu, e desconfiou que pudesse se tratar de um corpo. Pouco depois, o suspeito é filmado por câmeras de segurança saindo de moto levando o mesmo volume estranho.

DIVULGAÇÃO/PM
Local onde o corpo de Patrícia foi encontrado - DIVULGAÇÃO/PM

O corpo, que estava com fitas isolantes e sacos plásticos, foi encontrado a cerca de dois quilômetros do prédio onde o tatuador mora. Isso aconteceu horas após familiares da vítima procurarem a Delegacia de Homicídios de João Pessoa para registrar uma queixa de seu desaparecimento.

DIVULGAÇÃO/PM
Local onde o corpo da jovem foi encontrado - DIVULGAÇÃO/PM

"Começamos as buscas em outra área, uma área muito extensa, mas informações da própria população nos chamaram a atenção em alguns detalhes e nós chegamos a esse ponto [que o corpo foi localizado]", disse o comandante do 5º BPM, coronel Barros. Não havia sinais de marca de tiros ou faca no corpo. Uma possibilidade é que a vendedora foi morta por asfixia, o que será comprovado após exames no Instituto de Medicina Legal. O corpo deve ser liberado hoje para enterro, à noite, em Caruaru.

 

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