O abandono e a degradação continuam sendo o retrato do imóvel onde funcionou o histórico Cassino Americano. Localizada na Avenida Boa Viagem, bairro do Pina, zona sul do Recife, a propriedade foi fundada na década de 1940 e promovia confraternizações e partidas de cartas para a sociedade local.
Apesar de integrar a lista de Imóveis Especiais de Preservação (IEPs) da Prefeitura do Recife, que define que o patrimônio não pode ser demolido e deve ser preservado e reparado pelos proprietários, o antigo Cassino Americano não apresenta nenhum sinal de cuidados. Atualmente, ele está sem janelas, com pintura desbotada e o forro do teto desabando.
Há um ano, a equipe do JC fez uma matéria sobre o descaso com o imóvel que ocupa uma das principais avenidas da capital pernambucana. Até o momento, nenhum projeto de restauração e reparação foi implementado no edifício.
Por meio de nota, a Prefeitura do Recife informou que o Edifício Cassino Americano permanece interditado por falta de manutenção, cabendo aos proprietários a responsabilidade de realizar as obras de recuperação.
Além disso, a Secretaria Executiva de Controle Urbano (Secon) reiterou que “por se tratar de um processo de espólio em andamento na Justiça, não foi possível autuar os proprietários do imóvel onde funciona o Cassino Americano”. A Defesa Civil afirmou que monitora periodicamente a situação dos imóveis em situação de risco na cidade.
O espólio do Cassino Americano pertence ao Grupo João Santos, conglomerado pernambucano dono de dezenas de empresas e que já foi um dos maiores produtores de cimento do país. A companhia passa por recuperação judicial e, em fevereiro de 2024, começou a pagar um acordo de FGTS de 20 mil funcionários feito com a Fazenda Nacional no valor de R$1,5 bilhão.
Entramos em contato com o grupo de advocacia que representa o grupo e aguardamos posicionamento a respeito do espólio do grupo e da implementação de projetos no imóvel do antigo Cassino Americano. O espaço está aberto.
Imóvel Especiais de Preservação (IEP)
O Cassino Americano integra a lista de Imóveis Especiais de Preservação (IEPs) da Prefeitura do Recife desde 1997. No texto da lei, fica definido que “Imóveis Especiais de Preservação - IEP - são exemplares isolados, de arquitetura significativa para o patrimônio histórico, artístico e/ou cultural da cidade do Recife, cuja proteção é dever do Município e da comunidade”.
A respeito da preservação dos IEP, cabe ao proprietário a manutenção das características originais do imóvel, mediante a execução de intervenções que visem à preservação dos elementos que determinam a importância do imóvel para o patrimônio histórico, artístico e cultural do Município.