I Colóquio Internacional de Educação na Unicap celebra as conquistas e ressalta os desafios do setor

"A educação transforma as pessoas e elas juntas transformam o mundo", a frase dita pelo reitor da UNICAP Pe. Pedro Rubens durante o I Colóquio Internacional de Educação Superior e Básica: uma relação a reinventar, que aconteceu nesta sexta-feira, 26 de janeiro, no auditório G1 da instituição e ressalta a importância da educação na vida das pessoas e do quanto ela é a base para a verdadeira transformação social. 

O Reitor Pe. Pedro Rubens, que é também presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), mediou o encontro que reuniu diversos representantes de instituições de ensino, são eles: Maria das Graças Soares da Costa, reitora da UNIFAFIRE e 2° Vice-presidente da Associação Brasileira das Instituições Comunitárias de Educação Superior; João Batista Gomes de Lima, reitor do Centro Universitário São Camilo e Presidente da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil; Vera Lúcia da Rocha Maquêa, reitora da Universidade do Estado de Mato Grosso e 3ª Vice-Presidente do CRUB; Carlos André Bulhões Mendes, reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, CRUB-Federais; Alberto Barella, reitor da Universidade Rio Verde, CRUB-Municipais e Marco Antônio Soares, reitor da Universidade de Vassouras, CRUB-Particulares.

Estiveram presentes ainda a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI, Luciana Santos, e o ministro da Cultura e Educação do Vaticano e também professor convidado da UNICAP desde 2009, o cardeal Dom Tolentino de Mendonça. Na agenda estava prevista também a participação do ministro da Educação, Camilo Santana e do Presidente do Conselho Nacional de Educação - CNE, Luiz Curi, mas devido a conflitos de agenda, não conseguiram comparecer.

Em entrevista, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, comentou sobre o quanto é fundamental continuar investindo na educação de base para formar cidadãos mais preparados para a sociedade e o mercado de trabalho. 

"Nós precisamos fazer com que a formação, desde o início, possa também se consolidar cada vez mais como de excelência. E para isso, há um esforço gigante há décadas nesse país de garantia a universalização. Hoje, isso está praticamente garantido, mas estamos ainda longe de ter os
indicadores de qualidade na educação fundamental básica, que é um grande gargalo brasileiro, principalmente no Nordeste", pontua

Luciana ressalta ainda que o Ministério da Educação, estados e municípios precisam agir, cada vez mais, de maneira integrada e focada para superar os indicadores das matérias mais básicas que dão suporte na formação continuada.

"Para que a nossa Juventude brasileira possa partir de um ensino mais consistente, básico e dar o salto
que o Brasil tanto merece. São desafios gigantescos, mas eu penso que quando a gente tem vontade política é possível", ratifica Luciana Santos.

Políticas públicas e iniciativas governamentais com foco na educação são caminhos necessários para mudar a realidade atual. Propostas como bolsas de estudos, ampliação da escola em tempo integral e as Olimpíadas de popularização da ciência, por exemplo, são conjuntos de medidas que caminham na direção dessas melhorias. 

O reitor comenta a importância de promover o I Colóquio na UNICAP e a relevância do encontro ser em Pernambuco junto com a presença de Dom Tolentino, que é responsável por mais de 1.700 universidades em todo o mundo. 

"Pernambuco é um estado de educadores como Paulo Freire e tantos outros. Não é por acaso que ele é patrono da educação. Estamos numa missão impossível, mas numa esperança possível. O Brasil cresceu muito para responder as diversas demandas da educação superior em vários segmentos. Isso é uma riqueza e complexidade enorme, mas agora, junto com a ministra Luciana e o ministro Camilo e as instâncias, o CRUB quer se comprometer a pensar a sistematização desses segmentos", destaca o reitor.

Alguns desafios da educação no Brasil que precisam ser sanados para que, de fato, o país volte a subir no ranking são: o acesso à escola e o processo de aprendizagem, o modelo distorcido de formação de docentes, a falta de investimentos generalizados e inovação, o desinteresse por parte de alguns alunos e a pouca participação das famílias na vida escolar.

Na sua apresentação, Dom Tolentino falou sobre conscientização e renovamento, com foco no futuro das universidades. 

"O primeiro desafio colocado às universidades é o da conscientização do seu papel: que ela saiba o que é e de onde vem, qual o contributo que presta à humanização e a esperança que representa socialmente. Este processo de conscientização é muito importante por hoje, há uma grande pressão por resultados e a adaptação a modelos apressados de organização que não permitem que essa extraordinária invenção humana, que é a universidade, continue a ser plausíveis também à luz do melhor que representa a tradição universitária", pontua Dom Tolentino.

É possível melhorar a educação no Brasil

Algumas iniciativas, que abordam diferentes aspectos do sistema educacional buscam criar um ambiente mais equitativo e propício ao desenvolvimento integral dos estudantes. 

A implementação bem-sucedida dessas medidas requer um esforço conjunto de governos, instituições de ensino, educadores, pais e demais partes interessadas na comunidade educacional. São elas;

• Investimento adequado - Destinar recursos suficientes para a educação, incluindo infraestrutura escolar, salários dignos para professores, material didático de qualidade e programas educacionais inovadores. 

• Formação e valorização dos professores - Implementar políticas que promovam a formação contínua dos professores, atualizando seus conhecimentos e habilidades. Além disso, é importante valorizar a profissão oferecendo condições de trabalho adequadas.

• Currículo escolar relevante e atualizado - Revisar e modernizar os currículos escolares para garantir que estejam alinhados com as necessidades atuais da sociedade e do mercado de trabalho. Incluir temas relevantes, como habilidades socioemocionais, tecnologia, educação financeira e cidadania, pode preparar melhor os alunos para os desafios do mundo contemporâneo.

• Inclusão e equidade - Implementar políticas que promovam a inclusão de todos os estudantes, independentemente de suas origens socioeconômicas, étnicas ou geográficas. Isso pode incluir a criação de programas de apoio para alunos em situação de vulnerabilidade, a oferta de educação especializada e o combate à evasão escolar.

• Tecnologia na educação - Integrar a tecnologia de forma eficaz na sala de aula, proporcionando acesso a recursos digitais, promovendo a educação a distância quando necessário e incentivando práticas pedagógicas inovadoras. 

"o grande patrimônio do Brasil é a juventude, não só a do futuro, mas sim do presente que a gente quer construir, aqui e agora. E por que não começar de Pernambuco?", indaga o Pe. Pedro Rubens.