O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a se posicionar sobre sua participação nas manifestações do dia 15 de março, durante coletiva realizada nesta quarta-feira (18), no Palácio do Planalto, para anunciar medidas contra a disseminação do coronavírus. De acordo com Bolsonaro, que reconheceu o risco ao ir cumprimentar apoiadores em Brasília. O presidente afirmou que teria sido o movimento pró-governo que foi ao seu encontro.
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“Não fui à rua. Desci a rampa e não estava infectado. Vejo jornalistas na frente de batalha em guerras como o Iraque. Isso é arriscado, mas é o papel de vocês. Eu, como líder maior da nação brasileira, tenho de estar junto do povo. Não se surpreenda se eu entrar no metrô lotado, na barcaça em Niterói ou no ônibus em Belo Horizonte”, declarou Bolsonaro, destacando que estas ações não seriam populismo.
De máscara, assim como seus ministros que formam o Comitê de Crise do Coronavírus, Bolsonaro também voltou a falar em “histeria”, apesar de anunciar várias medidas emergenciais por causa da covid-19. “É grave, preocupante, mas não chega ao campo da histeria ou da comoção nacional”, declarou o presidente sobre a doença, que é considerada uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Sem citar o nome do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), Bolsonaro aproveitou para falar em medidas que não tiveram resultados no Estado. Apesar do governador proibir aglomerações, banhistas ignoraram a recomendações e lotaram as praias cariocas, no último fim de semana.
Quem também foi alvo de críticas veladas foram as figuras políticas como, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Dias Toffoli, os presidentes da Câmara dos Deputados e Senado Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), respectivamente, que estiveram presentes no lançamento da emissora CNN, na última segunda-feira (9).
Nas redes sociais, apoiadores de Bolsonaro criticaram esses políticos por estarem presentes na festa que marcou a estreia da CNN Brasil, em evento que reuniu mais de 1.300 pessoas em um ambiente fechado.“Inclusive, houve uma grande concentração de pessoas, as mais altas autoridades do Brasil, se fizeram presentes no lançamento dessa nova TV, CNN”, alfinetou Bolsonaro.
JORNALISTAS
Sobre a possibilidade de um novo protesto ser convocado para o próximo dia 31 de março, em frente aos quartéis do Exército, o presidente Jair Bolsonaro chamou a jornalista Vera Magalhães de “mentirosa” ao ter propagado “fake news”. “Ela está divulgando que farei movimento dia 31 de março. Se tivesse uma maioria consciente na CPI da Fake News, ela seria convocada”, disparou.
A colunista do jornal O Estado de S.Paulo Vera Magalhães compartilhou, em suas redes sociais, que atos pró-Bolsonaro e contra o Congresso Nacional e o STF estariam sendo articulados através do Whataspp e de perfis anônimos. De acordo com o presidente, que afirmou não apoiar o ato, o movimento seria encabeçado pelos grupos de direita, mas que foi cancelado. “Não podemos ficar vivendo em cima disso”, concluiu.
Os atos a que Bolsonaro se refere estavam sendo convocados por WhatsApp e perfis anônimos. Foi isso que divulguei. Nesta matéria aqui. Bolsonaro mente em coletiva oficial https://t.co/jntGhjd0uZ
— Vera Magalhães (@veramagalhaes) March 18, 2020
A respeito do panelaço, programado para esta quarta-feira (18), contra o chefe do Executivo - cuja pauta é em torno da defesa da educação, das estatais, do serviço público, e por medidas para conter o coronavírus - o presidente alfinetou mais uma vez a imprensa. Ele disse esperar que a TV Globo e a Veja, também noticiem o panelaço que irá ocorrer, em paralelo, apoiando o governo.
“A Globo não deixa passar a oportunidade de dizer que o time vai bem apesar do seu técnico ir mal. Se um time ganha, parabéns a todos. Se o time perde, como se diz no futebol, o primeiro a ser demitido é o técnico. Nosso time está ganhando de goleada. Vamos elogiar o técnico que se chama Jair Bolsonaro”, rebateu.
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