PANDEMIA

Trabalhadores do Polo de Confecções do Agreste cobram o término das medidas de restrição de funcionamento

O comércio no local está liberado apenas para vendas por meio de delivery, até o dia 13 de junho

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Julianna Valença

Publicado em 07/06/2021 às 23:55 | Atualizado em 08/06/2021 às 2:54
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Com informações da TV Jornal Interior

Com a prorrogação da quarentena em algumas cidades de Pernambuco, continua a valer a restrição ao funcionamento de feiras e do Polo de Confecções do Agreste. Nesta segunda-feira (7), trabalhadores do local, insatisfeitos, cobraram o fim das medidas.

No Parque 18 de Maio, onde funciona a feira da sulanca de Caruaru, o movimento começou logo cedo, mesmo embaixo de chuva. Muitos comerciantes foram ao local para destinar as encomendas que serão enviadas aos clientes dos mais diversos estados do Brasil, no sistema delivery. No entanto, mesmo com a alternativa, os sulanqueiros relatam queda nas vendas.

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CARUARU Comerciantes descumprem decreto estadual na feira da Sulanca. - Wesley Santos/JC Imagem
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CARUARU Comerciantes descumprem decreto estadual na feira da Sulanca. - Wesley Santos/JC Imagens
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CARUARU Comerciantes descumprem decreto estadual na feira da Sulanca. - Wesley Santos/JC Imagem
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Movimento na cidade de Caruaru - Wesley Santos/JC Imagem

Também foram flagrados alguns vendedores na Rua Miguel de Sena tentando comercializar produtos, mesmo a atividade sendo proibida pelas medidas de restrição. No local, foram vistas pessoas expondo produtos na mala de carros e em bancas. A reportagem da TV Jornal esteve no local e constatou que a fiscalização da prefeitura estava presente e observou a movimentação, mas sem interferir muito.

A maior reclamação dos sulanqueiros a respeito do sistema de entrega é de que as vendas nessa modalidade funcionam bem apenas para os produtos em atacado, sendo os vendedores varejistas os mais prejudicados. "O negócio está complicado. Ou a gente vai para rua, ou não come e não paga as contas, né?", relata o sulanqueiro Reinado Acioly.

A vendedora de casacos Maria Diva chegou ao local às 7h para vender sua mercadoria. "A situação está difícil, não aguentamos mais ficar sem trabalhar, dependemos disso, quem é sulanqueiro sabe", afirma. "O governador mais uma vez prorrogou, os números não diminuem, só aumentam, então, ele teria que tomar outras medidas porque a gente não aguenta mais ficar sem trabalhar", desabafa.

Bruno Eduardo, também comerciante do Parque 18 de Maio, revela que trabalha pela manhã para ter o que comer à noite. "A realidade é essa, o sofrimento para todo o sulanqueiro. Não sou só eu quem depende aqui da feira. Várias pessoas dependem de mim para comprar o tecido, produzir a mercadoria... Várias famílias estão sem trabalhar porque eu não estou vendendo nada", afirma o comerciante.

Em nota, a Secretaria de Serviços Públicos e Sustentabilidade (SESP) de Caruaru, afirmou que houve envio de equipes de fiscalização à área do Parque 18 de Maio para garantir o cumprimento do decreto estadual. A SESP também reforçou a necessidade da colaboração dos cidadãos para que "o cenário pandêmico na cidade seja controlado".


Santa Cruz do Capibaribe

Houve movimentação também no polo de confecção de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco. Muitos vendedores foram até o local para destinar as encomendas aos entregadores. Quem trabalha no Polo lamentou o funcionamento em delivery. Segundo alguns comerciantes, nesta segunda-feira (7) seria a melhor feira do mês de junho, em termos de vendas e faturamento, devido ao Dia dos Namorados e São João.

"Esperávamos que fosse bem melhor o movimento, as vendas delivery, já que a gente só depende delas por enquanto, por conta do decreto", relata o comerciante Isidoro Barbosa.

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SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE Polo de Confecção tem movimento nesta segunda-feira (7). - Wesley Santos/JC Imagem
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SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE Polo de Confecção tem movimento nesta segunda-feira (7). - Wesley Santos/JC Imagem
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SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE Polo de Confecção tem movimento nesta segunda-feira (7). - Wesley Santos/JC Imagem

Nem todos os comerciantes conseguiram se adaptar ao formato de entregas, a exemplo dos ambulantes. Quem trabalha indiretamente com a feira também diz que sofre, como é o caso do setor alimentício e dos carroceiros.

O Gerente Geral do Moda Center, George Henrique Pinto, lamenta a situação dos comerciantes na época de maior venda do ano e da pandemia. "Isso frustra um pouco as expectativas dos nossos comerciantes, porque eles esperam bastante ansiosos essa época do ano, a alta temporada... Por conta dos números terem se agravado em Pernambuco e, principalmente, na região do agreste, a gente vem sofrendo mais uma vez essas medidas restritivas", relata.

Segundo a Prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe, estão acontecendo diálogos com o governo do Estado para que haja retomada do formato original da feira na próxima semana. "Sabemos da dificuldades sanitárias, por conta da pandemia, mas precisamos realmente desse tipo de comércio. Tem pessoas que precisam da presença física dos clientes aqui... Nós estamos na expectativa de que poderemos abrir o nossos polo mais rápido possível, o calçadão e o Moda Center também", afirma o prefeito da cidade, Fábio Aragão. 

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