Alvo número 1 da Polícia Civil de Pernambuco, suspeito de liderar quadrilha que atua no Litoral é preso

Considerado o "alvo número 1" da Polícia Civil de Pernambuco, apontado como líder de associações criminosas no Estado, um homem de 34 anos foi preso durante operação deflagrada em Natal, no Rio Grande do Norte.

De acordo com a Polícia Civil, havia três mandados de prisão contra ele: dois por tráfico de drogas e um por homicídio. O homem seria o líder de duas quadrilhas criminosas com atuação em seis áreas integradas de segurança do Estado.

Uma das associações criminosas seria responsável pela maioria dos homicídios ocorridos recentemente nas cidades de Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho (Grande Recife), Sirinhaém, Escada, Primavera, Maraial, Catende, Água Preta, Ribeirão, Gameleira, Palmares e São José da Coroa Grande (Zona da Mata e Litoral).

Outra quadrilha criminosa, que seria uma ramificação da primeira, tem atuação nas cidades de Itamaracá, Itapissuma, Igarassu, Paulista e Olinda, no Grande Recife.

A prisão

Segundo a Polícia Civil, o suspeito foi encontrado no bairro de Ponta Negra, em Natal, em um apartamento de luxo. "Desde que saiu do Estado de Pernambuco, ele percorreu diversos estados e no último (RN), ele vivia essa vida de luxo, um apartamento de alto padrão. Pelo trabalho que nós fizemos de monitoramento, pudemos nos preparar para uma vez que a gente conseguisse localizá-lo, a gente pudesse efetuar a prisão sem qualquer intercorrência", relatou o delegado Cláudio Neto, gestor da Divisão de Homicídios Metropolitana Sul.

As investigações anteriores à prisão duraram cerca de 10 meses. Segundo o delegado, o suspeito não utilizava redes sociais e vivia uma vida aparentemente pacata, o que dificultou a captura. A partir da prisão, novas diligências serão realizadas. "Com essa prisão, a gente acredita que vai arrefecer o crescimento e tentar, de alguma maneira, fazer com que ela não cresça para outros municípios", afirmou Cláudio Neto.

Ainda de acordo com o delegado, não foram encontrados materiais ilícitos no apartamento. Porém, o homem portava um documento de identidade falso e, por isso, foi levado para a Central de Plantões de Natal. Em seguida, deverá ser levado para a penitenciária local.

Violência no Cabo de Santo Agostinho

Um dos municípios onde as quadrilhas atuam, o Cabo de Santo Agostinho, viu janeiro deste ano se tornar o mês mais violento desde 2004, quando 30 pessoas foram assassinadas, segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS).

De acordo com números obtidos pela coluna Ronda JC, a aceleração de mortes no município começou em 2020 e foi se intensificando, principalmente por causa da disputa de território entre grupos especializados no tráfico de drogas.

No ano passado, houve 178 vítimas - uma média de um homicídio a cada dois dias. Entre as cidades da RMR, o Cabo apareceu com a maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes.