Atualizada às 21h10
A divulgação do vídeo da reunião ministerial citada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, como prova de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria tentado interferir politicamente na Polícia Federal (PF) já começa a repercutir no meio político. Nas redes sociais já são várias as citações de deputados, senadores e governadores à gravação, que foi liberada na tarde desta sexta-feira (22) pelo ministro Celso de Mello, relator do processo que investiga o caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
>> Veja a transcrição do que Bolsonaro e ministros falaram na reunião do dia 22 de abril
Após compartilhar trecho do vídeo da reunião na sua conta do Twitter, o senador pernambucano Humberto Costa (PT) foi sucinto e disse: "Bolsonaro acabou".
Bolsonaro acabou.
— Humberto Costa (@senadorhumberto) May 22, 2020
Aliada do presidente e uma das protagonistas do escândalo que culminou com o desembarque de Moro do governo, Carla Zambelli (PSB) divulgou o vídeo e afirmou que a gravação "mudará a República".
Senhoras e senhores, a reunião que mudará a República:https://t.co/8b3DstAlS6
— Carla Zambelli (@CarlaZambelli38) May 22, 2020
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ironizou a fala de juristas sobre a possibilidade de pedir impeachment de Bolsonaro por conta das falas da reuniões. "O caso é de impedimento por falta de bom senso. Não sei se existe no arsenal jurídico. Houve com Delfim Moreira, caso clínico. Aplica-se ainda que difícil de comprovar? Duvido", disse.
Vejo juristas falando de impeachment. Pergunta de leigo: não adicionaríamos mais um complicador? O caso é de impedimento por falta de bom senso. Não sei se existe no arsenal jurídico. Houve com Delfim Moreira, caso clínico. Aplica-se ainda que difícil de comprovar? Duvido.
— Fernando Henrique Cardoso (@FHC) May 22, 2020
"Não é uma reunião de trabalho de ministros, é a cúpula do Poder Executivo tramando um golpe contra a democracia", disparou o deputado federal Marcelo Freixo (Psol).
Não é uma reunião de trabalho de ministros, é a cúpula do Poder Executivo tramando um golpe contra a democracia. O vídeo liberado pelo ministro Celso de Mello é a confissão do crimes de Bolsonaro e de todo o seu governo.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) May 22, 2020
Governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) afirmou que o vídeo divulgado pelo STF "revela um repertório inacreditável de crimes, quebras de decoro e infrações administrativas".
Na forma e no conteúdo, a tal reunião ministerial revela um repertório inacreditável de crimes, quebras de decoro e infrações administrativas. Além de uma imensa desmoralização e perda de legitimidade desse tipo de gente no comando da nossa Nação.
— Flávio Dino ???????? (@FlavioDino) May 22, 2020
Adversário de Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais de 2018, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) disse que a fala do presidente sobre a Polícia Federal demonstra que ele não estava se referindo à segurança da sua família. "Não há dúvida. PF não faz segurança de amigo", disse o petista.
Se a preocupação do presidente fosse com a segurança da família, ele não se referiria a “F**** AMIGO MEU”. Não há dúvida. PF não faz segurança de amigo. Nem vou falar do nível do governo. Sem condições!!
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) May 22, 2020
O deputado federal pernambucano João Campos (PSB) citou assuntos tratados na reunião e criticou o que classificou como desdém às pessoas contaminas e mortas pela covid-19. "A reunião ministerial mostra a desumanidade do governo", disse João.
Armas, cassino, perseguição, xingamentos e desmonte das instituições democráticas. E a pandemia? E os milhares de contaminados? E as pessoas mortas? Tratam como se fossem nada. A reunião ministerial mostra a desumanidade do governo.
— João Campos (@JoaoCampos) May 22, 2020
O deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB), considerou o comportamento dos presentes na reunião como "um completo descaso com a Pandemia", disse o parlamentar.
Todos pensávamos que a reunião ministerial, com a presença do
— Renildo Calheiros (@renildo) May 22, 2020
novo ministro da saúde, traçaria uma estratégia para salvar a vida dos brasileiros. O que vimos foram palavrões e um completo descaso com a Pandemia. Nem parece que vivemos a maior crise sanitária de nossa história.
O deputado federal Bohn Gass (PT), criticou no Twitter uma das falas de Bolsonaro no vídeo, quando ele fala que suas "bandeiras são família, deus, Brasil e armamento". Para o parlamentar, o foco do presidente estaria sendo direcionado para prioridades contestáveis.
No vídeo da reunião ministerial, Bolsonaro diz:
— Bohn Gass (@BohnGass) May 22, 2020
"Minhas bandeiras são família, deus, Brasil e armamento".
Saúde, educação, crise, emprego, fome, pobreza, desenvolvimento, nada.
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