Suspeito de matar oficial de Justiça no Recife é preso
Segundo as investigações, ele teria sido contratado para executar o crime pela ex-esposa da vítima, uma médica que foi detida em 19 de setembro
*Matéria corrigida às 10h25
Foi preso o suspeito de matar o oficial de Justiça Jorge Eduardo Lopes Borges, de 41 anos, n Recife. Segundo as investigações, ele teria sido contratado para executar o crime pela ex-esposa da vítima, uma médica que foi detida em 19 de setembro.
Ao JC, a Polícia Civil de Pernambuco havia afirmado, equivocadamente, que a prisão foi feita no domingo em um condomínio na Paraíba - confundindo o caso com outro.
Depois, retificou a informação e disse que "as investigações estão em andamento. Por isso, mais informações sobre o caso não podem ser repassadas para não comprometer as diligências em curso".
As investigações mostram que a ex-esposa e Jorge haviam brigado há pouco tempo pela guarda da filha na Justiça. Recentemente, o pai tinha conseguido o direito da menina dormir na casa dele aos fins de semana.
A Assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou que a investigação policial sobre o homicídio está em segredo de justiça e que não pode "dar detalhes do que está acontecendo durante a investigação, pois cabe a Polícia Civil prestar ou não esclarecimentos sobre a condução do inquérito em andamento."
A reportagem não conseguiu contato com a defesa da médica nem do suspeito dos disparos, mas segue aberta para esclarecimentos.
Relembre o crime
Foi ao voltar para casa após deixar a filha na casa da ex-mulher, no dia 4 de setembro, que Jorge foi baleado diversas vezes.
Ele foi surpreendido por um homem armado em uma moto ao parar o carro em um semáforo do cruzamento entre a Estrada do Arraial e a Rua Sebastião Alves, na Tamarineira, Zona Norte do Recife.
O homem se aproximou do veículo já atirando com uma arma de fogo contra o oficial, que ficou internado durante três dias entre o Hospital da Restauração (HR) e depois em uma unidade particular do Recife, mas não resistiu aos ferimentos.
A Polícia Civil de Pernambuco identificou mensagens em que a médica e o tio acertavam um pagamento no valor de R$ 10 mil, quantia sacada por ela.
Ainda, os autos mostram que uma funcionária dela disse tê-la ouvido marcar um encontro com alguém em um hospital do Recife, onde o dinheiro seria entregue.
Na investigação, consta que o encontro entre ela e um possível atirador foi registrado por câmeras de segurança no hospital. Ainda, que, em depoimento, um tio da suspeita indicou que ela procurava uma pessoa ligada a um conhecido grupo criminoso para executar um serviço.
O Tribunal de Justiça expediu o mandado de prisão contra a mulher, que foi levada para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar depoimento.
De lá, seguiu para a Colônia Penal Feminina do Recife. Agora, a família do oficial de Justiça deve entrar com um pedido de guarda da criança.
Os advogados de defesa entraram com um pedido de habeas corpus para que a médica cumprisse a prisão temporária em casa, com a alegação de que ela amamenta a filha de um ano do atual relacionamento, mas o pedido foi negado pelo desembargador Evandro Magalhães Melo.