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Morre o urso Zé Colmeia, do Parque de Dois Irmãos, do Recife

O urso tinha 22 anos e era um dos mais antigos do zoológico de Recife. Ele teve problemas respiratórios e morreu na sexta-feira

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Margarida Azevedo

Publicado em 22/05/2021 às 16:37 | Atualizado em 22/05/2021 às 18:43
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Um dos animais mais queridos e mais antigos do Parque Estadual de Dois Irmãos, no Recife, morreu nesta sexta-feira (21). O urso-pardo (Ursus arctos) Zé Colmeia tinha 22 anos. Na última quinta-feira (20), ele apresentou dificuldades respiratórias. Foi medicado e passou a ser monitorado por uma junta de veterinários e biólogos especialistas em animais silvestres do próprio zoológico. Melhorou na sexta (22), mas não resistiu e morreu no mesmo dia.



Zé Colmeia chegou no parque em abril de 2003, com quatro anos de idade, juntamente com a fêmea Úrsula. Os dois são irmãos e nasceram em cativeiro, em um zoológico de Goiânia. Segundo o médico veterinário e gestor técnico do parque, Márcio Silva, um dos tratadores notou o urso um pouco apático e sem querer se alimentar na quinta-feira.

“Como forma de proporcionar bem-estar, ofertamos parte da alimentação deles em locais diferentes no recinto. É uma forma de estimular o animal a interagir dentro do ambiente. Nesse dia, o tratador estranhou Zé Colmeia não sair do cambiamento, uma área separada do recinto que o público não vê. Então, alertou os veterinários que seguiram junto com a bióloga para avaliar o animal”, explica Márcio.

Lu Rocha / Semas PE
Zé Colmeia apresentou dificuldade respiratória na quinta-feira. Causa da morte será investigada - Lu Rocha / Semas PE

Três veterinários examinaram Zé Colmeia, que apresentava uma respiração ofegante e falta de apetite. A partir daí, foi iniciado tratamento com antibiótico, anti-inflamatório e analgésico, além de se estabelecer um grupo de especialistas para acompanhar o caso. Zé Colmeia teve uma melhora na sexta, mas a situação mudou rapidamente.

“Ele amanheceu melhor, ficou de pé, andou, se alimentou e bebeu água. Mas à tarde foi algo muito súbito. Quando os veterinários foram aplicar uma nova dosagem do medicamento, já encontraram o animal sem reação”, conta Márcio.

NECROPSIA

Em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), foi realizada, ainda na noite da última sexta, a necropsia do bicho para identificar a causa da morte. Até o momento, sabe-se que Zé Colmeia faleceu em decorrência de uma síndrome respiratória aguda grave. Mas, aguarda-se os resultados dos exames laboratoriais que devem apontar os fatores que levaram o animal a desenvolver esse quadro.

“Importante dizer que não se deve fazer associações apressadas. Várias hipóteses estão sendo estudadas. Mesmo assim, devido ao cenário de pandemia, as autoridades sanitárias e a Associação Brasileira de Zoológico e Aquários foram informadas do ocorrido”, relata o gestor.

Lu Rocha/Semas PE
Zé Colmeia gostava de maçã, goiaba e melancia. A dieta dele era composta ainda por carne bovina, peixe e frango, mel de abelha ou melaço, além de ração e suplementos vitamínicos - Lu Rocha/Semas PE

MONITORAMENTO

Zé Colmeia nasceu no dia 15 de junho de 1998. De pelagem marrom muito vistosa, ele e a irmã Úrsula eram famosos entre os visitantes porque passavam a maior parte do dia brincando na areia ou na água. Os especialistas do zoológico estão acompanhando de perto a ursa-parda já que ela e o irmão conviviam no mesmo recinto. Até o momento, ela não apresenta alterações clínicas nem comportamentais. Apenas foi identificado certa tristeza atribuída neste caso à perda do companheiro.

“É um momento de muita tristeza para toda a nossa equipe, pois nos dedicamos com muito afinco, de coração, aos cuidados com cada animal. Sentimos essa partida profundamente. E por isso mesmo, seguimos com a atenção redobrada com Úrsula, que até o momento segue bem de saúde”, observa Márcio Silva.

CURIOSIDADES

Zé Colmeia tinha uma preferência alimentar muito específica. Quanto às frutas, sua preferida era a maçã, mas também gostava de goiaba e melancia. A dieta dele era composta ainda por carne bovina, peixe e frango, mel de abelha ou melaço, além de ração e suplementos vitamínicos. Seguindo diretrizes internacionais, a alimentação era servida de duas a três vezes por dia, totalizando 7.500 Kcal/dia. (Com informações da Ascom do Parque Estadual de Dois Irmãos)

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