Pernambuco vai despejar quase 90 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento até o fim do ano

Estado tem um dos piores índices do Nordeste e despeja diariamente 244 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento no meio ambiente

Publicado em 04/12/2024 às 13:01 | Atualizado em 04/12/2024 às 22:52
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Mais de meio milhão de piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento serão despejadas pelo Nordeste até o fim do ano. O número, divulgado pelo Instituto Trata Brasil, tem como base os dados do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento Básica (SNIS), com base no ano de 2022.

Segundo o SNIS, mais de 37 milhões de pessoas na região não têm acesso à coleta de esgoto, enquanto apenas 34,3% do esgoto gerado é tratado. Isso equivale ao despejo diário de 1.398 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento diretamente no meio ambiente.

Pernambuco tem o quarto pior índice de despejo regular entre os estados do Nordeste. Diariamente são lançadas na natureza 244 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento, o que, até o fim do ano, soma quase 90 mil.

A falta de saneamento básico expõe a população à contração de doenças de veiculação hídrica - que, de acordo com dados do DATASUS, do Ministério da Saúde, foi motivo de internação de 75 mil pessoas no Nordeste.

Já Pernambuco registrou 5.667 internações e 191 óbitos. O Painel Saneamento Brasil, do Instituto Trata Brasil, reúne informações que revelam, ainda, que mais de 97 mil moradias do estado não possuem banheiro (pouco mais de 3%).

Coletados pelo IBGE, os dados informam que o acesso à coleta de esgoto é negado, principalmente, às populações indígena e preta - 63,5% e 51,3% das pessoas desses grupos, respectivamente, não têm o serviço disponível.

Acesso à coleta de esgoto

FERNANDO FRAZÃO/ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL
Falta de saneamento básico expõe a população à contração de doenças de veiculação hídrica - FERNANDO FRAZÃO/ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL

Na última terça-feira (4), o Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) divulgou um levantamento sobre o acesso à coleta de esgoto no estado.

Foram analisados dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), fornecidos pelas prefeituras e órgãos como Agência de Regulação de Pernambuco (ARPE), Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e Secretaria de Recursos Hídricos e de Saneamento de Pernambuco.

Apenas 34,2% dos pernambucanos têm essa cobertura. O número está abaixo da média nacional de 56% e distante da meta de 90% em 2033, estabelecida pelo Novo Marco Legal.

Ao mesmo tempo, o levantamento do TCE indicou que 238 das 753 obras de saneamento em Pernambuco estavam paralisadas ou inacabadas em 2023.

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