INFRAESTRUTURA

Jaboatão e Paulista estão entre as piores cidades do Ranking do Saneamento 2024

Estudo do Instituto Trata Brasil (ITB) ainda mostra o Recife entre as 10 cidades que mais perdem água durante o processo de distribuição

Imagem do autor
Cadastrado por

Emannuel Bento

Publicado em 09/06/2024 às 15:15 | Atualizado em 09/06/2024 às 15:16
Notícia

Os municípios de Jaboatão dos Guararapes e do Paulista estão entre as 20 piores colocações no Ranking do Saneamento 2024, elaborado pelo Instituto Trata Brasil (ITB), em parceria com GO Associados.

O estudo analisa os 100 municípios mais populosos do País, levando em conta atendimento de água, coleta e tratamento de esgotos, investimento por habitante, e índice de perdas na distribuição e por ligação.

No ranking, Jaboatão aparece na 87ª posição, enquanto Paulista figura na 83ª. As posições refletem a urgência de medidas que promovam uma melhor aplicação dos recursos de arrecadação de tributos em benefício da população.

Pernambuco não teve cidades entre as 20 melhores no ranqueamento.

Recife entre as que mais perdem água

Além do ranking geral, o Instituto Trata Brasil apresenta estatísticas dos indicadores que formam o estudo. Recife e Jaboatão dos Guararapes estão entre as 10 cidades que mais perdem água durante o processo de distribuição para abastecimento das residências.

O Índice de Perdas na Distribuição busca estabelecer uma relação entre a água produzida e a água efetivamente consumida nas residências.

Na lista de 100 municípios, Recife aparece em 94º lugar, com 60,09% de Índice de Perda na Distribuição). Jaboatão está na 98ª posição, com 69,38% - figurando entre as três piores do País neste quesito.

Caruaru é destaque positivo

Caruaru, no Agreste, aparece entre as que menos perdem água na distribuição, com 24,57% - dividindo a primeira colocação com outros 14 municípios.

A "Capital do Forró" também apresentou 100% no Indicador de Atendimento Total de Água - outras cidades pernambucanas com esse percentual são Olinda, na RMR, e Petrolina, no Sertão.

Caruaru também é destaque em relação ao Indicador de Perdas por Ligação (IPL), que é expresso em termos volumétricos. Quanto menor for esse volume, mais bem classificado o município deve estar, pois uma menor parte do volume de água produzida é perdido por ligação e por dia. Caruaru apresentou 158,15 Litros de ligação por dia.

Paulista apresentou a maior queda no ranking

O município do Paulista também foi o que mais caiu na lista, pois no ano passado figurava a 64ª posição.

A cidade teve redução de 2,12 pontos percentuais no atendimento total de água, que deixou de ser universalizado, de acordo com o relatório. Também apresentou redução de 12,81 pontos no volume de esgoto tratado referido à água consumida. Por fim, teve redução nos três índices de perdas de água.

O município de Petrolina, constantemente lembrado como referência em infraestrutura no interior de Pernambuco, também apareceu no Top 5 das cidades que mais retrocederam em relação ao Ranking de Saneamento de 2023. A cidade estava em 39º lugar, mas caiu para 56º neste ano.

Jaboatão acumula posições negativas

Figurando a 87ª posição, Jaboatão é a cidade pernambucana com piores índices em relação aos indicadores:

  • Indicador de Perdas no Faturamento (99ª);
  • Indicador de Atendimento Total de Esgoto (99ª);
  • Indicador de Perdas na Distribuição (98ª);
  • Indicador de Perdas por Ligação (91ª);
  • Indicador de Atendimento Total de Água (91ª)

Por fim, Jaboatão ainda aparece no quadro dos municípios nas 20 piores colocações na última década, já que o Instituto Trata Brasil monitora esses indicadores com base na população desde 2009.

Atualmente, a falta de acesso à água potável impacta quase 32 milhões de pessoas e cerca de 90 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de esgoto, refletindo em problemas na saúde para a população que diariamente sofre, hospitalizada por doenças de veiculação hídrica.

Para produzir os ranqueamentos, foram levados em consideração indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano-base de 2022, publicado pelo Ministério das Cidades.

Tags

Autor