O Parque de Exposições de Animais do Cordeiro, na Avenida Caxangá, Zona Oeste do Recife, enfrenta uma série de furtos e atos de vandalismo. De acordo com profissionais que trabalham no local, os ataques começaram em fevereiro deste ano e ganharam intensidade em julho e agosto. Um restaurante instalado na área do parque sofreu 17 arrombamentos num intervalo de seis meses.
“Levaram bujão de gás, fardos de comida, água, refrigerantes, bebidas, mesas, panelas, pratos e xícaras”, declaram funcionárias do estabelecimento. Elas preferem não se identificar e informam que os furtos acontecem com mais frequência nos fins de semana. “Botamos cerca elétrica nos muros e câmeras de monitoramento, para inibir a entrada dos ladrões”, declaram.
A Cooperativa de Apicultores contabiliza quatro arrombamentos de abril a agosto, no Parque de Exposições de Animais, com perda de garrafas de mel, suco e óleo de coco, maquineta de leitura de cartão e notebook. “É uma insegurança total, a gente nem dorme bem porque não sabe o que vai encontrar quando abrir a loja para trabalhar. Numa das vezes, achei o balcão vazio”, afirma a funcionária Verônica Maria Bezerra.
Vândalos invadiram o galpão da Associação Pernambucana de Criadores de Caprino e Ovino (Apeco) e levaram todo o material elétrico e hidráulico. A cozinha e a despensa da Apeco foram completamente destruídas. “Arrancaram um balcão de granito e quebraram o outro, até o telhado da cozinha tiraram”, diz o diretor da Sociedade Nordestina dos Criadores, Ricardo Lobo.
ANIMAIS
A entidade promove a Exposição Nordestina de Animais e Produtos Derivados, no parque, e está preocupada com a situação. “Falta pouco mais de 60 dias para a abertura da exposição e é preciso deixar o lugar mais atrativo para os visitantes”, comenta Ricardo Lobo. Segundo ele, os serviços urgentes são capinação, pintura e recuperação dos banheiros dos tratadores, saqueados este ano.
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Cerca de 300 mil pessoas circulam pelo Parque do Cordeiro nos oito dias da Exposição de Animais . Este ano, a 76ª edição do evento será realizada de 4 a 12 de novembro. “O parque é um lugar de importância para a pecuária do Nordeste”, destaca Ricardo Lobo. Ladrões também roubaram a louça sanitária e a caixa-d’água do restaurante da Apeco, que funciona durante a exposição.
Um dos últimos furtos, no mês passado, foi registrado no Centro Elohim de Equoterapia, inaugurado há oito anos no Parque de Exposições de Animais. Primeiro, levaram nove refletores do picadeiro coberto. Depois, cortaram a fiação de telefonia e dos alarmes de segurança. Em seguida roubaram a parte de trás do aparelho de ar condicionado, relatam Ana Paula Nóbrega, diretora da instituição, e Geórgia Veras, coordenadora do centro.
A entidade oferece terapia com cavalos a 120 pacientes do Grande Recife e do interior de Pernambuco, de segunda a sexta-feira. “São 20 pagantes e 100 pessoas encaminhadas pela Secretaria de Saúde”, diz Ana Paula Nóbrega. “Cortaram a fiação no sábado, 26 de agosto, numa preparação para o arrombamento. Conseguimos consertar o sistema de segurança no mesmo dia e na madrugada do domingo, quando invadiram, o alarme disparou”, afirma Geórgia Veras.
VIGILÂNCIA
A segurança no parque de 12 hectares é realizada pela Guarda Patrimonial. “Temos nove homens por dia e eles ficam na parte da frente do terreno, só à noite eles circulam. Porém, o parque fica às escuras à noite, as luzes não ficam acesas”, informa o major João Lima, responsável pela guarda. Depois de vistoriar o galpão da Apeco, na manhã de ontem, ele disse que o ideal seria aumentar o efetivo e a quantidade de veículos para garantir rondas constantes. “Temos um carro, poderíamos ter uma moto também”, destaca o major João Lima.
A Secretaria de Agricultura do Estado informa que a Polícia Militar de Pernambuco reforçou rondas na área e o 13º Batalhão da PM tem atuado para coibir roubos e furtos nos bairros cortados pela Avenida Caxangá. A Delegacia do Cordeiro investiga o caso. A secretaria também esclarece que as luzes do parque são ligadas durante toda a noite e que a atual gestão instalou mais postes, nos dois últimos anos, para aumentar a segurança da área. Os refletores, diz a secretaria, funcionam com sensores fotocélula.