Márcia Aguiar, esposa de Fabrício Queiroz, se apresentou à Central de Monitoramento do Estado do Rio de Janeiro na manhã desta sexta-feira (17). A mulher, que foi intimada pela justiça à comparecer ao local para colocar uma tornozeleira eletrônica, chegou à Central por volta das 10h. Márcia cumpre prisão domiciliar juntamente com o marido na casa em Taquara, Zona Oeste do Rio. As informações são do G1.
Márcia Aguiar voltou para a casa após ficar 23 dias foragida. Ela estava foragida desde o dia 18 de junho, dia em que o marido foi detido em Atibaia (SP), no sítio do advogado Frederick Wassef, que atuou para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e se apresenta como defensor do presidente Jair Bolsonaro.
Assim como Queiroz, Márcia é investigada por suspeita de participação no esquema de "rachadinha", apropriação indevida de parte do salário de um funcionário, no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Ela foi assessora do filho do presidente entre 2007 e 2017. A prisão domiciliar de Queiroz e de Márcia foi concedida em decisão do ministro João Otávio Noronha, presidente do Supremo Tribunal Federal (STJ), na última quinta-feira (9).
Prisão de Queiroz
Queiroz foi preso no começo da manhã do dia 18 de junho, em Atibaia, no interior de São Paulo. No mesmo dia, foi decretada a prisão da mulher dele, Márcia Oliveira de Aguiar, que não se apresentou à polícia e não foi encontrada.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, é apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como chefe de uma organização criminosa que atuou em seu gabinete no período em que foi deputado da Assembleia Legislativa do estado (Alerj). Entre 2003 e 2018, ele cumpriu quatro mandatos parlamentares consecutivos.
Flávio virou alvo de suspeita após Relatório de Inteligência Financeira (RIF) apontar que Queiroz recebia depósitos regulares de colegas de gabinete. Essas movimentações ocorriam perto do pagamento de salários. Para os promotores, esse era suposto indício de "rachadinha". Flávio disse, à época, que todos os "mandatos na Alerj foram pautados pela legalidade e pela defesa dos interesses da população."
O MP também apontou suposta ação de organização criminosa no gabinete de Flávio na Alerj e supostos sinais de que o hoje senador lavou o dinheiro na compra e venda de imóveis. O parlamentar acusou a promotoria de tentar atingir o governo do seu pai, o presidente Jair Bolsonaro. O Coaf, porém, também apontou suspeitas de outros assessores, deputados e ex-deputados, no documento gerado na Operação Furna da Onça, sobre corrupção na Alerj.
Queiroz faltou a quatro convites para depor no Procedimento Investigatório Criminal (PIC) sigiloso do MP-RJ. Alegou problemas de saúde - trata-se de um câncer, do qual se operou no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Seu desaparecimento por meses rendeu à oposição um mote - "Cadê o Queiroz?" -, desfeito depois que o PM aposentado foi localizado pela revista Veja, na capital paulista. O ressurgimento se tornaria incômodo em outubro, quando, em áudio, o ex-assessor foi flagrado afirmando que o MP teria "problemas com o MP.
Outros ex-integrantes do gabinete também faltaram a depoimentos no MP. Apenas um, Agostinho da Silva, compareceu. Disse que entregava vencimentos ao ex-assessor, para que aplicação na compra e venda de carros.
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