Contrariando a afirmação do presidente da República, quando diz que "as forças armadas estão comigo", o ex-ministo Raul Jungmann, afirmou que as Forças Armadas estão ao lado da Constituição, não com o mandatário. A declaração foi feita nesta segunda-feira (1º), em evento promovido pelo UOL e mediado pelo colunista Leonardo Sakamoto. O ex-ministro petista Tarso Genro também participou do debate.
"As Forças Armadas não estão com ele, estão com a Constituição", declarou. Jungmann foi chefe do Ministérios da Defesa e da Segurança Pública no governo Temer e, ainda de acordo com ele, é preciso fazer uma diferenciação entre os militares que integram o governo e as Forças Armadas.
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Com referência à nota emitida pelo ministro-chefe de Segurança, Augusto Heleno sobre o pedido de apreensão do celular de Bolsonaro, Jungmann relatou que a atitude dele gera muitas dúvidas. "Quando um general da reserva como Augusto Heleno faz aquele manifesto para a nação, com termos impróprios, inadequados, as pessoas fazem o raciocínio: os militares estão apoiando isso. Não estão", comunicou.
O ex-ministro defendeu, ainda, que, de acordo com os diferentes posicionamentos dentro das Forças Armadas, os comandantes militares permaneçam em silêncio. "Se eles se pronunciassem, estaríamos criando um precedente. Amanhã, poderemos ter outros presidentes e conviver com outras crises. Poderia gerar uma perspectiva tutelar das Forças Armadas. E um aspecto fundamental de uma democracia é que não existe uma tutela, e muito menos capacidade de veto das Forças Armadas".
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Na mesma linha de pensamento que Jungmann, o ex-ministro da Educação e da Justiça do governo Lula afirma que as forças armadas não dariam golpe para colocar Bolsonaro. "A maioria dos oficiais que tem alguma formação histórica, mais aprofundada, não tem uma referência na postura do Bolsonaro quanto líder de uma nação. Portanto, acho que não há essa perspectiva", de golpe por Bolsonaro.
Tarso, que avalia que as Forças Armadas possam ter "grupos fascistas", também defende que, caso a instituição precise unir forças, "não vai ser Bolsonaro que vai ficar no poder". "Teriam pessoas mais preparadas do ponto de vista deles", pontuou.
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Com relação às manifestações antifascistas que ocorreram no último domingo (31), ele disse que o Estado está sob "agressão fascista". "Temos que dar nome a esse tipo de manifestação. Não é a palavra de nenhum radical, mas do próprio Celso de Mello que flagrou isso nos inquéritos. As pessoas ameaçam de assassinato, repetindo uma cena politica que é conhecida na crise de valores da modernidade".
"Vimos uma resposta que veio da sociedade, desorganizada, mas com a fé democrática para enfrentar o fascismo".
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