Tragédia

DESABAMENTO EM OLINDA: Cadelinha é resgatada numa operação conjunta dos Bombeiros e outros órgãos; veja vídeo

Foi preciso um grande aparado para salvar a cachorrinha, que estava presa pela coleira, na varanda do terceiro andar do edifício. Foram enviadas seis viaturas, com aproximadamente 20 militares para atuar no resgate

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 30/04/2023 às 17:07 | Atualizado em 01/05/2023 às 13:34
Gabriel Ferreira /Imagem
A cachorrinha Bela estava presa pela coleira, na varanda do terceiro andar do edifício - FOTO: Gabriel Ferreira /Imagem

Na manhã deste domingo (30), a cadelinha Bela foi resgatada por equipes do Corpo de Bombeiros dos escombros do desabamento do Edifício Leme, no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda. A tragédia aconteceu na noite da última quinta-feira (27), deixando seis mortos e cinco feridos. Além das principais vítimas, os Bombeiros também trabalharam para retirar animais domésticos do local do acidente.  

Segundo o Corpo de Bombeiros, foi preciso um grande aparado para salvar a cachorrinha, que estava presa pela coleira, na varanda do terceiro andar do edifício. Foram enviadas seis viaturas, com aproximadamente 20 militares para atuar no resgate. Além de Bela, na manhão do domingo foram resgatados um cachorro e um pássaro, que estavam no 1° andar do prédio. 

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Bombeiros utilizaram viatura que alcança 66 metrs na vertical para resgatar a cachorra Bella - Gabriel Ferreira/JC Imagem

Os Bombeiros utilizaram a chamada Auto Plataforma, uma viatura que atinge 66 metros de altura na vertical para alcançar o animal. A Operação de Resgate foi realizada em conjunto com a Neoenergia, Defesa Civil de Olinda, Guarda Municipal de Olinda, Polícia Militar. Com o restate de Bela, os Bombeiros deram como encerradas as atividades de resgate no local.

A cadelinha Bela foi entregue à sua dona pelas mãos dos Bombeiros. Nem ela nem o animal de porte médio, branco com manchas pretas, esconderam a alegria do reencontro. Eufórica, Bela pulava e balançava o rabo.

Com aquele pequeno momento de alegria se encerava, ao menos para a equipe do corpo de Bombeiros, mais uma tragédia que vai ficar na história de Pernambuco.

O que aconteceu no Edifício Leme, expõe o déficit de moradia no Estado e exige uma atuação mais eficiente do Poder Público, não apenas na oferta de habitações, mas na fiscalização de imóveis condenados para que não sejam ocupados e na concessão de auxílio moradia para que famílias não precisem ocupar esses lugares. 

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Tutora da cadelinha Bela assiste ao momento em que ela recebe asssistência veterinária após ser resgatada dos escombros do Edifício Leme, em Jardim Atlântico - Gabriel Ferreira/JC Imagem

TRAGÉDIA

Na última quinta-feira (27), por volta das 22h, o Edifício Leme, que fica na Rua Acapulco, no bairro Jardim Atlântico desabou parcialmente. Um incêndio começou no local em consequência do desastre. O Corpo de Bombeiros de Pernambuco foi acionado para dar início aos resgates.

Onze vítimas foram retiradas dos escombros pelas equipes de busca e salvamento do Corpo de Bombeiros da quinta até o sábado (29). Do total de pessoas atingidas, cinco foram resgatadas com vida e encaminhadas a hospitais e serviços de saúde. As outras seis foram vítimas fatais: quatro do sexo feminino e duas do sexo masculino, com idades entre 13 e 60 anos de idade. 

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Bombeiros conseguiram retirar um passarinho dos escombros do Edifício Leme, em Jardim Atlântico - Gabriel Ferreira/JC Imagem

INTERDIÇÃO 

De acordo com a Prefeitura de Olinda, o Edifício Leme foi interditado pela Defesa Civil em 2000, após uma vistoria conjunta entre Estado, Município e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

"Em seguida, os órgãos exigiram da seguradora do imóvel a demolição do mesmo. A mesma seguradora também é responsável pela vigilância do prédio que deveria proibir a ocupação", afirmou.

"A Prefeitura de Olinda atua junto à Justiça, a fim de obrigar as seguradoras a executarem as demolições. Dezenas de ações foram movidas pela Procuradora do Município. Como exemplo, têm-se os casos dos edifícios Verbena e JK, onde a Caixa Seguradora, responsável pela Guarda e Conservação dos prédios, foi obrigada a demoli-los, relocando eventuais ocupantes", continuou, na nota.

"Hoje, no entanto, existem casos em que a Justiça já determinou a demolição do imóvel, após a ação da Prefeitura, porém a seguradora se recusa a dar cumprimento à ordem judicial. E isso mesmo sendo cobrada multa diária no caso de descumprimento", disse a gestão municipal.

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Bombeiros usaram Auto Plataforma, que pode alcançar 66 metros verticalmente para retirar a cadela Bela do Edifício Leme, em Jardim Atlântico - Gabriel Ferreira/JC Imagem

LUTO EM OLINDA

Com o encerramento dos trabalhos de resgate das vítimas do desabamento parcial do Edifício Leme, no bairro de Jardim Atlântico, a Prefeitura de Olinda decretou luto oficial de três dias no município.

"Deixo aqui a minha solidariedade aos familiares e amigos das vítimas do Edifício Leme, em Jardim Atlântico. Olinda está de luto oficial por três dias", informou o prefeito Professor Lupércio, em suas redes sociais.

A Defesa Civil de Olinda permanece na rua Acapulco para a retirada dos entulhos, que deve ocorrer durante todo este fim de semana. Por nota, a Prefeitura de Olinda também informou que vai iniciar o isolamento de parte do Edifício Leme, com tapumes.

SEPULTAMENTOS 

Rodolfo Henrique foi a primeira vítima a ser retirada dos escombros do Edifício Leme e o primeiro a ser sepultado, na tarde de sábado (29), no Cemitério de Santo Amaro, no Recife. Ele tinha de 32 anos e morava há 15 anos no edifício, mas fazia planos de se mudar.  

Mãe e Filha, Juliana Alves, de 32 anos, e Flávia Rayane, de 16 anos, serão sepultadas nesta segunda (1º) , às 14h, no Cemitéro de Guadalupe, em Olinda. Juliana morava no térreo do prédio há apenas três meses, com a filha Rayane e o filho Rhuan, de 18 anos, que não estava em casa no momento do acidente. 

Amiga da família, Débora conta que o enterro seria no domingo, mas como só foi liberado o corpo da mãe. Sem a liberação do corpo da filha foi adiado. Juliana tinha saído de Ouro Preto para ir morar no edifício Leme. A situação financeira apertou, ela estava sem conseguir pagar aluguel e foi parar no Edifício Leme.


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