Depois de dois longos anos de espera, o Carnaval voltou. Passou ligeiro, mas não sem deixar marcado no coração e na ponta do pé de cada pernambucano o real sentido da festa. Foram cinco dias intensos, também avidez pela folia, depois de tanto sofrimento, era tamanha. Do Marco Zero, passando pelo Galo da Madrugada o interior do Estado e as ladeiras de Olinda não faltaram a alegria e celebração da vida, marca inerente da maior festa popular do Brasil, que tem sua grandiosidade ratificada em Pernambuco.
Logo na abertura, o Recife manteve a tradição ao som alucinante do frevo, com maestro forró e convidados ilustres como Geraldo Azevedo, Caetano Veloso e Duda Beat.
Ao todo, 44 polos, entre centralizados, descentralizados e comunitários, receberam uma programação que se estendeu por toda a cidade, reunindo atrações locais e nacionais, que celebram a volta do ciclo carnavalesco. Para a sua realização, a Prefeitura do Recife mobilizou parcerias com a iniciativa privada e mais de R$ 8 milhões foram captados de empresas, viabilizados por meio de quatro editais para captação de cotas de patrocínios
O Galo da Madrugada, maior bloco de rua do mundo, mais uma vez deu seu show. Ainda mais imponente, seja na beleza do seu galo gigante que celebrou a ancestralidade negra da população pernambucana ou na quebra do seu próprio recorde ao reunir 2,5 milhões de foliões.
Nas ladeiras de Olinda, muita cor, fantasias e alegria. Os bonecos gigantes desfilaram e encantaram. Gente todo o mundo voltou a estar, de novo, junto, sem medo, protegidos pela imunização massiva contra a covid-19.
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No interior, o maracatu voltou a reinar em Nazaré e em toda a Zona da Mata. Os Papangus abrilhantaram a festa em Bezerros, assim com as caiporas, caboclinhos, boi, caretas e todas as demais manifestações culturais que só em Pernambuco se juntam para fazer o maior Carnaval popular do Brasil. Ao todo, o Governo de Pernambuco investiu R$ 24 milhões no Carnaval deste ano, com expectativa de movimentar R$ 2,7 bilhões na economia do estado, que esperava receber mais de 2 milhões de turistas.
Todo bom folião sabe que quando acaba a terça-feira não é fácil segurar a emoção. Se clarins e tambores se calam, as alegorias e fantasias são desmontadas, o sentimento de vazio chega junto; mas há de se ter em mente a certeza de que um novo Carnaval chegará. Desta vez sem tanta demora. Dois anos é tempo demais para quem em cinco dias não consegue colocar toda a alegria guardada para fora. Que venha o próximo Carnaval. Agora só faltam 354 dias (para quem conta desde a terça-feira, 21).
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