Familiares e amigos do casal encontrado morto após um incêndio em um apartamento em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, apresentaram versões diferentes para o caso, que está sendo investigado pela Polícia Civil de Pernambuco como um crime. De um lado, a família da jovem de 29 anos não tem dúvidas de que foi mais um crime de feminicídio - quando a mulher é morta por ser mulher, em razão do gênero - porque a vítima terminou o relacionamento. Do outro, a versão de pessoas ligadas ao homem de 33 anos, namorado dela, que colocam a motivação passional em dúvida e, ainda vão além, levantando a hipótese de que a mulher poderia ter provocado o crime. Apesar da violência que envolve o caso, a identidade do casal está sendo preservada pelo JC para preservar os filhos das vítimas.
o que se sabe sobre o caso
Não temos dúvida de que foi um caso de feminicídio. O corpo dela foi carbonizado na sala, queimou na sala. Ficou irreconhecível, a identificação será apenas por DNA. E só a sala foi destruída. O quarto onde ele foi encontrado morto não queimou. A morte dele foi por asfixia. Acho que não resta muita dúvida diante disso. O estado do corpo dela não deixa dúvidas”,
jornalista Andrea Bauer, amiga da jovem
Vale ressaltar que ainda não se sabe muito sobre o caso, que aconteceu na madrugada do sábado (), em um apartamento na Rua Capitão Zuzinha, em Boa Viagem. Pelas informações da polícia, o casal foi encontrado carbonizado dentro do imóvel, que teve a sala incendiada. O fogo, inclusive, chegou a atingir outro apartamento do edifício antes de ser contido pelo Corpo de Bombeiros. Moradores também precisaram de atendimento após intoxicação por inalar muita fumaça.
No apartamento, tudo estava revirado. Ao lado do corpo da mulher, a polícia recolheu uma faca, mas não conseguiu identificar perfurações porque o corpo estava carbonizado. A perícia criminal afirmou à imprensa, entretanto, não descartar a possibilidade de que o casal tenha entrado em luta corporal, já que no peito do homem havia marcas de agressão. Vizinhos também relataram ouvir uma discussão entre o casal antes do fogo começar.
“Não temos dúvida de que foi um caso de feminicídio. O corpo dela foi carbonizado na sala, queimou na sala. Ficou irreconhecível, a identificação será apenas por DNA. E só a sala foi destruída. O quarto onde ele foi encontrado morto não queimou. A morte dele foi por asfixia. Acho que não resta muita dúvida diante disso. O estado do corpo dela não deixa dúvidas”, afirmou a jornalista Andrea Bauer, amiga da jovem e quem falou pela família da vítima com a imprensa, na manhã deste domingo (8).
Segundo a jornalista, a amiga poderia ter sido salva, caso tivesse pedido socorro às pessoas. “Eles saíram do bar em que estavam, a tia dela ainda pediu para ela não ir com ele, mas ela foi. Por volta das 21h mandou uma mensagem para uma amiga informando que tinham terminado o namoro de novo. Também disse à mãe que iria dormir com ela. Mas esse dia nunca chegou”, relatou. “A gente conhecia ele, sabia que era um manipulador dentro do relacionamento. Nunca foi uma pessoa tranquila, afastou ela de todos, dos amigos e da família. Tentava, inclusive, afastá-la até da mãe. Ela era filha única e as duas sempre foram muito amigas. Ela já tinha relatado problemas, que um mês atrás eles terminaram e ele fez ameaças. Ela enviou áudios contando tudo. Infelizmente, acabaram voltando”, reforçou.
Não quero explicar o que aconteceu nem denegrir a imagem de ninguém, mas meu irmão não tinha nenhum tipo de problema. E pelo que a gente sabe, porque ele nos contou, ela tinha problemas com drogas, era alcoólatra e tinha problemas psicológicos. Então fica a dúvida",irmão do homem, que não quis ser identificado
VERSÃO CONTRÁRIA
A família do homem lamentou a morte do casal, mas colocou em dúvida a possibilidade de feminicídio. Também acusou a mulher de ter problemas psicológicos, ser alcoólatra e viciada em drogas. As afirmações foram feitas por um irmão do homem, que não quis ser identificado, durante a liberação do corpo no Instituto de Medicina Legal (IML), na área central do Recife, também na manhã deste domingo (8).
“A gente só tem dúvidas sobre o que aconteceu naquele apartamento. Até o momento não tivemos nenhuma informação da polícia sobre o que foi encontrado na cena e tudo que sabemos é pela imprensa. Mas o que podemos dizer é que meu irmão era uma pessoa calma, que não teria capacidade de fazer o que a família dela está acusando. Ele foi casado três vezes, era o terceiro casamento dele, e nunca teve histórico de violência doméstica. A gente sente muito pela morte dos dois. Estamos sofrendo muito. Do lado de cá também tem uma família destruída, sofrendo bastante”, afirmou.
“Não quero explicar o que aconteceu nem denegrir a imagem de ninguém, mas meu irmão não tinha nenhum tipo de problema. E pelo que a gente sabe, porque ele nos contou, ela tinha problemas com drogas, era alcoólatra e tinha problemas psicológicos. Então fica a dúvida. O que a gente soube é que meu irmão tinha ferimentos à faca e morreu asfixiado. Porém, a faca foi encontrada ao lado dela. A gente acha estranho. Estão dizendo que ele matou ela a facadas, mas a faca estava ao lado dela e ele também estava ferido a faca no quarto. Por isso precisamos esperar o trabalho da polícia”, finalizou.
Citação
Não temos dúvida de que foi um caso de feminicídio. O corpo dela foi carbonizado na sala, queimou na sala. Ficou irreconhecível, a identificação será apenas por DNA. E só a sala foi destruída.
jornalista Andrea Bauer, amiga da jovemCitação
Não quero explicar o que aconteceu nem denegrir a imagem de ninguém, mas meu irmão não tinha nenhum tipo de problema. E pelo que a gente sabe, porque ele nos contou, ela tinha problemas com drogas, era alcoólatra e tinh
irmão do homem, que não quis ser identificado
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