Presidente do TJPE acompanha processo de avaliação do edifício Holiday
Análise, comandada pelo engenheiro civil Gustavo Farias, será feita em duas etapas
O Edifício Holiday, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, passa por uma perícia técnica neste sábado (13), que tem como objetivo definir por qual valor o prédio será leiloado. A análise é feita pelo engenheiro civil Gustavo Farias, designado pela Justiça, e outros quatro peritos convidados por ele.
A primeira fase da avaliação começou às 8h, com foco em uma análise técnica. A segunda etapa, feita posteriormente, consistirá em uma análise de dados do mercado, a fim de guiar o preço do terreno, situado em uma área nobre da cidade. A soma dos dois fatores, do terreno e construção, vai definir o valor do bem.
O presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Ricardo Paes Barreto, acompanha todos os detalhes do processo de alienação do Edifício Holiday.
A avaliação teve o suporte da Guarda Municipal e da Polícia Militar. O trabalho ocorreu normalmente.
O leilão do Holiday está previsto para ser realizado de forma eletrônica nos dias 22 e 23 de maio.
O presidente do TJPE, que na semana passada ocupou interinamente o cargo de prefeito do Recife, demonstra empenho em resolver o impasse do edifício. Diariamente ele conversa com o juiz que está à frente do processo, Marcos Garcez, para acompanhar os desdobramentos.
"As pessoas que moravam no local estavam sofrendo com essa situação há mais de cinco anos. Eles merecem pelo menos uma indenização, e o juiz Marcos Garcez, que é muito capacitado, foi sensível e definiu o período em que o leilão deverá ser realizado", disse Ricardo Paes Barreto.
"Esperamos que aquele prédio possa ser alienado por um preço razoável e, com o dinheiro arrecadado, as famílias já cadastradas, que estão desamparadas, recebam suas indenizações. Foram mais de 100 famílias desalojadas, indiretamente muito mais que esse quantitativo", acrescentou.
PREFEITURA PEDE CONSERVAÇÃO DO IMÓVEL
A pedido do juiz do caso, a Prefeitura do Recife elaborou ficha de diretrizes para orientar o comprador do edifício. Nela, recomendou que o Holiday não seja demolido ou descaracterizado a menos que “comprovadamente, seja atestado comprometimento considerável da estrutura”.
“As melhorias deverão respeitar os parâmetros de área non aedificandi (não edificante), a preservação de visadas e seguir os parâmetros urbanísticos estabelecidos pela legislação municipal vigente, de acordo com a zona onde o lote está inserido”, pediu.
A justificativa do pedido é por reconhecer que “as características do imóvel e sua grande interferência na paisagem urbana e na memória afetiva da população”. A decisão sobre qual será o destino do edifício, marco da arquitetura modernista da cidade, contudo, permanece sendo do comprador.
O primeiro leilão do Holiday havia sido marcado em novembro do ano passado para o dia 28 de março ainda pelo antigo juiz do caso, Luiz Rocha. No mês passado, contudo, o novo juiz adiou o leilão — até então sem previsão. Mas a decisão acrescentou que a venda poderia ser cancelada caso moradores apresentassem um cronograma de obras a fim de recuperar e voltar para o prédio.
No entanto, quando estava como prefeito em exercício, o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Ricardo Paes Barreto, afirmou que o município pediu para agilizar o leilão do prédio.