Através do intermédio do deputado estadual Joel da Harpa, que integra a bancada evangélica na Assembleia Legislativa de Pernambuco, a direção do Colégio Americano Batista esteve na tarde desta segunda-feira (6), no Palácio do Campo das Princesas, para uma reunião com o governo e discutir o futuro do imóvel adquirido pelo Estado, após decreto assinado pela governadora Raquel Lyra, na última sexta-feira (3) - visa garantir a finalidade do terreno e seguir servindo como complexo escolar.
O grupo foi recebido pelo chefe da Casa Civil, Túlio Vilaça, e saiu da sede do governo do Estado com a esperança de manter parte do imóvel para a continuidade do Colégio Americano Batista. "A reunião foi de esclarecimentos, porque havia um mal-entendido de que o colégio estivesse fechado, mas ele continua em atuação há quase 117 anos, e estamos caminhando para ter o seu crescimento", explicou o pastor Alberto Freitas, diretor do Colégio Americano Batista. "Podemos sentir nessa conversa o interesse do governo, já que o colégio estava colocando a venda uma parte do imóvel para poder investir no próprio colégio e, oportunamente, o imóvel interessa ao governo ser essa parte e tratando como uma desapropriação", complementou o pastor, que estava acompanhado do pastor Paulo Eudes, presidente da convenção Batista, além do deputado estadual Renato Antunes.
A ideia apresentada pelo grupo Batista é a da divisão do terreno, ou seja, buscar manter parte do imóvel para que colégio privado siga em funcionamento. "Desde que a governadora assinou o decreto, na última sexta (3), eu e o deputado Renato Antunes procuramos agendar essa conversa com Raquel Lyra. Infelizmente ela não pôde comparecer por conta das demandas impostas pelas chuvas, mas ficou acordado com o chefe da Casa Civil, Túlio Vilaça, e com a procuradoria-geral do Estado, para que eles possam medir o terreno e se há a possibilidade de fazer um acordo para que a Igreja Batista mantenha um dos seus focos que é no trabalho da educação. Além disso, o imóvel também tem um valor histórico, que fica ao lado da Igreja Capunga, também centenária", contou o deputado Joel da Harpa.
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"Não há interesse da igreja de fechar o colégio. A igreja quer, de repente, vender uma parte do terreno para que com esse valor sirva para pagar as dívidas trabalhistas; mas, ao mesmo tempo, ficar com uma parte do terreno para dar continuidade a esse trabalho que a igreja executa há mais de 115 anos", comentou o deputado.
Apesar do decreto assinado por Raquel Lyra, a medida do governo foi tomada por se tratar de caráter emergencial, já que o imóvel seria leiloado na última sexta-feira (3). "O governo tomou essa medida por que o terreno já seria leiloado, mas a conversa foi muito boa e ficou bem alinhado para que possamos, ainda nessa semana, dar continuidade a essa negociação que se iniciou hoje. O governo reconhece a importância do Colégio Americano Batista e que precisou tomar a decisão rapidamente, mas abrindo espaço para ter essa conversa com representantes da Igreja Batista", esclareceu Joel da Harpa.
Diante desse primeiro passo com o governo, a direção do Colégio Americano Batista já vislumbra melhores horizontes para a instituição de ensino. "Estamos num trabalho tremendo para vermos o colégio se recuperar. Conseguimos dar uma caminhada boa nos últimos dois anos visando essa negociação de venda de parte do imóvel para, justamente, investir no colégio e poder resolver todas essas pendências que têm gerado processos. Esse tem sido o nosso objetivo. Esperamos ter esse melhor horizonte à frente e há um potencial grande para isso, principalmente com essa entrada do governo", comemorou o pastor Alberto Freitas.
Ainda segundo o diretor do Colégio Americano Batista, as aulas retomam nesta terça-feira (7) normalmente. "Tivemos hoje (6) cedo na escola para recepcionar os pais e os alunos, mas sentimos que era necessário suspender as aulas por conta das chuvas. Porém, nesta terça, as aulas voltam normalmente, se a chuva deixar", finalizou pastor Alberto.
EX-ALUNO ILUSTRE
Um dos alunos mais notáveis que estudou no colégio foi o paraibano Ariano Suassuna, escritor, dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta, artista plástico, professor, advogado e palestrante.
O imóvel do Colégio Americano Batista
O terreno do Colégio Americano Batista fica localizado no número 1308, na Rua Dom Bosco, no bairro da Boa Vista, possui cinco blocos escolares, uma capela e uma residência. Cada bloco escolar tem dois pavimentos:
- O 1º bloco escolar tendo no térreo: duas salas de aulas, dois sanitários, quatros alas de departamento e uma circulação externa;
- O 2º bloco escolar consta no térreo seis salas de aulas, um sanitário, sala de diretoria, secretaria, dois gabinetes, corredores de circulação, um depósito e escada. Já o 2º pavimento consta de seis salas de aulas, biblioteca, dois sanitários e circulação;
- O 3º bloco escolar consta no térreo: duas salas de aula, quatro gabinetes, uma escada, circulação e auditório; o 2º pavimento consta de quatro salas de aula, circulação, um sanitário e um depósito;
- O 4º bloco escolar consta no térreo: quatro salas de aulas, circulação, um sanitário e um gabinete; o 2º pavimento com quatro salas de aulas, banheiro, escada e circulação;
- O 5º bloco escolar consta no térreo: cinco salas de aulas, banheiro e circulação; o 2º pavimento com quatro salas de aulas, auditório, um gabinete, circulação, banheiro e escada;
- A residência térrea é composta de uma sala, três quartos, um banheiro, uma cozinha, terraço e circulação; a capela consta de nave, duas sacristias, um banheiro e circulação.
História do Colégio Americano Batista
O Colégio Americano Batista foi fundado em 1906 pelo missionário norte americano W.H. Canadá, que sentiu o desejo de contribuir para o desenvolvimento da Educação no Brasil e resolveu criar uma escola para alfabetizar e educar crianças que não tinham condições financeiras de investir em estudos particulares.
A escola começou a funcionar num casebre vizinho à primeira Igreja Batista do Recife, inicialmente com treze alunos. Assim começou o Colégio Americano Batista do Recife. Após 13 anos, o então diretor da instituição, o missionário H.H. Muirhead, comprou uma chácara localizada no lugar que atualmente fica o Parque Amorim, onde foi instalado o colégio.
Após a aquisição do terreno, o primeiro edifício construído levou o nome do professor Alfredo Freyre, antigo diretor do colégio e advogado que intermediou a compra da propriedade. A ideia original era que o prédio reproduzisse a fachada da Casa Branca, sede da presidência dos Estados Unidos.
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