Praias de Porto de Galinhas e Muro Alto terão que conviver com racionamento de água
Compesa apresentou situação dos mananciais e as Barragens de Bita e Utinga, que atendem os municípios do Cabo e de Ipojuca, estão em situação crítica
Um dos principais destinos turísticos de Pernambuco, a Praia de Porto de Galinhas vai enfrentar um severo racionamento de água até o mês de março pelo menos. A mesma situação vale para outras praias localizadas nos municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, no Litoral Sul. As duas cidades foram afetadas pelos baixos níveis das Barragens de Bita (13%) e Utinga (14%), que compõem o Sistema de Abastecimento de Suape.
O presidente da Compesa, Alex Campos, explica que uma série de fatores contribuíram para uma rápida diminuição do volume de água no manancial. "De um lado a temperatura elevada e do outro a evaporação, além do elevado consumo de água nos últimos 20 dias fizeram o volume diminuir. Se as coisas andarem nessa velocidade o manancial vai secar. Por isso tem que contingenciar", observa.
De acordo com Campos, a Compesa fez uma captação, uma espécie de transposição do Rio Ipojuca para irrigar a barragem. Além disso, a compamhia está reativando poços na região. Apesar dos esforços, a expectativa é que a falta de chuvas se prolongue até março para só depois iniciar uma nova quadra chuvosa.
Para manter o atendimento das áreas que antes recebiam água do Sistema Suape, a Compesa precisou direcionar água do Sistema Pirapama para essas localidades. Essa medida já implica em um déficit hídrico de 120 litros de água por segundo para o município. Pirapama, que antes era responsável pelo abastecimento de água do centro do Cabo e áreas do entorno, agora atende também as áreas que recebiam água de Suape.
SEM CHUVAS ATÉ MARÇO
No início de 2024, a Apac previa chuvas acima da média em relação ao ano passado, mas as condições climáticas foram mudando. "A previsão para os próximos meses é de chuvas na média ou abaixo da média. Em função disso, o nível de criticidade tende a aumentar porque os reservatórios vão sofrer duplamente, porque não tem água de chuva prevista e as ondas fortes de calor vão fzer a água evaporar", afirma a presidente em exercício da Apac, Crystianne Rosal.
Ela observa que no mes passado o monitor de seca não mostrava situação de estiagem em todo o Estado, mas agora a seca aparece em Pernambuco como um todo, inclusive na RMR. Segundo a Apac, 171 municípios estão em estágio de seca moderada. Do ponto de vista climático estamos em estado neutro: a temperatura não está nem em el nino nem em la nina. "Não tem como prever o vai acontecer. No final de janeiro teremos uma nova atualização da seca e da situação dos reservatórios", diz.