ÓLEO NAS PRAIAS DO NORDESTE

ÓLEO NAS PRAIS: banho de mar continua permitido em Pernambuco; autoridades fazem recomendações de segurança aos banhistas

Uma semana após fragmentos de substância desconhecida chegarem às praias de Pernambuco, o banho de mar segue liberado

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Julianna Valença

Publicado em 01/09/2022 às 12:08 | Atualizado em 01/09/2022 às 13:01
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Uma semana após fragmentos de substância desconhecida chegarem às praias de Pernambuco, o banho de mar segue permitido. Até o momento, houve a confirmação da presença do material em faixas de areia de 12 municípios de Pernambuco.

A aparição da substância em formato de "bolotas" deixou em alerta a população e autoridades, já que em 2019 a chegada de grandes quantidades de petróleo tóxico tomaram o litoral nordestino, provocando um dos maiores desastres ambientais da costa brasileira.

 

DIVULGAÇÃO/SEMAS
Os novos vestígios de óleo foram encontrados em pelo menos cinco municípios de Pernambuco. - DIVULGAÇÃO/SEMAS

Nessa terça-feira (30), equipes do Semas-PE, Agência CPRH, Ibama e Capitania dos Portos realizam vistorias nas faixas de areia do Estado. A equipe emergência ambiental do Ibama também realizou sobrevoo de análise da costa e do alto mar, mas não identificou manchas de óleo.

À TV Jornal, a diretora de Fiscalização Ambiental da CPRH, Silvana Valdevino, disse que a presença do material desconhecido nas praias não é semelhante ao que aconteceu nos anos anteriores. "Esse evento é bem diferente de 2019. A característica desse material é diferente também, ele tem pouca diferença em pedras, estuários e na areia."

Banho de mar liberado

Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas/PE), órgãos ambientais esclarecem que não há qualquer restrição ao banho de mar nas praias de Pernambuco.

A gestão afirma ainda que nos últimos dois dias tem sido observado uma diminuição da quantidade de fragmentos nas praias.

ARNALDO CARVALHO/ACERVO/JC IMAGEM
Manchas de petróleo cru chegaram ao Nordeste no final de agosto - ARNALDO CARVALHO/ACERVO/JC IMAGEM

"Ontem (31), apenas nos municípios de Olinda, Paulista, Goiana e Ipojuca foi registrada a presença desses fragmentos. E mesmo assim, em quantidade bem inferior aos últimos dias", afirmou a Semas, em nota.

A orientação das autoridades é para que, caso um banhista identifique um fragmento na água ou areia, que não toque no material e encaminhe a informação para o telefone da emergência ambiental da CPRH: (81) 99488-4453.

Fragmentos de óleo seguem para análise

A amostra dos materiais coletados estão em análise em dois laboratórios. Uma das análises acontece no Laboratório OrganoMAR, da UFPE, e vai comparar o perfil do material com o do óleo que atingiu o litoral brasileiro em 2019. O resultado deve sair nesta segunda-feira (5).

A outra análise acontece no Instituto de Estudos Almirante Paulo Moreira (IEAPM), da Marinha do Brasil, onde verifica a composição do material de maneira mais detalhada.

Cidades afetadas pelo novo vestígio de óleo:

1. Olinda
2. Ipojuca
3. Recife
4. Cabo de Santo Agostinho
5. Tamandaré
6. Paulista
7. Jaboatão dos Guararapes
8. Sirinhaém
9. Goiana
10. Itamaracá
11. Igarassu (pouco)
12. São José da Coroa Grande (pouco)

Como aconteceu o vazamento de petróleo no Nordeste?

Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
Houve um aumento de pouco mais de 18 toneladas em relação aos números divulgados nessa segunda-feira (28) - Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem

Em agosto de 2019, manchas de um material denso e escuro começaram a surgir nas praias do Nordeste. A substância, identificada com petróleo, provocou danos irreversíveis na vida marinha local.

De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o petróleo foi visto em 11 estados (9 do Nordeste e dois no Sudeste, Espírito Santo e Rio de Janeiro), 130 municípios e 1009 localidades diferentes.

Só em Pernambuco, 1,5 mil toneladas foram retiradas por voluntários, equipes das prefeituras, moradores de áreas litorâneas, pesquisadores e comerciantes que dependem do turismo e da pesca.

Em dezembro de 2021, a Polícia Federal (PF) identificou que o responsável pelo descarte do material na mar foi um navio petroleiro grego. Na época, a PF disse que a empresa responsável pela embarcação bem como o comandante e o chefe de máquinas do navio, foram indiciados pelos crimes de poluição, descumprimento de obrigação ambiental e dano a unidades de conservação.

No entanto, até hoje os responsáveis pelo crime seguem impunes, enquanto a CPI do Óleo, aberta à época na Câmara dos Deputados, foi encerrada em abril de 2021 sem apresentar um relatório final.

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