atrito diplomático

Congresso Nacional pede desculpas à China depois de comentários de Eduardo Bolsonaro

O documento é assinado pelo vice-presidente do Senado Federal Antonio Anastasia em nome do Legislativo

Maria Lígia Barros
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Maria Lígia Barros
Publicado em 19/03/2020 às 16:54 | Atualizado em 19/03/2020 às 17:12
FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
O processo de votação será presencial e secreto, com 21 urnas eletrônicas distribuídas pelo Plenário e pelos salões Verde e Nobre, espaços que ficarão restritos aos parlamentares - FOTO: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

Após atrito diplomático entre China e Brasil, iniciado por comentários do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre coronavírus, o Congresso Nacional emitiu ofício endereçado ao embaixador do país asiático Yang Wanming e ao presidente Xi Jinping com pedido de desculpas. Pelo Twitter, o parlamentar havia culpado o parceiro econômico do Brasil pela pandemia.

O documento é assinado pelo vice-presidente do Senado Federal Antonio Anastasia (PSD-MG) em nome do presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP) - afastado por ter contraído a doença Covid-19 - e do Legislativo. No texto, o senador manifesta “respeito e solidariedade ao povo chinês”, reiterando os laços entre as nações. A carta defende que “nenhum obstáculo poderá separar nossos povos no combate a uma doença tão intensa e arrasadora que muito nos assusta”.

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“(...) tomo a liberdade de manifestar a Vossa Excelência minha convicção de que a experiência adquirida pela China será de fundamental importância para o combate, no Brasil e no mundo, dessa grave enfermidade, sobretudo no tratamento prioritário ao fornecimento de equipamentos e de insumos que possam ajudar na verdadeira “guerra” que todos somos parte e, verdadeiramente, estamos do mesmo lado”, escreve Anastasia.

Mais cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já havia pedido desculpas a Wanming por "palavras irrefletidas" de Eduardo Bolsonaro. O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), declarou que a visão do filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não representava a opinião do Governo. 

Entenda;

O desentendimento começou quando Eduardo Bolsonaro replicou mensagem que atribuía a responsabilidade pela pandemia à China. O embaixador no Brasil retrucou, também pelas redes sociais, exigindo um pedido de desculpas e afirmando que a atitude do parlamentar arranhava a "relação amistosa" dos dois países.

NOTA OFICIAL SOBRE AS CRÍTICAS DA EMB. CHINA AO MEU RETWITE

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Jamais ofendi o povo chinês, tal interpretação é totalmente descabida. Esclareço que compartilhei postagem que critica a atuação do governo chinês na prevenção da pandemia, ... pic.twitter.com/zAal6YIUWR

— Eduardo Bolsonaro???????? (@BolsonaroSP) March 19, 2020 ">

@BolsonaroSP As suas palavras são um insulto maléfico contra a China e o povo chinês. Tal atitude flagrante anti-China não condiz com o seu estatuto como deputado federal, nem a sua qualidade como uma figura pública especial. @ernestofaraujo @RodrigoMaia @camaradeputados @

— Yang Wanming (@WanmingYang) March 19, 2020 ">

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