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Caso Miguel: STJ mantém ação penal contra Sarí Corte Real

Ministros do Superior Tribunal de Justiça negaram por trancar a ação penal por 4 votos a 1

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JC

Publicado em 15/02/2022 às 20:27 | Atualizado em 15/02/2022 às 20:28
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Em julgamento realizado nesta terça-feira (15), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido da defesa de Sarí Corte Real, de trancar a ação penal no caso envolvendo a morte do menino Miguel Otávio - ao cair do nono andar de um prédio de luxo no Centro do Recife. Os ministros do STJ decidiram por manter a decisão por 4 votos a 1.

Em suas redes sociais, Mirtes Renata de Souza, mãe de Miguel, se mostrou surpresa com a decisão dos advogados de defesa de Sarí Corte Real ter pedido segredo de justiça. "Fomos pegos de surpresa e eu ainda estou sem acreditar. Eles pediram segredo de justiça, se eles (ministros do STJ) tivessem decidido sim, eu só saberia da ação depois. Arquivar o processo que tirou o meu filho de mim, como assim? Achei estranho, mas se está na lei, eles podem tentar de tudo, mas eu acredito na justiça e teremos isso. Afinal, 4x1 votos contra foi mais uma vitória nossa. Não vão arquivar. Não vão sair ilesos. Continuamos a luta por justiça por Miguel", publicou Mirtes de Souza.

Relembre o caso

Miguel morreu na tarde de 02 de junho de 2020. Depois de a mãe descer com o cachorro da patroa, o filho correu para pegar o elevador e ir atrás de Mirtes. Sarí chegou a ir até o garoto e conversou com ele. Depois de algumas tentativas, ela apertou o botão da cobertura, antes de deixar a criança sozinha no elevador - segundo imagens de câmeras de segurança periciadas pelo Instituto de Criminalística.

Ao sair do equipamento, no nono andar, o menino passou por uma porta corta-fogo, que dá acesso a um corredor. No local, ele escala uma janela de 1,20 m de altura e chega a uma área onde ficam os condensadores de ar. É desse local que Miguel cai, de uma altura de 35 metros.

 
 
 
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Sarí Corte Real é esposa do ex-prefeito de Tamandaré Sérgio Hacker (PSB). Na época do caso, Mirtes e a avó de Miguel trabalhavam na casa do então prefeito, mas recebiam como funcionárias da prefeitura. A informação foi revelada pelo Jornal do Commercio.

Após a denúncia, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou uma investigação, descobriu que outra empregada doméstica da família também era funcionária fantasma da prefeitura, e a Justiça determinou o bloqueio parcial dos bens de Hacker. O MPPE descobriu ainda que a mãe e a avó de Miguel ganhavam até gratificação por produtividade, mesmo sem trabalharem na prefeitura, como revelou documento obtido pela coluna Ronda JC.

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