Esquema

Alckmin é denunciado por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral

De acordo com o Ministério Público de São Paulo, o tucano teria recebido mais de R$ 10 milhões em doações não contabilizadas da Odebrecht

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Publicado em 23/07/2020 às 11:44 | Atualizado em 23/07/2020 às 11:55
Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
Ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckimin (PSDB) - FOTO: Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi denunciado nesta quinta-feira (23) pelo Ministério Público de São Paulo por falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo recebimento de mais de R$ 10 milhões em doações não contabilizadas da Odebrecht.

A denúncia, que foi feita após uma investigação sobre as doações da empreiteira no âmbito eleitoral, aponta que o tucano teria recebido R$ 2 milhões da Odebrecht durante as eleições de 2010, quando concorria ao Governo do Estado de São Paulo. Já em 2014, quando disputava a reeleição, ele teria recebido R$ 9,3 milhões. O dinheiro pago a Alckmin em 2010 teria sido depositado na conta de Adhemar César Ribeiro, cunhado do tucano. 

De acordo com o Ministério Público, tais doações não foram registradas nas prestações de contas de Alckmin, configurando crime de corrupção passiva e falsidade ideológica. Os pagamentos, segundo o MP, foram feitos pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht através de meios ilegais para que o rastreamento fosse dificultado, o que configura lavagem de dinheiro.

Para os promotores do caso, a empreiteira teria realizado tais pagamentos como forma de garantir sua influência junto ao governo Alckmin. De forma legal, ela não poderia realizar doações por ter participado do consórcio para construção da linha 6-Laranja do Metrô e também por controlar a concessionária que administra a Rodovia Dom Pedro I. 

Outros nomes

Além de Geraldo Alckmin, também foram denunciados, por conta do esquema, os seguintes nomes:

Marcos Antônio Monteiro, tesoureiro da campanha de 2014;
Sebastião Eduardo Alves, funcionário de Marcos Antônio Monteiro;
Benedicto Barbosa da Silva Júnior, da Odebrecht;
Luiz Antônio Bueno Júnior, Odebrecht;
Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, Odebrecht ;
Maria Lúcia Guimarães Tavares, Odebrecht;
Fernando Migliaccio da Silva, Odebrecht;
Luiz Eduardo da Rocha Soares, Odebrecht;
Alvaro José Gallies Novis, doleiro.

Apesar do cunhado de Alckmin, Adhemar César Ribeiro, ter supostamente participado do esquema, ele não foi denunciado porque tem mais de 70 anos e os crimes imputados a ele prescreveram.

Posicionamento do PSDB

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), do qual Alckmin é um dos fundadores, se posicionou através de nota. Confira na íntegra: 

"O Diretório Estadual do PSDB-SP reitera sua confiança na idoneidade do ex-governador Geraldo Alckmin. Em seus mais de 40 anos de vida pública, Alckmin manteve uma postura de retidão e respeito à lei sem jamais abrir mão dos princípios éticos e de seu compromisso em servir ao setor público e ao cidadão.

Acreditamos na Justiça e temos convicção de que, ao final do processo, os fatos serão devidamente esclarecidos."

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