MEIO AMBIENTE

Parque de Dois Irmãos, no Recife, poderá ser explorado pela iniciativa privada

O governo do Estado aderiu a um programa do BNDES que vai fazer um estudo de viabilidade econômica dos Parques de Dois Irmãos e o da Mata da Pimenteira, em Serra Talhada

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Angela Fernanda Belfort

Publicado em 27/01/2021 às 21:06 | Atualizado em 27/01/2021 às 21:25
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Duas Unidades de Conservação pernambucanas poderão vir a ser exploradas, via concessão, pela iniciativa privada: os parques estaduais de Dois Irmãos, no bairro de nome homônimo na Zona Norte do Recife, e o da Mata da Pimenteira, em Serra Talhada, a 412 km do Recife. O governo do Estado aderiu, em dezembro do ano passado, ao Programa de Estruturação de Concessões de Parques Naturais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que prevê a elaboração de um estudo de viabilidade econômica financeira dos dois empreendimentos num modelo sustentável. "Esse estudo será bancado pelo BNDES e deve ser entregue em 14 meses. Escolhemos duas unidades, uma com Mata Atlântica e outra com a Caatinga", resume o secretário estadual de Meio Ambiente, José Bertotti. Os estudos devem ficar prontos até março do próximo ano.

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"As áreas a serem exploradas por parceiros não serão vendidas. Poderão ser feitas concessões com esses parceiros no futuro", acrescenta Bertotti. O secretário acredita que realização dos estudos pode ajudar a criar um modelo de negócios que agregue mais valor aos parques e também identifiquem novos potenciais a serem explorados.

O BNDES contratou uma empresa para fazer a modelagem econômico-financeira dos dois parques. Na primeira semana de janeiro, a firma contratada iniciou a fase de diagnósticos socioambientais, comerciais, de engenharia e arquitetura. Ainda neste primeiro semestre, serão levantadas informações sobre o modelo de negócio a ser realizado. E a partir do segundo semestre, começa a preparação para a licitação, que inclui consultas,  audiências públicas, publicação do edital seguido da realização do leilão para escolher um parceiro privado.

A intenção do BNDES é fazer os primeiros pacotes de leilão - que vão escolher os parceiros privados dos empreendimentos  - no primeiro trimestre de 2022, mas a decisão de fazer a concessão será tomada por cada governo estadual. Além dos dois parques pernambucanos, estão sendo preparadas informações que poderão ser usadas na concessão de mais 24 parques dos Estados da Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Tocantins.

Tanto o Dois Irmãos como a Mata da Pimenteira são UCs e obedecem critérios de manejo próprio estabelecidos pela legislação ambiental em vigor. Segundo informações do BNDES, os parques costumam ser bem maiores que suas áreas de uso público, incluindo zonas que não podem ser frequentadas por visitantes. Essas áreas, mesmo durante a concessão, vão continuar sob gestão direta do Estados e cumprir o papel de preservação e pesquisa, de acordo com informações do BNDES.

PARQUE DOIS IRMÃOS

O Parque de Dois Irmãos tem uma área de mais de 1.158 hectares - incluindo um pedaço de Mata Atlântica preservada -, um reservatório de água chamado Açude do Prata e o zoológico. O contrato com o BNDES para o estudo de viabilidade da concessão está relacionada a uma área de 14 hectares. Em 2019, recebeu cerca de 400 mil visitantes pagantes, gerando uma receita de R$ 800 mil. O ingresso custava R$ 2,00 até 17 de fevereiro de 2020. Em 18 de fevereiro do ano passado, o ingresso passou a ser R$ 5,00. O zoológico fechou as portas ao público no dia 17 de março por causa da pandemia e não tem data para abrir por causa do coronavírus."A política de acesso ao parque não vai mudar e continuará sendo gratuita para os menos favorecidos. O estudo é que vai indicar quanto deve ser o ingresso que dá acesso ao parque", afirma Bertotti. Os alunos de escola pública que visitam o parque têm acesso gratuito.

Já o Parque Estadual Mata da Pimenteira tem uma total de 887,24 hectares e o estudo envolve uma área de 260,48 hectares. "Serra Talhada está a uma hora de Triunfo que já tem alguns eventos. A nossa ideia é que esse estudo econômico indique iniciativas que complementem atrações e resultem num maior número de visitantes numa parte do nosso sertão", complementa José Bertotti. Segundo ele, a caatinga tem um apelo próprio para atrair visitantes. A área do parque compreende um local muito bonito que inclui as serras que dão nome ao município.

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