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Criminosos que incendiaram carros da Jeep queriam assumir o transporte de veículos para transporte de drogas, diz polícia

A polícia pendeu seis suspeitos de envolvimento no incêndio que atingiu mais de 70 veículos fabricados pela Jeep

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Cássio Oliveira

Publicado em 21/10/2021 às 18:54 | Atualizado em 21/10/2021 às 19:19
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Desestabilizar uma empresa de transporte para assumir o controle da logística e transportar drogas e armas. Esse era o objetivo de uma organização criminosa quando incendiou o polo automotivo de Goiana, na Zona da Mata, em 17 de outubro de 2020.

Nesta quinta-feira, 21, um ano após o incêndio, a Polícia Civil de Pernambuco (PC-PE) realizou uma operação denominada "Vesúvio" com o objetivo de desarticular essa organização e prendeu suspeitos de envolvimento no crime, além de cumprir nove mandados de busca e apreensão domiciliar.

"Consta dos autos da investigação que os incêndios foram realizados por cegonheiros independentes objetivando quebrar o contrato de exclusividade existente entre a transportadora Sada e a empresa Jeep", diz trecho do material apresentado pela polícia à imprensa.

À TV Jornal, o gestor da Diretoria Integrada do Interior 1, Jean Rockfeller, explicou modus operandi do grupo. A ideia era incendiar os carros da Jeep para desestabilizar transportadora Sada Transportes e forçar a quebra de contrato.

"Uma organização criminosa que atua em todo o Brasil tinha objetivo de controlar a logística dos transportes de veículos fabricados pela Jeep e utilizar disso para transportar produto ilícito por todo o país. Eles pretendiam desestabilizar economicamente a empresa, foram mais de R$ 20 milhões de prejuízo só em Pernambuco. Mas, atuaram em Alagoas, também, e há indício de atuação em São Paulo e Minas Gerais. A ideia era quebrar a empresa para poder colocar o braço empresarial e financeiro deles para controlar a distribuição de veículos", disse Rockfeller.

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A investigação foi iniciada em outubro de 2020, assessorada pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (DINTEL) e contou com o apoio Polícia Rodoviária Federal (PRF) e das Polícias Civis de São Paulo e Minas Gerais.

Até o início da tarde desta quinta-feira (21) seis pessoas haviam sido presas. Os detidos e o material apreendido na operação foram levados para a Dinter 1, em Caruaru, Agreste pernambucano; para São Paulo (SP); São Bernardo do Campo (SP); Mogi Mirim (SP) e Minas Gerais. De acordo com Rockfeller, os outros dois suspeitos estão sendo "caçados". Armas que podem ter sido usadas no crime foram apreendidas, inclusive. 

A Polícia Civil de São Paulo atuou como apoio operacional, no estado foram cumpridos mandados de prisão nas cidades de São Bernardo do Campo, Mogi Mirim e capital. "Contamos com três unidades distintas: Divisão de Capturas; Grupo Especial de Reação do Departamento de Operações Policiais e Estratégicas; e o Grupo de operações especiais da Seccional de São Bernardo do Campo", explicou o delegado da PCSP.

Veja as apreensões:

Divulgação/Polícia Civil
Apreensões da operação - Divulgação/Polícia Civil
Divulgação/Polícia Civil
Apreensões da operação - Divulgação/Polícia Civil
Divulgação/Polícia Civil
Apreensões da operação - Divulgação/Polícia Civil

Incêndio

Um incêndio atingiu o pátio da empresa Sada Transportes, localizada na entrada de Ponte de Pedras, em Goiana, na Região Metropolitana do Recife (RMR), na madrugada de 17 de outubro de 2020. Oito caminhões do tipo cegonha, carregados com 71 veículos, foram afetados pelas chamas. Um depósito de ônibus com 26 veículos também foi atingido. Não houve feridos ou óbitos, segundo os bombeiros, na ocasião. 

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