Coronavírus

Bolsonaro chama governadores de radicais e volta a defender a reabertura do comércio

O presidente da República considera que alguns governadores têm aplicado "remédios em excesso" no combate ao coronavírus

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Publicado em 02/04/2020 às 16:40 | Atualizado em 02/04/2020 às 18:09
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Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - FOTO: DIVULGAÇÃO

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi recepcionado, nesta quinta-feira (2), por uma comitiva de pastores evangélicos, que pediam interseção do governo federal para ajudar financeiramente as igrejas. O encontro foi transmitido por meio de uma live no Facebook do presidente, que voltou a defender a liberação do comércio nos Estados. "Temos que convencer os governadores a não serem radicais", disse Bolsonaro. 

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Em seguida, o presidente da República fez duras críticas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que teria publicado um vídeo representando os governadores do Sul e Sudeste, reivindicando a responsabilidade do governo federal em dar suporte às sucessivas quedas de arrecadação que os Estados estão enfrentando em virtude do combate ao novo coronavírus (covid-19)

Nesta quinta-feira, governadores do Consórcio de Integração do Sul e Sudeste estiveram reunidos para elaborar uma lista de reivindicações ao governo federal. O documento destaca os impactos sociais e econômicos causados pela crise do coronavírus e que os Estados e municípios precisam de aportes emergências para compensar as quedas de arrecadação. 

Entre as oito propostas formuladas pelos governadores estão: "Recomposição de perdas de outras receitas além dos fundos de participação estaduais e municipais, ICMS, royalties e participações especiais de atividades de óleo e gás, queda da safra, entre outros fatores".

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"O Doria acabou com a arrecadação, fechando o comércio de São Paulo. Não pediu para mim, não conversou comigo para fazer aquela loucura. É aquela história, o corpo está doente nós vamos dar o remédio, mas se dermos três, quatro vezes a mesma dose, já é veneno. É o que o governo fez, acabou com o ICMS", disparou Bolsonaro na live com os pastores evangélicos. 

Além do governador de São Paulo, os governadores do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e de Santa Catarina, Carlos Moises (PSL), também foram criticados pelo presidente. Para Bolsonaro, as medidas restritivas, como o fechamento de comércio, bares, restaurantes e shoppings, estão proporcionando o aumento significativo no número de desempregos nestas regiões. "Vou deixar bem claro, por alguns governadores, em especial de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, eu faço esse apelo. Esse Carlos Moisés se elegeu com meu nome", disse. 

O presidente da República, que é favorável ao isolamento vertical - direcionado apenas aos grupos de risco da covid-19 -, disse, ainda, que cerca de 60% a 70% da população vai ser infectada pelo vírus. "Não tem como fugir disso, a tentativa é de atrasar isso para os hospitais poderem atender", afirma. No entanto, ele enfatiza que desconhece hospitais que estejam lotados por conta da pandemia. "Eu desconheço qualquer hospital que esteja lotado. Muito pelo contrário. Tem um hospital no Rio de Janeiro, que tem 200 leitos, mas só tem 12 ocupados. Não é isso tudo que estão pintando, até porque o Brasil tem temperatura diferente", afirmou. 

Aos líderes evangélicos, o presidente declarou considerar que todas as medidas que têm sido adotadas em razão do combate ao coronavírus no Brasil trata-se, na verdade, de uma competição entre alguns governadores. "Parece que houve competição de quem toma mais medidas para dizer que tá protegendo vidas. É o Paizão", criticou Bolsonaro.

O presidente, então, emendou sua fala criticando, novamente, o trabalho da imprensa. "Depois, parte da mídia vem para levar histeria". 

Empregos

Questionado sobre as medidas em relação à manutenção dos empregos, o presidente Jair Bolsonaro explicou que o governo federal tem adotado medidas para auxiliar as empresas neste momento. "Não adianta ter empregado e não estar produzindo", afirmou. Ele cita a medida provisória (MP) que permite a redução da jornada de trabalho em 50% e, consequentemente, também permite a redução de 50% do salário. "É melhor que o desemprego", apontou. 

Os pastores pediram para que o governo federal possa criar uma linha de crédito voltada às igrejas, para que elas possam manter suas estruturas e administrações. 

Confira na íntegra a live do presidente

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