Sem público, sinais de abandono tomam conta do Parque de Exposições do Cordeiro, no Recife
O local, que é sede de grandes eventos ligados ao setor rural em Pernambuco, sofre hoje com a falta de manutenção. Quem trabalha no parque, também denuncia ações de violência
Com informações da repórter Juliana Oliveira, da TV Jornal
Sede de grandes eventos ligados ao setor rural em Pernambuco, como a Exposição Nordestina de Animais e Produtos Derivados (ENAPD), o Parque Professor Antônio Coelho, conhecido como Parque de Exposições do Cordeiro, situado na Avenida Caxangá, Zona Oeste do Recife, apresenta sinais de abandono por toda parte. Um problema antigo, mas que foi agravado pela ausência de visitantes durante a pandemia da covid-19.
Cartão postal do local, a escultura do boi está quebrada e suja. Ao lado das cocheiras, o reservatório de alimentação dos animais está com água de chuva acumulada. O mato alto, que indica falta de manutenção há muito tempo, está espalhado pelo parque. A vegetação brota até mesmo nos telhados, também tomados pelo lodo.
Algumas árvores até foram podadas, mas os galhos não foram recolhidos. Um deles, já seco, cobre uma placa de sinalização que também está quase apagada, devido à deterioração do tempo. Onde funcionavam lojas de produtos agropecuários, foram encontrados baldes com lixo acumulado e até sacolas jogadas na via. Em frente aos boxes, há acúmulo de sujeira. O campo está tomado pela grama e até um cavalo foi deixado por lá.
Quem trabalha no parque sente de perto as dificuldades. É o que diz José Mendonça, que é administrador da associação de Parkinson. Ele disse que além de todos os problemas na infraestrutura, a área também está propícia a furtos e arrombamentos. “Eu tenho notícias de arrombamento, depredação, estão roubando fios. Enfim, tem uma série de problemas pontuais que o parque sente com a ausência do público, desde que saiu o Expresso Cidadão”, contou.
Para evitar a transmissão do novo coronavírus, o Parque de Exposições está com as atividades suspensas e servindo apenas como ponto de vacinação. A dona de casa Cleonice Maria, que costumava frequentar o espaço quando tinham eventos, foi imunizada no local e percebeu a diferença na estrutura. “Está com muito mato, está muito abandonado”, afirmou.
Por nota, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Governo de Pernambuco disse que uma equipe foi enviada ao parque para fazer a capinação da área. Em relação à água empoçada, foi solicitada uma vistoria para verificar o problema. Já sobre a vigilância do espaço, o órgão informou que guardas patrimoniais fazem a segurança do local 24h por dia. A pasta afirmou ainda que vem buscando recursos para requalificar o equipamento e oferecer atividades permanentes no espaço.
“O projeto, em parceria com a Prefeitura do Recife e a Sociedade Nordestina dos Criadores (SNC), prevê atividades pecuárias e de tecnologias rurais, além da implantação de uma pista para caminhada e ciclismo e a instalação de uma feira permanente de artesanato, similar à Fenearte. O objetivo é que o espaço possa ser movimentado durante todo o ano, e não apenas durante a realização da Exposição de Animais”, disse.