INVESTIGAÇÕES

Polícia Civil diz que investidor financeiro e ex-bancário era o líder de quadrilha que exigiu bitcoin para resgate no Recife

Os integrantes da organização criminosa sequestraram um empresário no dia 10 de março de 2021

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Rute Arruda

Publicado em 28/04/2021 às 21:46
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A Polícia Civil de Pernambuco detalhou, nesta quarta-feira (28), a Operação 'Dirty Money', desencadeada nessa terça-feira (27) para desarticular uma organização criminosa que atuou no sequestro de um empresário no Recife no último dia 10 de março. Na ocasião, a exigência da quadrilha foi o pagamento do resgate em bitcoin. 

De acordo com o delegado Paulo Berenguer, responsável por comandar as investigações, foi o primeiro caso no Brasil em que um resgate foi pago em criptomoeda. "Essa modalidade de sequestro é novidade. Foi a primeira que ocorreu no Brasil", comentou. O valor exigido pelos suspeitos não foi divulgado. 

Segundo o delegado, a quadrilha era "altamente" estruturada e liderada por um investidor financeiro e ex-bancário. "Extremamente habilidoso, investidor financeiro com forte conhecimento em informática, inclusive é ex-bancário. Então é uma pessoa que possui bom conhecimento em investimentos financeiros", destacou Berenguer. 

Ao todo, oito pessoas foram presas, sendo cinco em Pernambuco e três no estado de São Paulo. Além disso, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão domiciliar. Entre os integrantes da quadrilha estão duas mulheres que, segundo o delegado, estavam envolvidas no pagamento dos aluguéis dos veículos de luxo utilizados e do apartamento que servia como base da organização criminosa. Na operação, a polícia apreendeu três carros de luxo, cartões de crédito, notebooks, celulares e LSD. 

A polícia explicou que a vítima estava chegando no trabalho, um empresarial localizado no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, quando foi abordada pelos suspeitos e levada para um flat no dia 10 de março. "A partir dali começou o processo de negociação, ele foi libertado depois de três horas após pagamento do resgate", disse. O delegado afirmou que, durante o cárcere que durou três horas, o empresário foi torturado. 

De acordo com o delegado, toda a quadrilha foi desarticulada em Pernambuco, no entanto, é possível que outros integrantes sejam identificados fora do Estado. "É certo que em face do tamanho do crime e a forma como eles atuam é possível que essa quadrilha seja maior", completou. 

Os integrantes da quadrilha serão indiciados por organização criminosa armada, extorsão mediante sequestro de majorado, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento falso, adulteração de sinais de identificador de veículo automotor, tortura e lesão corporal. 

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